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- Prefeitura anuncia transporte aquaviário no sistema lagunar da Zona Sudoeste
Foto: Rafael Catarcione / Prefeitura do Rio. Rio das Pedras deve ganhar um dos cinco terminais obrigatórios previstos no projeto. Consórcio tem até 30 dias para apresentar o cronograma de trabalho. O Complexo Lagunar da Zona Sudoeste do Rio, que abrange Barra da Tijuca, Jacarepaguá e Recreio dos Bandeirantes, vai ganhar um novo sistema de transporte público aquaviário : o Lagunar Marítima. Segundo a Prefeitura do Rio, o sistema de barcos contará com cinco terminais, seis estações, oito linhas e será integrado ao transporte municipal, adotando a mesma tarifa já cobrada em outros modais: atualmente em R$ 4,70. A expectativa é que o novo modal transporte 85 mil pessoas por dia, além de oferecer mais qualidade de vida, novas alternativas de deslocamento e melhora no tráfego nas principais vias da região, como as avenidas das Américas e Ayrton Senna. O projeto será viabilizado através de uma Parceria Pública-Privada (PPP), realizada pela Companhia Carioca de Parcerias e Investimentos (CCPar), o Consórcio Lagunar Marítimo venceu a licitação do projeto de concessão . O contrato, foi assinado no dia 17 de setembro e tem validade de 25 anos. O documento prevê a implantação, operação e manutenção do novo sistema, com investimento mínimo do consórcio de R$ 101,6 milhões, que pode ser ampliado. "É uma concessão equilibrada e com a tarifa do Bilhete Único Carioca. Estamos muito otimistas que vai caminhar bem, agora é aguardar o concessionário cumprir as etapas do contrato. Esse transporte promete transformar muito a realidade dessa região. O trabalhador de Rio das Pedras, Gardênia, Muzema, das comunidades da região e que trabalha nos condomínios, shoppings terá um transporte mais rápido e com conforto" - afirmou o prefeito do Rio, Eduardo Paes. O Consórcio Lagunar Marítimo, tem agora até 30 dias para apresentar o cronograma de trabalho, e até 36 meses para construir cinco terminais obrigatórios: Gardênia Azul, Jardim Oceânico/Metrô, Linha Amarela, Muzema e Rio das Pedras; e seis estações/píeres: Arroio Pavuna, Barra Shopping, Bosque Marapendi, Parque Olímpico, Salvador Allende e Vila Militar. Ao todo serão oito linhas obrigatórias: expressa Rio das Pedras x Linha Amarela; expressa Rio das Pedras x Jardim Oceânico; expressa Rio das Pedras x Barra Shopping; expressa Muzema/Jardim Oceânico; Linha Amarela x Muzema x Metrô; expressa Bosque Marapendi x Jardim Oceânico; Circular Lagoa de Jacarepaguá; e expressa Gardênia x Jardim Oceânico. A expectativa é que as obras tenham início no primeiro semestre de 2027, passando as etapas de apresentação do plano de implementação, dos projetos básico e executivo e da obtenção de licenças. O consórcio também será responsável por propor outras linhas, terminais e estações por meio da apresentação do Plano de Implantação Operacional. "Temos que destacar a importância de criarmos uma alternativa de transporte. Trazer a possibilidade, principalmente para os trabalhadores que precisam acessar essa região da cidade, do uso do transporte lagunar. Com tarifa e barcos padronizados, segurança, integrado com o Jaé. Esse é um passo importante da Prefeitura, completando as possibilidades de mobilidade na região" - disse o secretário de Desenvolvimento Econômico, Osmar Lima. As embarcações O consórcio deverá seguir as especificações definidas pela Prefeitura do Rio para compor a frota de embarcações. Os barcos podem ter capacidade para 42 a 120 passageiros. A frota deverá ter identificação visual externa da linha; atender as especificações de manutenção da Autoridade Marítima; sistema de alarme, combate a incêndio e de navegação por instrumentos. A cabine de passageiros deverá ser protegida de chuva e vento, além de ter assentos novos e estofados. As saídas de emergências precisarão estar sinalizadas, assim como os barcos deverão ter iluminação para navegação noturna e acessibilidade. No início da operação, as embarcações deverão ter no máximo cinco anos de fabricação. O consórcio deverá ter uma frota reserva equivalente a 10% da frota operante. A Iguá Saneamento, concessionária de água e esgoto da região de influência do programa, tem a obrigação contratual de investir R$ 250 milhões em desassoreamento e despoluição do complexo lagunar até agosto de 2026. O projeto de dragagem já foi licenciado pelo Inea, órgão ambiental do Governo do Estado, e aprovado em agosto de 2023. Atividade de barcos local O novo transporte público municipal irá funcionar paralelamente à atividade já realizada há décadas por barqueiros da região. O edital prevê a continuidade dos barcos, que não irão atuar nas rotas do transporte público municipal, nem irão concorrer com o aquaviário municipal em valor da passagem. Atualmente, os barcos locais não possuem pontos fixos e atendem moradores das ilhas da Gigoia, Primeira e demais existentes no entorno. Opinião da população Em abril de 2023 foi realizada um audiência pública para debater o projeto, na ocasião moradores e diversos representantes de instituições locais opinaram sobre o projeto. A principal reivindicação era a da necessidade de respeitar o meio ambiente, flora e fauna local, dessa região que é conhecida como o Pantanal Carioca. Na ocasião, Michel Costa Dantas, presidente da associação de pescadores, Apesbagua, e pescador da região, falou sobre o potencial turístico do projeto, que pode ajudar na despoluição das lagoas, mas reiterou a necessidade de que o diálogo entre o poder público e pescadores seja ampliado, já que esses trabalhadores serão muito impactados pelo projeto: "Acho que a maioria não é contra o transporte aquaviário. Acho que inclusive pode ser bom pra dar visibilidade a condição do complexo lagunar, e ajudaria na questão da despoluição, pois haveria mais turismo, poderia inclusive estender o projeto até o Recreio se quisessem abrindo os canais que chegam na Lagoa de Jacarepaguá." Leia a reportagem completa aqui: https://www.agencialume.com/post/audiencia-publica-discute-transporte-aquaviario-na-barra-e-jacarepagua
- Fregobloco desfila neste domingo (02) apostando no renascimento do Carnaval de rua em Jacarepaguá
Percussionistas se preparam para o desfile / Foto: Divulgação - Fregobloco Bloco vai apresentar repertório com sucessos da MPB nas ruas da Freguesia. Veja: O bairro da Freguesia abriga mais um novo bloco neste Carnaval: O Fregobloco que promete trazer de volta a magia do Carnaval de rua para Jacarepaguá. O desfile acontece neste domingo (02/03) das 9h às 15h na Estrada dos Três Rios na Freguesia. Priscila Pires, mestre de bateria, cantora e fundadora do Fregobloco é moradora do bairro desde que nasceu, e com o passar dos anos, foi acompanhando o movimento carnavalesco da Freguesia ser deixado de lado. A situação fez nascer na percussionista a vontade de transformar o cenário cultural da região. "Nosso objetivo é resgatar a cultura do Carnaval de rua na Freguesia, trazendo as famílias de volta às ruas para curtir um Carnaval bonito, leve e tranquilo. Queremos criar novas memórias e mudar a cultura de violência que se instaurou nos últimos anos." O repertório do Fregobloco promete agradar a todas as gerações, mesclando sucessos da música popular brasileira e internacional. "Vamos tocar aquelas músicas que estão na nossa memória afetiva, que a família toda conhece e sabe cantar. Nosso desfile será um mergulho nas nossas melhores lembranças em forma de Carnaval" , explica Priscila. Mestre Priscila Pires e Júlio Percurssa estarão à frente da bateria do Fregobloco. / Foto: Divulgação - Fregobloco. O Fregobloco além de um bloco carnavalesco, é também uma escola de percussão que funciona durante todo o ano. As oficinas de percussão, que formam os ritmistas do bloco, retornarão em abril com novas vagas para todos os instrumentos. As aulas também são uma das apostas da direção do bloco na busca por recursos para desfilar. Segundo Priscila, estar à frente de um bloco traz muitas alegrias e também muitas responsabilidades. Para ela, o retorno do movimento cultural no bairro, mobilização social que a Agência Lume vem acompanhando neste Carnaval, precisa também do apoio dos moradores e comerciantes locais. “Você tem todos os desafios possíveis de se ter o seu próprio negócio somado a estar trabalhando diretamente com a alegria e expectativa das pessoas. Como será que os moradores e comércio local vão lidar com um bloco em plena Três Rios de novo, depois de tanta confusão nos Carnavais passados e de tantos anos sem Carnaval por conta da violência e tudo mais?” Ritimistas tocam repique na Bateria Abusada. / Foto: Divulgação - Fregobloco Beatriz Bevenutto, a fisioterapeuta de 27 anos que toca repique na bateria do Fregobloco, comentou sobre a necessidade de existirem mais opções culturais na região: “A Zona Oeste e a Freguesia são muito carentes de projetos culturais, então nesse ano iniciamos [o bloco] e espero que dê muitos frutos pela frente.” A mestre da Bateria Abusada do Fregobloco é Priscila Pires, que também é a responsável por cantar as canções que prometem embalar o público neste fim de semana. Priscila conta ainda com o apoio de Júlio Percurssa, que não esconde a alegria e a expectativa para levar a animação dos ensaios a um grande público. “Esse é o meu primeiro ano à frente de uma bateria, eu desfilava como ritmista. Os nervos estão à flor da pele, mas a gente ensaiou bem e vamos dar um show no domingo, tenho certeza que todo mundo vai gostar!” O Fregobloco também realiza nesta sexta-feira (28/02), um ensaio aberto na Rua Xingú, em frente ao Bar Gato de Rua no número 70, às 17h, onde a Bateria Abusada promete esquentar os tamboris para o desfile deste domingo. Serviço: Ensaio do Fregobloco Data: Sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025. Horário: às 17h. Local: Rua Xingu, número 70 - Em Frente ao bar Gato de Rua. Desfile do Fregobloco - Carnaval 2025 Data: Domingo, 2 de março de 2025 Horário: Das 9h às 15h Local: Estrada dos Três Rios, entre os números 271 e 15, Freguesia de Jacarepaguá, Rio de Janeiro - RJ Concentração: Estrada dos Três Rios, 271 Trajeto: Estrada dos Três Rios, do número 271 ao 15 Entrada: Gratuita
- Segundo encontro do projeto Lembranças: Rio das Pedras reuniu moradores para resgatar memórias da favela
Moradores e representantes de organizações locais trocaram experiências durante o encontro. | Foto: Agência Lume O evento contou com a presença de 25 participantes, que compartilharam histórias, conheceram a metodologia do projeto e reforçaram a importância da valorização da identidade local. O segundo encontro do projeto Lembranças: Rio das Pedras aconteceu no último sábado (27/09), das 8h30 às 12h, no auditório do Ginásio Educacional Tecnológico Professor Célio Luparelli. A iniciativa reuniu 25 participantes, entre representantes de instituições locais, moradores e membros da equipe do projeto, em um espaço de troca de vivências, resgate de memória e fortalecimento da identidade comunitária. Durante a manhã, os presentes foram convidados a compartilhar lembranças e experiências sobre a história de Rio das Pedras, criando conexões a partir das narrativas pessoais. A equipe do projeto também apresentou os resultados conquistados nos últimos meses, detalhou a metodologia aplicada nas pesquisas e produções de conteúdo, e destacou a relevância de preservação a memória periférica frente aos desafios de apagamento histórico. A proposta do encontro foi reafirmar a importância de dar visibilidade às histórias da favela, acompanhando personagens, trajetórias e marcos que moldaram Rio das Pedras ao longo das décadas, receber feedbacks de moradores sobre o trabalho desenvolvido pelo projeto e ampliar as conexões entre instituições locais e moradores. Para Douglas Teixeira, diretor de comunicação e comunidades da Agênca Lume, eventos como esse precisam ser valorizados e ampliados. "Momentos como este fortalecem o sentimento de pertencimento e incentivam o diálogo intergeracional entre moradores. São essenciais na busca por valorização e fortalecimento da identidade local de Rio das Pedras." Foto: Agência Lume Sobre o projeto O Lembranças: Rio das Pedras é realizado pela Agência Lume e tem como objetivo registrar, preservar e divulgar a memória histórica da segunda maior favela do Rio de Janeiro. Por meio de entrevistas, pesquisas, workshops comunitários e ações educativas, o projeto reúne relatos de diferentes gerações e constrói um acervo acessível ao público, combatendo o esquecimento e a invisibilização comuns em territórios periféricos. Mais informações podem ser conferidas no site oficial do projeto: lembrancasrp.agencialume.com
- Campanha de Vacinação Antirrábica chega à Jacarepaguá neste sábado (27)
Veja os pontos de vacinação disponíveis em Rio das Pedras, Anil e Freguesia. No próximo sábado, 27 de setembro, das 9h às 17h, moradores de Rio das Pedras, Anil e Freguesia, e demais regiões de Jacarepaguá, poderão levar seus cães e gatos para a 3ª etapa da Campanha de Vacinação Antirrábica promovida pela Secretaria Municipal de Proteção e Defesa dos Animais. A ação, que também ocorre em outras regiões da cidade como Barra da Tijuca, Madureira, Guadalupe, Pavuna e Anchieta, contará com mais de 140 postos de vacinação distribuídos pelo município. A raiva é uma doença grave e letal, mas pode ser evitada com apenas uma dose anual da vacina. Por isso, a secretaria orienta que os tutores não deixem de vacinar seus animais de estimação. Postos de vacinação em Rio das Pedras, Anil e Freguesia Freguesia: Escola Municipal Compositor Luiz Gonzaga – Rua Ubaldo Soares Filho, 128 Escola Municipal Menezes Cortes – Praça José Alves de Azevedo, 43 Condomínio Paulo VI – Rua Tirol, 861 Condomínio Independentes – Estrada dos Três Rios, 1.466 Escola Municipal Edgar Werneck – Rua Mamoré, 76 Shopping Rio Office & Mall – Estrada do Gabinal, 313 Rio das Pedras: Clínica da Família Helena Besserman Vianna – Av. Via Light, s/n Associação de Moradores de Rio das Pedras – Rua Nova, 20 Clínica da Família Otto Alves de Carvalho – Av. Engenheiro Souza Filho, 200 Escola Municipal Rio das Pedras – Estrada de Jacarepaguá, 3.335 (Itanhangá) Anil: Escola Municipal Mal. Canrobert Pereira Costa – Estrada do Engenho D'Água, s/n Praça do Anil – Rua General José Eulálio, s/n Regras e recomendações para os tutores Os tutores devem ser maiores de 18 anos. Animais menores de 3 meses não podem ser vacinados. Cachorros devem estar de coleira. Os gatos devem estar em caixas de transporte, e se possível, também com coleira e guia, para evitar fugas. Raças consideradas agressivas pela Lei 4597/2005 devem usar focinheira. Vacinadores não estão autorizados a aplicar a dose fora dos postos. Não é permitida a retirada de vacinas para terceiros. Outras orientações importantes incluem: evitar levar mais de dois animais por pessoa e garantir que os animais de estimação sejam hidratados durante a espera na fila. Animais doentes ou em tratamento deverão passar por avaliação veterinária antes da vacinação. Para quem tem 10 ou mais animais, é possível solicitar vacinação domiciliar fora do período da campanha ligando para o canal 1746. Mais informações sobre os demais postos de vacinação em toda a cidade podem ser consultadas no perfil oficial da Secretaria de Proteção e Defesa dos Animais no Instagram neste link .
- Quando Rio das Pedras era só um rio
O rio das Pedras, vista na saída do condomínio Floresta. | Foto: Neto Paiva Entre fazendas e sítios, veja as memórias de um território rural e bucólico que, nos anos 1940-1960, atraía tanto elites quanto famílias humildes fascinadas pela liberdade e pelas belezas naturais. Por: Leonardo Soares Quem estivesse em qualquer ponto da Rua Velha nos anos de 1940 poderia contemplar sem nenhum esforço verdadeiras dádivas da flora e fauna do Rio de Janeiro. De um lado, a visão alcançava porções esplendorosas da Floresta da Tijuca, com sua fauna particular (capivaras, pacas, guaribas, gambás) passeando pela região; do outro, um verdadeiro tapete verde, cercado por lagoas e rios, formando uma bacia hidrográfica rica em recursos e possibilidades. Toda essa descrição está presente na obra realizada por Magalhães Corrêa sobre o “ Sertão Carioca ”, como ele chamava a Baixada de Jacarepaguá no início dos anos 1930. Magalhães Corrêa foi um estudioso e naturalista que trabalhou no Museu Nacional e ficou simplesmente arrebatado pelas belezas naturais e pelas formas de vida marcadamente rurais ainda existentes no território. Ele relataria toda essa experiência em artigos que escreveu para o Correio da Manhã entre os anos de 1931 e 1932. Pouco mais de 10 anos depois as descrições seguiam sendo válidas para boa parte dessa região. Inclusive para o que conhecemos hoje como Rio das Pedras. Um exemplo é o da Rua Velha citada acima, que era de tal exuberância que atrairia a atenção de muita gente pelos anos seguintes. O que conhecemos hoje como a “comunidade” de Rio das Pedras abrangia uma área que se dividia em vários sítios e fazendas. As maiores delas pertenciam a pessoas como Alberto Monteiro da Silva, renomado advogado oriundo do Pará. Figura recorrente das colunas sociais tanto da imprensa paraense quanto da carioca. Além do Dr. Monteiro, figuras como as madames Grimaldi, Kate, Betin e Elsa Lopes Fonseca também possuíam terras na região que abrigava sítios e fazendas pertencentes a pessoas riquíssimas, que certamente faziam parte da elite da cidade. Foto de Angiolina Grimaldi de 1922 | Fonte: Arquivo Nacional. Fundo: Série Interior - Nacionalidades (IJJ6) (A9) Seção/Série: Processos de naturalização. Notação: BR RJANRIO A9.0.PNE.1277 Por que pessoas pertencentes a elite viviam em Rio das Pedras? Naquela época, a região de Rio das Pedras era um lugar entendido como espetacular, nada menos que isso. Mesmo que o local ainda estivesse relativamente isolado (em relação ao centro e zona sul) e que tivesse poucos meios de transporte, esse não era um problema para essa gente que possuía os carros mais luxuosos da frota carioca. E o isolamento era por si só, um atrativo. Por isso resolveram estabelecer verdadeiros recantos para descanso e realização de festas e banquetes com os seus círculos de amigos ricos, influentes e poderosos como eles (na certeza também de que tais festas faziam parte da engrenagem pela manutenção e busca de mais poder, prestígio e benesses). Mas não só os ricaços buscaram a região. Pessoas humildes que suavam para ganhar a vida também se encantaram pelo lugar. Alguns desses aspectos foram descritos por antigas moradoras em recentes entrevistas realizadas pelo projeto “ Lembranças: Rio das Pedras ”. A equipe conversou com pessoas que começaram a viver em Rio das Pedras entre fins da década de 1940 e início da década de 1950. Contrastando com a ideia de que a antiga área de Rio das Pedras era abandonada e largada no meio do nada, essas mulheres que testemunharam o desabrochar da história recente do território, detalharam a existência de um cenário completamente diferente. A existência de várias nascentes, lagoas, área verde e uma área de baixada propícia para a criação de gado, encorajava a implantação de estabelecimentos agrícolas. Planta da Baixada de Jacarepaguá, 1932. | Fonte: Arquivo Nacional / Fundo: Diretoria de Saneamento da Baixada Fluminense, DNOS. Notação: BR_RJANRIO_04_0_MAP_0920_d0001Ade0002. Foi em um deles que o pai de Maria da Rocha Robadey, 80 anos, decidiu se fixar com toda família a partir de 1947, vindos da cidade de Cantagalo, localizada na região Serrana do Estado do Rio de Janeiro. “Aonde é o Bussunda [Escola Municipal Cláudio Besserman Vianna] tinha uma grande fazenda ali, um sítio, não era fazenda, era um sítio onde havia muitas plantações, divisa com a Rua Velha. Havia muitas plantações de cana, de banana, batata doce, aipim, e tinha uma pequena horta que era para o consumo da família. Era a família José Simão.” - Maria da Rocha Robadey E pelo visto, Simão já deveria morar há muito tempo ali. Dona Maria faz questão de enfatizar que o alicerce da casa “era alto, todo de pedra. Aí tinha uma escada, entrava para poder entrar na casa. Mas a metade da casa era de pedra” . Ou seja, segundo o relato, já havia gente ocupando a região de Rio das Pedras antes de 1947. Em outro momento da entrevista ela faz menção a um certo “Seu Luizito” . Ele morava “ lá perto da estação azul, ali onde é a estação azul, era estação azul, tinha uma casa ali enorme. É, igual a todo lugar, aqueles casarões, como você ainda vê pelo interior, amarela, aquelas casas compridas tipo um armazém” . Dona Célia Maximiniana, nascida em Rio das Pedras em 1953, acha que os primeiros moradores eram da Família Militão. Segundo ela, eles moravam numa casa de pedra localizada na antiga estrada de Jacarepaguá. Vários outros sítios são mencionados nas entrevistas. Dona Célia menciona alguns deles: “Seu Dudé plantava muita coisa. Seu Dudé tinha muito canavial de cana, Seu Pereira... O sítio do Seu Pereira vinha até aqui na divisa aqui da minha casa. Era tudo plantado - cana, banana, tudo! Muita coisa.” E tudo isso movido por trabalho familiar. Essa é uma interessante questão pontuada pela jornalista Fernanda Calé durante a entrevista com Dona Célia. Além de destacar o emprego de mão-de-obra dos familiares, podemos constatar que a produção local extrapolava o mero nível de subsistência, ou seja, para consumo próprio, voltando-se ao abastecimento de um mercado local no território. Eis o momento em que a questão é colocada na entrevista: “Fernanda: E aí empregava o pessoal nessa plantação? Célia: Não, não sei não, ele mesmo que fazia com os filhos, com a mulher. Minha tia mesmo, minha tia Madalena morava ali, ela tinha isso aqui, aqui até aqui a atrás da minha casa, até lá na frente na rua. Era tudo plantado de cana, bananeira, era plantava muita coisa. Fernanda: E aí tinha o pessoal então que tinha uma plantação própria? Célia: Tinha. Eles vendiam para fora. Seu avô mesmo, seu avô (bisavó), né, que é pai da sua mãe (avó), né? Ele vendia na carroça, era uma carroça e ele saía vendendo, ele vendia batata-doce, aipim, couve. Essas coisas todinha que ele fazia a plantação.” Sobre as fazendas, Dona Maria da Rocha Robadey faz uma curiosa observação: “Engraçado né, aqui só tinha.. é .. os maridos compravam as fazendas e colocava no nome das mulheres?” A exceção teria sido a propriedade de Alberto Monteiro da Silva, o Dr. Monteiro. Sobre ele, Dona Maria, lembra: “O doutor Monteiro, Alberto Monteiro da Silva, ele era o proprietário de tudo isso que você está vendo aqui, da Pedreira até lá no Pinheiro. Lá em cima no floresta — que hoje em dia é floresta — ele era dono de tudo isso da parte de cima, do lado direito, do lado de baixo, onde essa família morava, cuja casa foi a nossa primeira, era chamado Brejo, da Rua Velha para lá, era chamado Brejo, que hoje em dia é Rio das Pedras. Era um pântano.” O fascínio do advogado pelo lugar era tamanho que, na verdade, sua propriedade alcançava o Itanhangá. Não há dúvida que Dr. Monteiro foi entre aqueles “grandes proprietários” o que mais se encantou pela região. Importante destacar que entre as duas regiões, Rio das Pedras e Itanhangá, Dr. Monteiro acabou priorizando seus investimentos na primeira, em Rio das Pedras decidiu montar uma pedreira, um condomínio voltado para a alta classe média e um clube de elite. Alberto Monteiro da Silva em foto de seu casamento com Esmeralda Blanco Trindade, ocorrido em 3 de abril de 1937. | Fonte: Vida Doméstica , nº 234, Setembro de 1937, p. 65. A fazenda que o advogado tocava também era a mais produtiva da área. Esse importante detalhe é enfatizado por Dona Maria em sua entrevista: “Em toda parte que você vê hoje em dia, Cidade de Deus, Muzema, Tijuquinha, Rio das Pedras, tudo era mato, mato e sítio. Sítio, fazendas, a maioria já improdutiva. Só que a fazenda do Dr. Monteiro, sim, era uma fazenda. Fazenda porque havia muitos gados, cavalo, vaca, boi, porcos, muitas aves, e muitos patos. Ele era paraense, então ele trouxe de lá do Pará, muitos animais, mutum, arara, tudo isso tinha na fazenda.” Dr. Alberto (o primeiro no sentido da esquerda para a direita, na foto de baixo) adorava promover grandes almoços em sua fazenda em Rio das Pedras, onde reunia muitas pessoas influentes, fosse do campo político, econômico e até artístico (veja-se Orlando Silva na foto acima, no plano mais a frente à esquerda), como nesse churrasco realizado ali em 1954, para angariar fundos para a construção do Colégio Anchieta de Nova Friburgo. Dr. Alberto reafirmava seu poder e influência por meio desses eventos. Vida Doméstica , nº 436, Julho de 1954, p. 31. O então marido de Dona Maria acabou indo trabalhar exatamente na fazenda do Dr. Monteiro. Anos mais tarde, ele decidiu construir um condomínio - o Floresta, e um clube social - o Floresta Country Club: “Começaram a construir casas luxuosas, que é o agora o Condomínio do Floresta. E ao mesmo tempo, ele fez o Floresta Country Club, que é um clube lá em cima no alto, tudo dele. E o meu então marido, o pai dos meus filhos, que trabalhava na fazenda dele, ele levou para trabalhar lá no Floresta”. Ainda nos anos 1950, Dr. Monteiro decidiria instalar ali uma escola, a Adalgisa Monteiro, em homenagem a sua mãe. Com o crescente volume de obras (condomínio de casas, clube, ruas) e de serviços ligados a elas, aumentou logicamente a demanda por braços que tornasse tudo isso possível. Tais empreendimentos, portanto, abriam oportunidades de trabalho para pessoas humildes, já que trabalhadores e trabalhadoras de fora teriam que ser atraídas, porque a pequena população local ainda não dava conta. E sendo para ali atraídas para o trabalho, muitas delas perceberam o quanto seria interessante se instalar ali, definitivamente. Outro grande proprietário de Rio das Pedras era uma companhia, a Granja Agrícola Rio das Pedras. Aqui nesse anúncio ela ainda estava em organização. Ela tinha muitos planos para a região. Faltou combinar com os moradores mais humildes. Fonte: Diário de Notícias , 27/01/1948, 2ª Seção, p. 6. Não que fosse uma decisão simples. O local padecia com a falta de meios de transporte. Para quem não tinha carro – e só os donos das “fazendas” o possuíam, teria que contar com o auxílio de cavalos ou burros, porque o ônibus ligando Cascadura e Largo da Barra, que cruzava o local pela estrada de Jacarepaguá, passava apenas de duas em duas horas. Telefone? Nem pensar. “Só rico que tinha” , resume Dona Elisa Antunes, moradora que vive na região desde 1947. Os únicos telefones instalados eram os dos fazendeiros. Nem água encanada havia. O hospital mais próximo era o Miguel Couto, na Gávea, do outro lado do Joá. Os trabalhos de parto nessa época ficavam a cargo de poucas parteiras, como Dona Eufrásia , parteira que morava desde os anos 1950 ali e que chegou a oferecer seus serviços de forma gratuita em toda a região. Por outro lado, o local oferecia uma série de comodidades. Nas entrevistas com moradores de Rio das Pedras, esse ponto emerge com força nas falas das entrevistadas. Fica mais fácil compreender porque tantas pessoas decidiram viver ali, em que pese tantos obstáculos. Era difícil sim, pois para quem era humilde e vivia apenas de seu trabalho, não era nada fácil viver ali – não só ali como em toda a Baixada de Jacarepaguá nos anos 1940 e 1950. Contudo, os entrevistados são unânimes em afirmar que apesar de todas as dificuldades, era bom viver em Rio das Pedras. Célia Maximiniana, por exemplo, relembra saudosa o Rio das Pedras quase límpido de sua época: “Ah, o rio, que era bom, tinha peixe, lavava a roupa no rio. Era tudo limpinho aquele rio, era uma beleza” . Fato endossado por Maria da Rocha: “esse rio que que passa aqui, também era limpinho, tinha muitos peixes, muito camarão...” . E havia ainda a Lagoa da Tijuca, muito próxima e também limpa, onde as crianças adoravam pescar. Mesmo a falta de água encanada parecia ser contrabalançada pelo poço do Seu Pereira, de onde, segundo Dona Célia, “a água saía geladinha” . Maria da Rocha assim detalha o mesmo aspecto: “A nossa água era uma bica vinha lá de cima do sertão, porque o sertão Tinha um morador aqui, outro ali, a água era limpa da nascente, aí descia pela pelo mato, aí se colocava uma calha de bambu e ali a gente…eu fui criada tomando aquela água pura e aí tinha um tanque grande de cimento, ali a gente tomava banho, de vez em quando caía camarão”. Dona Maria chega a dizer na entrevista por ela concedida — como que querendo resumir o que era viver na localidade — que hoje chamamos de Rio das Pedras, que “não havia perigo” , pois era “então, campo imenso, nós éramos igual índio (indígenas), nós tínhamos liberdade” . Bastante significativo que Dona Maria, ao ser perguntada sobre qual época gostaria de viver novamente caso fosse possível voltar no tempo, tenha situado sua escolha nos anos 1950. Eis sua resposta: “Sim, então, se eu pudesse voltar atrás, é, eu voltaria em 1956. Fiz a primeira comunhão, que eu era muito católica, fiz a primeira comunhão. A época que o Mário Pinote fez um postinho na Muzema e que dava uma farinha Eubra dos pobres, mas era tudo jogada política. Era uma época em 1956, foi a minha época dos meus sonhos. Dos meus sonhos! Todos que foram criados comigo ainda eram adolescentes como eu naquela ocasião.” A partir dos anos 1960 muita coisa mudaria, novos desafios se apresentariam aos moradores e moradoras de Rio das Pedras. A região cresceria com a chegada dos migrantes, e outras histórias passariam a ser contadas, com um outro Rio das Pedras começando a tomar corpo. O conteúdo que você acabou de ler faz parte do Lembranças: Rio das Pedras , uma iniciativa da Agência Lume que busca registar e disponibilizar a memória da Favela de Rio das Pedras. Para isso, nossa equipe está entrevistando diversos moradores e ex-moradores que viveram na região entre os anos de 1940 e 1990. Para construir esta reportagem nós contamos com o apoio dos seguintes moradores: Célia Maximiniano , Elisa Antunes e Maria da Rocha Robadey . Dos nossos colaboradores Fernanda Calé e Douglas Teixeira , e dos voluntários Hérika Freire , Leonardo Soares , Lucas Barros e Wellington Melo . 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- Corpo de Bombeiros extingue incêndio na Freguesia após 27 horas de trabalho
Foto: Fernanda Calé / Agência Lume Operação mobilizou mais de 50 militares, 30 viaturas e uso de drones para evitar a propagação das chamas. Após 27 horas de trabalho intenso, o Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ) extinguiu, na manhã deste sábado (20/09), o incêndio de grandes proporções que atingiu uma edificação comercial localizada na Estrada de Jacarepaguá, nº 7573, no bairro da Freguesia, Zona Sudoeste do Rio de Janeiro. O fogo teve início na madrugada de sexta-feira (19/09) e mobilizou uma das maiores operações recentes do batalhão na região. Segundo informações do CBMERJ, o trabalho de rescaldo se estendeu durante toda a madrugada e, neste momento, não há sinais de chamas ou fumaça. As equipes começarão a ser desmobilizadas e o espaço foi entregue à Defesa Civil municipal, responsável pelas vistorias preventivas ao longo do dia. Operação de grande porte Bombeiros se posicionam em cima do telhado de um supermercado para combater as chamas. | Foto: Ângela Góes/ CBMERJ O Corpo de Bombeiros foi acionado às 5h30 da manhã desta sexta-feira (19), para verificar o incêncio na loja de artigos O Amigão, que fica localizada no centro comercial do bairro. Segundo a corporação, a resposta à ocorrência contornou a atuação de 12 unidades, mais de 50 bombeiros militares e aproximadamente 30 viaturas, incluindo uma escada mecânica de 40 metros. A operação também utilizou drones equipados com câmeras térmicas para monitoramento, identificação de riscos e apoio na tomada de decisões estratégicas. Devido ao risco de colapso da estrutura, todo o trabalho foi realizado por parte externa da edificação, com suporte do Grupo de Operações Especiais (GOESP). A atuação técnica e coordenada das equipes foi fundamental para evitar que as chamadas se alastrassem para propriedades vizinhas, resguardando residências e estabelecimentos comerciais. Sem vítimas Foto: Ângela Góes/ CBMERJ O Corpo de Bombeiros confirmou que não houve registro de vítimas durante a ocorrência. Apesar da gravidade do incêndio, vidas e patrimônios próximos foram preservados graças à rápida mobilização operacional. As causas do incêndio ainda serão apuradas pelas autoridades competentes. Enquanto isso, o espaço segue interditado para avaliações de segurança e monitoramento da estrutura. Agentes da Defesa Civil chegaram à região no início da manhã deste sábado para avaliar a estrtura dos imóveis atingidos. Moradores de uma vila vizinha a edificação relataram a equipe da Agência Lume que aguardavam a finalização das ações do Corpo de Bombeiros e Defesa Civil para entender como poderão buscar uma indenização para as perdas ocasionadas pelo incêndio.
- Bicicletada em Jacarepaguá reivindica melhora na infraestrutura cicloviária e denuncia estagnação de ações na região
Moradores protestam em bicicletada realizada em 2024. | Foto: Douglas Teixeira / Agência Lume Moradores promovem ato coletivo na véspera do Dia Mundial Sem Carro e reforçam luta histórica por mais infraestrutura. Na manhã do próximo domingo (21), moradores de Jacarepaguá se reúnem para uma tradicional bicicletada, um ato organizado pela Associação de Moradores e Amigos da Freguesia ( AMAF ) e o coletivo Roller Tour RJ , estimulando a pauta da mobilidade ativa na véspera do Dia Mundial Sem Carro. Com concentração na Praça Professora Camisão, o trajeto vai percorrer as ruas da Freguesia e do Anil, encerrando na Praça Mac Gregor com apresentação de chorinho, buscando unir a manifestação e a celebração coletiva do transporte sustentável. Sidney Teixeira Junior, diretor da FAMRIO (Federação das Associações de Moradores da Cidade do Rio de Janeiro) e associado da AMAF, destaca a participação ativa dos moradores na elaboração e cobrança do Plano de Expansão Cicloviária do município. Segundo Sidney, apesar dos planos já consolidados, como o Ciclo Rio — que promete criar mil quilômetros de ciclovias até 2033 — o avanço das obras em bairros da Zona Sudoeste como Jacarepaguá segue tímido, com investimentos e prazos ainda do necessários. A região município sofre com pouco infraestrutura cicloviária e com a falta de conexões entre ciclovias e estações de transporte. "Nós temos acompanhado as movimentações do poder público desde a construção do Plano de Expansão Cicloviária, o qual ajudamos a construir. Apesar da magnitude da proposta desse plano, não temos percebido o avanço que gostaríamos, inclusive em Jacarepaguá. Nessa mesma lógica, o Plano Estratégico quebrou a esperança inicialmente, com uma tímida proposta de aumento de ciclovias em quatro anos. Questionamos a razão para tanto à CET-RIO durante a audiência pública, e a resposta dada foi de que não se limitarão à meta escrita. Disse-se que o programa Asfalto Liso será utilizado também para as intervenções cicloviárias. Esperamos que pelo menos essa promessa saia do papel! Enquanto isso, resta à sociedade civil organizada a manifestação para reivindicar para a Prefeitura do Rio espaços seguros para o transporte ativo.” A mobilização por ciclovias em Jacarepaguá é antiga. Desde 1983, a AMAF articula demandas junto ao poder público; na ocasião, um passeio ciclístico reuniu mais de 300 pessoas para exigir a ligação cicloviária da Freguesia à Barra da Tijuca, conquista que só viria anos mais tarde. Todos os anos , o grupo organiza bicicletadas para manter a causa em evidência. A associação também participou do grupo técnico que contribuiu para o mapeamento e diagnóstico dos principais gargalos e potencialidades na malha cicloviária local e monitora sistematicamente a execução das políticas públicas do setor, realização de audiências e protocolos de sugestões junto à prefeitura. Diego Luiz, organizador do Roller Tour RJ, aponta também a necessidade de padronização e qualidade nos pisos cicloviários e destaca o papel de outros modais não motorizados, como os patins, na defesa de espaços seguros para todos os tipos de rodas. Ele lembra que, muitas vezes, ciclovias mal conservadas ou mal localizadas tornam-se inutilizáveis e reforçam a sensação de insegurança, atrapalhando a popularização da bicicleta como modo de deslocamento diário. "(...) vejo também como um reconhecimento que patins é sim um modal de transporte elegível para usar a ciclovia. O roller é muito prático para unir com outros modais: entra fácil em uma mochila com a qual podemos pegar um ônibus, carro de aplicativo, trem, metrô, BRT e até avião e depois seguir viagem patinando. Chamo atenção máxima ao padrão de piso para se construir ciclovias. Não há um padrão exato. Por vezes encontramos ótimas pistas com chão liso, porém em outros lugares fazem as ciclovias sobre pedras portuguesas ou mesmo paralelepípedo. Modais de rodas maciças como patins, skateboard e até mesmo algumas bicicletas acabam tendo muito sacrifício para passar em locais com chão assim, tão ruins - o que é uma constante em Jacarepaguá e Barra da Tijuca fora da Orla.” Neste domingo, vépera do Dia Mundial Sem Carro comemorado no dia 22 de setembro, os movimentos convidam os moradores dos bairros da região de Jacarepaguá, e de outras regiões da cidade, a se unirem na luta por uma melhor infraestrutura cicloviária. Serviço Data: 21/09/2025 (domingo) Ponto de Encontro: Praça Professora Camisão Concentração: às 8h (e saída às 9h aproximadamente). Trajeto: Praça Professora Camisão, Estrada de Jacarepaguá até nível da Estrada do Engenho D'Água, retorno por essa estrada até Praça Jorge da Costa Pinto, Rua Tirol, Estrada do Bananal, Rua Araguaia, e encerramento na Praça Mac Gregor.
- Centro Unificado Profissional: uma Universidade à frente de seu tempo
Por: Val Costa. Professor de Geografia e membro do IHBAJA. O bairro da Praça Seca foi o local escolhido pela Profª. Dra. Amélia Lacombe para receber uma experiência inovadora de aprendizagem no Ensino Superior: o Centro Unificado Profissional (CUP). O famoso casarão localizado na Rua Albano, número 319, abrigou três cursos: Letras Jornalismo e Turismo. As atividades do CUP tiveram início em julho de 1974, quando a professora Amélia deixou a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) para fundar essa instituição de ensino em uma localidade que, mesmo estando enquadrada pelo Decreto nº 322/76 como Área Residencial, possuía ainda muitas características rurais. O corpo docente era formado por jovens professores que estavam concluindo o mestrado e o doutorado. Esses profissionais não recebiam por hora-aula, mas por uma carga horária fixa de trabalho mensal realizada na instituição. Diferentemente da maior parte das faculdades privadas, existia um forte estímulo ao desenvolvimento de pesquisas, que eram realizadas nos modernos laboratórios do casarão. O Centro Unificado Profissional possuía alunos de diversas localidades do Estado do Rio de Janeiro. Vinha gente da Baixada Fluminense, da Zona Norte, da Zona Oeste e da Zona Sul. Em um período de forte perseguição aos estudantes e aos professores universitários, o CUP era uma espécie de “oásis” do livre pensamento e da democracia. Em 1982, o Centro Unificado Profissional se associou à Faculdade Brasileiro de Almeida, em Ipanema, criando a Faculdade da Cidade. Dez anos depois, a Faculdade da Cidade incorporou a Faculdade de Administração e Ciências Contábeis São Paulo Apóstolo, no Méier, e a Faculdade da Lagoa, constituindo a Sociedade Educacional São Paulo Apóstolo. Em 2011, já com o nome de UniverCidade, a instituição foi comprada pelo grupo Galileo Educacional. Em 2014, ela foi descredenciada pelo Ministério da Educação e, em 2016, a Justiça do Rio de Janeiro decretou a falência do grupo Galileo. Val Costa é professor de Geografia e Membro do Instituto Histórico da Baixada de Jacarepaguá.
- Viradão Cultural da Rocinha celebra cultura e diversidade com entrada gratuita
Foto: Acervo Fala Roça Festival acontece nos dias 13 e 14 de setembro na Biblioteca Parque da Rocinha, com programação cultural, feira gastronômica e mesas de debate sobre temas urgentes para as favelas. O mês de setembro chegou e com ele um evento que está se consolidando como um dos principais festivais de favela do Rio de Janeiro. Nos dias 13 e 14 de setembro (sábado e domingo) , das 10h às 21h, a Biblioteca Parque da Rocinha vai receber mais de 20 horas de atividades culturais gratuitas durante o Viradão da Rocinha. O Viradão é uma realização do Fala Roça, organização de comunicação comunitária sem fins lucrativos que atua há 12 anos na maior favela do Rio. Para a organização, o evento é mais do que um festival: "é um ato político, social e cultural que reafirma o protagonismo das favelas na construção da identidade carioca. A programação é construída em parceria com coletivos locais, organizações sociais e artistas da Rocinha, valorizando a força da economia criativa da favela." - Fala Roça. Em sua segunda edição, o festival amplia a proposta de ser um espaço de produção de conhecimento, arte e geração de renda trazendo debates sobre temas urgentes para as favelas como: Juventude e Identidade, Economia Criativa na Favela, Diversidade e Protagonismo LGBTQIAPN+ e Justiça Climática e Território. Além dos debates, o Viradão Cultural da Rocinha contará com uma agenda cultural diversificada: apresentações de música, espetáculos de teatro, intervenções de grafite, exposição de arte, literatura, além de moda, artesanato e uma feira gastronômica organizada por empreendedores da própria comunidade. Foto: Acervo Fala Roça A proposta é dar visibilidade ao que já é produzido dentro da Rocinha, mostrando que a cultura também é motor econômica , capaz de gerar oportunidades e movimentar a renda local. A acessibilidade também é um compromisso do evento, que contará com intérpretes de Libras em todos os debates. A programação também será acessível para todas as idades, com oficinas, exposições interativas e apresentações em espaços abertos. O evento é financiado pelo edital Fomenta Festival, da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro (Sececrj), com recursos da Lei Aldir Blanc. Serviço – Viradão Cultural da Rocinha 2025 Datas : 13 e 14 de setembro de 2025 (sábado e domingo) Horário : das 10h às 21h Local : Biblioteca Parque da Rocinha – Estrada da Gávea, 454, Rocinha – Rio de Janeiro Entrada : gratuita e acessível para todas as idades Mais informações: www.falaroca.com | @jornalfalaroca | osvaldo@falaroca.com
- Lei sancionada por Eduardo Paes aprova a criação da nova Zona Sudoeste
Foto: Douglas Teixeira / Agência Lume Nova região abrange Barra da Tijuca, Jacarepaguá, Freguesia e outros bairros; decisão foi publicada no Diário Oficial desta terça-feira (09). Veja: O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, sancionou nesta terça-feira (9), data em que se comemora o Dia de Jacarepaguá, a Lei Complementar nº 286/2025 , que cria oficialmente a Zona Sudoeste da cidade . A decisão foi publicada na edição do Diário Oficial desta terça-feira e marca a institucionalização de uma região que reúne bairros de grande peso econômico, cultural e demográfico da cidade. A nova área abrange os bairros atualmente inseridos na Área de Planejamento 4 (AP-4) : Anil, Barra da Tijuca, Camorim, Cidade de Deus, Curicica, Freguesia, Gardênia Azul, Grumari, Itanhangá, Jacarepaguá, Joá, Praça Seca, Pechincha, Rio das Pedras, Recreio dos Bandeirantes, Tanque, Taquara, Vargem Grande, Vargem Pequena e Vila Valqueire . Etapas do processo legislativo A criação da Zona Sudoeste começou com o Projeto de Lei Complementar nº 47/2025 , de autoria do vereador Dr. Gilberto (Solidariedade). A proposta foi discutida na Câmara Municipal, onde passou por duas votações: A primeira votação foi um debate inicial sobre a pertinência da nova nomenclatura; A segunda votação (14 de agosto) contou com 32 votos a favor, dois contrários e quatro abstenções . Após a aprovação legislativa, o texto foi enviado para a sanção do prefeito Eduardo Paes, que optou por validar a mudança. Motivos da decisão Segundo os defensores da lei, a criação da Zona Sudoeste não altera a estrutura administrativa da Prefeitura nem implica mudanças tributárias, como cobrança de IPTU . O objetivo principal é considerar a identidade regional de uma área que concentra importantes polos de crescimento urbano, econômico e cultural da cidade. Mapa da Zona Sudoeste | Imagem: Diário Oficinal do Rio de Janeiro. A região abriga desde bairros históricos, como Jacarepaguá, Praça Seca e Freguesia, até zonas de expansão, como Recreio e Vargens, além da Barra da Tijuca. A nova denominação também busca valorizar a identidade dos moradores e facilitar o planejamento estratégico da cidade em áreas de mobilidade, infraestrutura e políticas públicas. A publicação da lei ocorreu justamente no dia em que se comemora o Dia de Jacarepaguá, 9 de setembro , data simbólica para a localidade que é considerada um dos corações da nova Zona Sudoeste. Com a sanção da lei, a cidade do Rio de Janeiro passa a contar oficialmente com mais uma grande região geográfica de referência, regularizando a Zona Sudoeste como parte fundamental de sua dinâmica social e urbana.










