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- Cedae faz manutenção anual do sistema Guandu na próxima terça-feira (25)
Estação de Tratamento de Àgua Guandu. | Foto: Divulgação Cedae. A intervenção vai acontecer entre 2h e 20h. Segundo a companhia, operação será retomada gradualmente e deverá normalizar até a madrugada do dia 26. A Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae) vai realizar, no dia 25 de novembro, a manutenção anual do Sistema Guandu, responsável pelo abastecimento de grande parte da Região Metropolitana do Rio. O serviço ocorrerá das 2h às 20h e exigirá a paralisação total da Estação de Tratamento de Água (ETA) Guandu e da Elevatória do Lameirão. Com a interrupção, o fornecimento de água será temporariamente suspenso em municípios do Rio de Janeiro, Duque de Caxias, Nova Iguaçu, Mesquita, Nilópolis, Belford Roxo e Queimados. Na capital, bairros da Zona Sudoeste, como Rio das Pedras, Anil e Freguesia, podem ter impacto no abastecimento durante o período. Mais de 500 profissionais estarão mobilizados para cerca de 100 atividades de manutenção, incluindo instalação de novos equipamentos, inspeções de segurança, ajustes eletromecânicos e limpeza de estruturas que não podem ser acessadas durante a operação normal. “Esse é o momento em que realizamos correções preventivas e reduzimos o risco de falhas que possam ocasionar paradas não programadas. Esses trabalhos são fundamentais para assegurar a regularidade da produção de água, principalmente durante o verão, quando o consumo aumenta" - explica José Ricardo Brito, diretor de Saneamento e Grande Operação da Cedae. A companhia estima que o sistema volte a operar gradualmente após o fim da manutenção, alcançando 100% da capacidade por volta das 2h do dia 26. A Cedae recomenda que os moradores armazenem água com antecedência e adiem tarefas que exigem grande consumo. A distribuição nas áreas afetadas é feita pelas solicitações Águas do Rio, Iguá e Rio+Saneamento, conforme a região atendida. A ação tem como objetivo modernizar o sistema e garantir segurança e regularidade no abastecimento para mais de 10 milhões de pessoas na Região Metropolitana.
- Clínica da Família Otto Alves de Carvalho inaugura sala de amamentação para apoiar mulheres trabalhadoras em Rio das Pedras
Foto: Divulgação / Clínica da Família Otto Alves de Carvalho Novo espaço oferece privacidade, segurança e orientação especializada, beneficiando mães de toda a cidade e facilitando doação de leite materno à Maternidade Leila Diniz. A Clínica da Família Otto Alves de Carvalho, em Rio das Pedras, inaugurou uma Sala de Apoio à Amamentação voltada para mulheres trabalhadoras, fortalecendo a rede de cuidado materno na região. O novo espaço garante privacidade, conforto e segurança para as mães extraírem o leite materno, preservando sua produção e incentivando a continuidade da amamentação mesmo após o retorno ao trabalho. A sala funciona das 7h às 18h e está aberta a qualquer mulher, independentemente do território de residência, seja para usar o espaço, armazenar o leite para o próprio bebê ou doar aos Bancos de Leite Humano. O procedimento é simples: a mãe pode extrair o leite ali, armazená-lo sob supervisão da equipe da clínica ou direcionar a doação para o Banco de Leite da Maternidade Leila Diniz. O local também conta com orientação de enfermagem especializada, oferecendo apoio sobre práticas seguras de amamentação. Além de promover saúde e bem-estar no ambiente de trabalho, a iniciativa visa beneficiar mães em diferentes situações, ampliando o acesso a condições higiênico-sanitárias adequadas e equilibrando vida profissional e maternidade. A divulgação e adesão ao espaço são essenciais para fortalecer a cultura da amamentação e o cuidado comunitário em Rio das Pedras.
- Rede de Comunicação e Cultura das Favelas é lançada em evento gratuito na Rocinha
Foto: Karen Fontoura/Divulgação Fala Roça Mais de dez horas de programação, no dia 8 de novembro, incluirão debates sobre sustentabilidade e acessibilidade, oficinas, expositores locais e show de encerramento. No dia 8 de novembro, a Biblioteca Parque da Rocinha será palco de um grande encontro que celebra e fortalece a produção cultural local. O evento, que acontece das 10h às 20h, marca o lançamento oficial da Rede de Comunicação e Cultura nas Favelas e a formatura dos alunos do curso realizado em parceria com o Fala Roça . A proposta é reunir coletivos e moradores para debater e construir ações feitas “ de dentro para fora ”, valorizando quem vive e narra a favela. Segundo Monique Silva, coordenadora geral do Fala Roça, a Rede visa capacitar comunicadores e fazedores de cultura para que se tornem fortes o suficiente para propor projetos e eventos. " A ideia é que essa rede se torne forte o suficiente para propor projetos, eventos e debates locais, na Rocinha e em outros lugares ", explica. Milla Faria, integrante da Rede e fundadora do projeto "Tia Milla Social", resume o impacto do evento. Para ela, reunir potências de diferentes favelas representa " força, transformação e impacto social ". " Esse evento mostra como os próprios favelados têm o potencial de produzir cultura e arte, além de discutir temas como economia local, meio ambiente e acessibilidade. É a favela se promovendo por ela mesma ", afirma Milla. Debates e Ação no Território A programação do dia será intensa e diversificada, serão realizadas mesas de debate sobre temas cruciais como Sustentabilidade e Acessibilidade. O público também poderá participar de oficinas variadas. A lista inclui Defesa Pessoal com conversa sobre violência contra a mulher, intervenção artística no "Bora Grafitar?" e uma aula de dança de Reggae. Haverá ainda uma prática voltada ao autocuidado e geração de renda com a oficina de autobronzeamento. Para as crianças, a agenda reserva recreação infantil com contação de histórias. Para fortalecer a economia local e o convívio, cozinhas solidárias servirão um almoço coletivo no horário da tarde. O encerramento contará com a Batalha de Rima Moscow e um espetáculo da Cia Livre de Dança . A cerimônia de abertura e a entrega de certificados aos formandos também estão na agenda oficial. Conheça a programação detalhada em: https://www.instagram.com/p/DQZvC-_kbRd/?img_index=1 Serviço: O quê: Lançamento da Rede: Comunicação e Cultura nas Favelas e Formatura Onde: Biblioteca Parque da Rocinha Quando: 8 de novembro, das 10h às 20h Quanto: Gratuito
- A Barra da Tijuca dos sonhos... de quem?
Foto: Fernanda Calé | Agência Lume Por: Leonardo Soares dos Santos. Professor de História/UFF e pesquisador do IHBAJA. "Barra da Tijuca, o lugar" é o título do livro lançado em 1999 por Ayrton Luiz Gonçalves. E passados mais de 25 anos de seu lançamento, asseguro com toda confiança que ele ainda é um dos melhores trabalhos de história sobre o bairro. Trata-se de um texto muito bem escrito, legível, leve em muitas das vezes e ricamente documentado. Uma das partes mais interessantes do trabalho é o uso que o autor faz de classificados imobiliários de época (anos 60 e 70) para evidenciar a expansão urbana da região (incluindo o Recreio dos Bandeirantes). Temos diante de nós um estudo sério e comprometido de um morador, apaixonado pelo bairro em que habitava desde os fins dos anos 70, mas que já conhecia desde 1948. É notável que, mesmo sendo químico de formação, Gonçalves tenha tratado com tanto esmero os documentos históricos que levantou para a empreitada. Mas, em que pese o grande esforço em basear a árdua pesquisa em sólido terreno da objetividade, o autor deixa transparecer muito de sua subjetividade. Vou me ater aqui sobre como essa tal subjetividade tem muito a dizer sobre uma determinada visão que o autor tinha sobre a história do lugar, o papel que a região deveria desempenhar e quais classes sociais deveriam fazer parte da (ou a melhor parte da) região. Podemos resumir a questão lembrando o que Antonio Gramsci, o filósofo italiano, dizia sobre o conceito de visão de mundo. Vejamos então como a ideia que Ayrton Gonçalves tinha sobre a Barra da Tijuca era reveladora de uma determinada visão de mundo. Foto do autor, 25/02/2025. E o ponto de vista do autor a respeito do que era a Barra encontra-se disseminado de maneira evidente em muitas partes do texto. Logo no “Intróito”, ele escreve que: "Os pontos de referência no bairro da Barra da Tijuca são os grandes empreendimentos imobiliários e comerciais, os supermercados e shoppings centers ou os balizamentos naturais - a sudoeste, o Recreio dos Bandeirantes e, a nordeste, o Morro do Joá" (p. 23). Mais adiante, as referências seguem indicando como emblemas tipos bem específicos de construções, aos quais estavam ligados tanto a atividades sociais e econômicas bem definidas, como - a partir daí – relacionavam-se a grupos sociais igualmente bem definidos. Vejamos: "Com a melhoria dos acessos, aumentou a frequência à Barra da Tijuca, sobretudo para os moradores da Zona Norte da Cidade, que a atingiam pelas Vias 9 e 11, viabilizando a criação de vários clubes, como o Fazenda Clube Marapendi, o Clube Canaveral, ambos na Rio-Santos, e outros, na Avenida Sernambetiba, o Riviera Country Clube, o Nevada Praia Clube, o Vivendas Clube da Barra, o Oásis Clube do Rio de Janeiro, o Week End, o Edifício Fanny e o Country Clube de Caça e Pesca. Hoje, alguns deles transformaram-se em condomínios residenciais" (p. 94). Empreendimentos imobiliários, clubes, shoppings centers – tudo isso direcionado à classe média carioca. Esses seriam os marcos arquitetônicos e sociais do território. É como se a Barra da Tijuca tivesse sido criada para aquela. Sintomático que os grupos sociais e os usos e atividades por eles realizados no território fossem vistos como algo anormal, a ser combatido ou evitado. Num trecho emblemático, Ayrton Gonçalves tece elogios a um prefeito que se notabilizou por reprimir habitações populares e atividades econômicas que destoassem do plano idealizado para a Barra dos shoppings. Segundo o autor, “a administração de César Maia caracterizou-se por enfrentar com decisão as ocupações indevidas na região da Barra da Tijuca, sobretudo nos locais mais nobres, desvalorizados e descaracterizados por um crescente processo de favelização não reprimida” (p. 102). A contrariedade demonstrada pelo autor com aspectos do território que se manifestavam no período em que escreveu o texto (fins da década de 1990) também se revela na avaliação que ele faz de antigas propostas ventiladas para o desenvolvimento da Barra. Uma delas foi o plano de incluir toda a Baixada de Jacarepaguá (e, portanto, a Barra da Tijuca) no projeto de implantação da reforma agrária. Tal plano do Instituto Brasileiro de Reforma Agrária (IBRA) é classificado pelo autor como uma curiosidade “estapafúrdia”, pois, no seu entender, “chega a ser engraçado imaginar essa área, com o potencial que tem para a Cidade do Rio de Janeiro, transformada em campos de cultura de soja, cana-de-açúcar ou pequenas lavouras de produtos hortigranjeiros” (p. 124). Em outro momento da obra, o autor comemora vividamente a expulsão de moradores de uma área valorizada na Barra. Os habitantes dessa ocupação estariam ameaçando o meio ambiente na localidade: "Felizmente, na área lindeira à Via Parque, nos fundos do Barrashopping, foi possível, através de enérgica ação dos órgãos municipais e a pressão do Barrashopping, retirar os ocupantes, a cada dia mais numerosos, que vinham degradando os manguezais característicos da lagoa da Tijuca, possibilitando a substituição da favela por um parque público, o Parque Mello Barreto, que será, quando inteiramente pronto, dotado de ciclovia, bosque de bromélias e dois longos decks de madeira, projetados sobre a lagoa, para que os frequentadores do local tenham a possibilidade de um contato mais íntimo com o meio ambiente, à semelhança com o que ocorre na região dos Everglades, no sul da Flórida" (p. 135). Não caberia meio-termo com aquilo que ameaçasse a paisagem natural e social da Barra. A expulsão dessas formas exigia medidas mais duras; a linguagem utilizada prefigura uma verdadeira guerra: "Urge que providências sejam adotadas. As favelas que puderem ser urbanizadas e dotadas dos equipamentos mínimos que garantam aos seus moradores viver com conforto e dignidade, que o sejam, mas, do outro lado, as que estão em áreas de preservação ambiental ou correm risco causados por intempéries devem ser removidas ou erradicadas, como foram, recentemente, as favelas da Via Parque e a do Condomínio Marapendi." (p. 154). Em que pese a dureza das afirmações, é necessário assinalar: elas nunca foram isoladas. As palavras de Ayrton Gonçalves são um sintoma de uma visão mais geral, de um caldo de cultura que associa a Barra a determinadas classes e “raças”. E tal associação segue sendo hegemônica até hoje. Ela ajuda a legitimar toda uma política de repressão e controle de grupos e formas de habitação que não correspondem ao plano de ocupação idealizado. Mas é importante frisar também que são exatamente expressões como essa que analisamos acima que podem nos servir de incentivo para mostrar que a Barra não se resume ao plano que as elites da cidade imaginaram para ela. A Barra não é apenas dos shoppings e condomínios de luxo. A Barra é também das favelas. A Barra tem também outras paisagens. Que vivem sob o peso constante de pressões e ameaças. E que resistem. Não apenas outras paisagens. É preciso reafirmar que a Barra não tem uma história única. Precisamos falar de suas outras histórias. E elas não podem mais seguir sendo invisibilizadas. Precisamos falar dessa outra Barra. Barra Negra, do povo trabalhador e camponês (e pescador). Há que se falar mais da Barra Negra da Tijuca. É disso que tratarei nos artigos que se seguirão. Referência completa do livro citado: GONÇALVES, Ayrton Luiz. Barra da Tijuca, o lugar . Rio de Janeiro: Thex Ed., 1999. Leonardo Soares dos Santos é graduado (2003) em História pela Universidade Federal Fluminense, onde realizou também o seu mestrado (2005) e doutorado (2009) em História Social. Suas pesquisas versam basicamente sobre as relações entre o espaço rural e urbano e suas implicações em termos de políticas públicas e configuração de grupos sociais. Atualmente trabalha como professor e pesquisador no Departamento de Fundamentos da Sociedade do Instituto de Ciências da Sociedade e Desenvolvimento Regional do Polo Universitário da Universidade Fluminense, localizado em Campos dos Goytacazes. É membro-militante do Instituto Histórico da Baixada de Jacarepaguá desde 2010.
- Rocinha recebe 3ª Conferência Nacional de Jornalismo das Favelas e Periferias
Foto: Divulgação Fala Roça. Evento organizado pelo Fala Roça e Agência Mural reúne jornalistas e comunicadores de todo o Brasil para debater justiça climática, Antirracismo e sustentabilidade no jornalismo. A Rocinha, maior favela do Brasil, será sede da terceira edição da Conferência de Jornalismo das Favelas e Periferias, que acontece de 30 de outubro a 1º de novembro, às vésperas da COP 30. O evento nacional reunirá jornalistas e comunicadores de todas as regiões do Brasil para debater, construir recomendações práticas e fortalecer o papel do jornalismo de dentro para dentro dos territórios periféricos, a Agência Lume foi uma das organizações convidadas a participar do evento. A programação aberta da conferência inclui mesas, oficinas e rodas de conversa sobre justiça climática, sustentabilidade, captação de recursos, filantropia para o jornalismo local, cultura, ancestralidade e jornalismo antirracista. Para garantir a diversidade de olhares, a conferência contará com uma imersão de três dias com bolsistas líderes de mídia de todas as regiões do Brasil, que também atuarão como palestrantes. A programação que acontece no dia 31 de outubro, na Biblioteca Parque da Rocinha (C4), será aberta ao público, os ingressos foram distribuídos gratuitamente e se esgotaram imediatamente, confirmando o interesse de comunicadores e da população no debate entre clima, favelas e informações de qualidade. "Toda a programação foi pensada para propor recomendações concretas que partem das vozes das favelas e periferias sobre as injustiças climáticas. O grupo de jornalistas que participa da imersão de três dias são jornalistas e comunicadores que têm muito a dizer, ensinar e trocar. Eles são convidados, mas também são expositores das mesas e oficinas", explica Tatiana Lima, coordenadora de jornalismo do Fala Roça. Segundo os organizadores, Fala Roça e Agência Mural de Jornalismo das Periferias, o principal diferencial desta edição é a produção de um conjunto de recomendações para fortalecer o papel do jornalismo feito de dentro para dentro e na identificação de soluções de pressão por políticas públicas eficazes e que respondam às realidades locais. "Em um ano de COP 30, o evento conecta o jornalismo periférico às discussões locais sobre justiça climática, propondo soluções que partem das comunidades, com foco nas vozes que vivem e constroem cotidianamente alternativas sustentáveis nos territórios", afirma Monique Silva, gestora do Fala Roça. O diretor de negócios da Agência Mural, Anderson Meneses, comenta a importância desta cooperação. "Essa parceria entre o Fala Roça, no Rio, e a Agência Mural, em São Paulo, simboliza a força das mídias locais quando se unem por uma pauta comum. As favelas e periferias estão entre os territórios mais afetados pelas mudanças climáticas e, ao mesmo tempo, são onde surgem muitas das soluções mais criativas e coletivas" , avalia Meneses. "Em um ano tão importante para o debate climático, essa conexão nacional entre comunicadores locais é essencial para que nossas vozes incidam de forma real nas políticas e decisões que impactam o país", complementa. A programação completa inclui mesas e escritórios, cobertura colaborativa e espaço de networking entre comunicadores periféricos do Norte, Nordeste, Sul, Sudeste e Centro-Oeste. O encontro é apresentado pela Fundação Itaú, com apoio de entidades nacionais e internacionais. A Agência Lume marcará presença para contribuir e fortalecer a rede de jornalistas engajados no enfrentamento da crise climática, reafirmando o papel das mídias locais como motor de mudanças sustentáveis e inclusivas. A 3ª Conferência de Jornalismo das Favelas e Periferias é apresentada pela Fundação Itaú, e conta com o apoio da Fundação Konrad Adenauer, Fundo de Apoio ao Jornalismo, Meedan e ARTIGO 19. A programação completa inclui mesas e oficinas, cobertura colaborativa e espaço de networking entre comunicadores periféricos do Norte, Nordeste, Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Mais informações sobre inscrições e programação estão disponíveis no site oficial do evento. Sobre o Fala Roça O Fala Roça é uma associação dedicada a fazer jornalismo a partir da Rocinha, com a missão de promover a cultura, a identidade e a representatividade da favela sem, contudo, romantizar as dificuldades. O veículo busca construir narrativas mais humanas, focando nas pessoas e utilizando o jornalismo de soluções para promover melhorias no território. Sobre a Agência Mural de Jornalismo das Periferias Fundada em 2010, a Agência Mural é uma organização sem fins lucrativos com a missão de reduzir a desigualdade informacional nas (e sobre as) periferias da Grande São Paulo, contribuindo para o combate a estereótipos e outras formas de desigualdade.
- II Fórum Internacional de Sustentabilidade e Educação promove diálogo global sobre escolas e futuro sustentável
Evento híbrido acontecerá no dia 21 de outubro, no Rio de Janeiro, e reunirá especialistas e escolas finalistas do Prêmio Escolas Sustentáveis do Brasil, México e Colômbia. O Museu de Arte do Rio (MAR) sediará, no dia 21 de outubro de 2025, o II Fórum Internacional de Sustentabilidade e Educação , promovido pela Fundação Santillana e Organização dos Estados Ibero-Americanos (OEI) . O evento, com início às 14h (horário de Brasília), será realizado em formato híbrido, com transmissão ao vivo aberto ao público mediante inscrição prévia e participação presencial limitada a 100 pessoas. Com o tema central voltado para o papel da educação na formação de uma sociedade sustentável, o fórum reunirá especialistas, gestores e iniciativas escolares que contribuíram para transformar comunidades e práticas pedagógicas por meio da sustentabilidade. Durante a programação, serão apresentados painéis com nomes de destaque na área educacional e ambiental. Às 14h15, o debate “Escolas resilientes: currículo, formação e arquitetura” contará com as participações de Raquel Teixeira, José Vicente e José Picó, sob mediação de Luciano Monteiro, discutindo como o ambiente e o currículo escolar podem influenciar uma cultura sustentável. Em seguida, às 15h45, o painel “IA e sustentabilidade: igualdade, inovação e futuro” , com Nathalia Kelday e Ana Carolina de Castro Rodrigues, abordará o papel da tecnologia e da inteligência artificial na promoção de uma educação inclusiva e verde. O encerramento, às 17h15, será marcado pela mesa “Inclusão indígena” , com a presença de Rita Potiguara, mediada por Telma Teixeira, enfatizando a valorização da interculturalidade nas práticas escolares. O Prêmio Escolas Sustentáveis também terá destaque na programação. Em sua terceira edição, a iniciativa reuniu quase mil projetos de escolas do Brasil, México e Colômbia, liberando práticas criativas e eficazes de sustentabilidade escolar. As seis escolas finalistas foram selecionadas por seu impacto e inovação, sendo duas de cada país — uma na categoria de Educação Infantil e Anos Iniciais e outra na de Ensino Médio, EJA e Anos Finais. Entre eles, estão projetos que envolvem inclusão, reciclagem, preservação ambiental, hortas escolares, coleta de água pluvial e integração das comunidades locais em ações sustentáveis. Cada escola recebeu um reconhecimento financeiro de 3 mil dólares e apresentará seus projetos no fórum, onde será revelado o vencedor internacional. Segundo os organizadores, o evento reforçará o compromisso da Santillana e da OEI com a promoção de uma educação transformadora e alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) . Para eles, fomentar a sustentabilidade nas escolas significa construir sociedades mais justas, igualitárias e diversas — onde o aprendizado se traduz em ação e impacto real. As inscrições para o evento podem ser feitas gratuitamente no site oficial: forumsustentabilidade.santillana.com
- 2º Festival Favela Sustentável destaca favelas no centro das soluções climáticas
1º Festival Rede Favela Sustentável. | Foto: Alexandre Cerqueira. Evento gratuito na Fundição Progresso reúne 140 ações culturais e socioambientais, com lançamento da Carta COP30 das Favelas; Agência Lume participa com oficina sobre resgate de histórias periféricas. No próximo sábado, 18 de outubro de 2025, a Fundição Progresso, na Lapa, será palco do 2º Festival Favela Sustentável , uma grande celebração das soluções climáticas comunitárias protagonizadas por moradores de 100 favelas do Rio e Grande Rio. O evento gratuito e aberto ao público ocorre das 9h às 17h e reunirá 140 atividades que vão desde apresentações culturais, oficinas manuais, rodas de conversa, cineclubes, até uma feira de economia solidária e espaços de cura. Entre as ações programadas, a Agência Lume realizará uma oficina de " Resgate de Histórias Periféricas ", na qual compartilhará a experiência do projeto Lembranças: Rio das Pedras , reforçando a importância da memória e da comunicação popular na construção do pertencimento e na valorização das periferias. O festival chega três semanas antes da COP30, que será realizada em Belém, colocando as favelas no centro de discussão ambiental com o tema “Favela no Centro das Soluções Climáticas”. Na ocasião, será lançada a ' Carta COP30 das Favelas ', um manifesto construído coletivamente por mais de 100 integrantes da Rede Favela Sustentável, que reivindica a inclusão das comunidades periféricas nas decisões climáticas globais, destacando seu papel fundamental na mitigação da crise climática e na promoção da justiça socioambiental. Assine a carta COP30 das Favelas clicando aqui . O evento ocupará oito espaços culturais da Fundição Progresso, promovendo o encontro entre saberes ancestrais, tecnologias ambientais, economias solidárias e expressões artísticas das favelas. A programação inclui apresentações de grupos culturais de diversas favelas, exposições, oficinas para crianças e adultos, debates sobre memória, saneamento, saúde, e direito à água, além de atividades de reconexão com a natureza e práticas integrativas de saúde. O 2º Festival Favela Sustentável: Favela no Centro das Soluções Climáticas é realizado pela Rede Favela Sustentável com o apoio do re:arc institute e a parceria da Fundição Progresso e CEDAE. O evento de 2025 também está fazendo parte de três outras agendas essenciais pré-COP na cidade do Rio de Janeiro: a Virada Sustentável RJ, a 15a Semana de Agricultura Carioca e o Outubro Urbano da ONU Habitat. Sobre a Rede Favela Sustentável A Rede Favela Sustentável é formada atualmente por mil membros entre moradores, mobilizadores comunitários e aliados técnicos de 300 favelas, participando desde 2017 em busca de justiça climática e fortalecimento das comunidades periféricas do Rio de Janeiro. A rede opera por meio de onze eixos temáticos que contemplam desde políticas públicas participativas até soberania alimentar e moradia sustentável. Não perca a oportunidade de participar desta grande feira de soluções e aprender com as experiências e potências das favelas do Rio. Para se inscrever, basta chegar ao local no dia do evento. A Agência Lume convida a todos para se juntarem nessa troca de histórias e saberes, fortalecendo o protagonismo periférico. Acesse a programação completa do festival clicando aqui . Onde e quando? Data: Sábado, 18 de outubro de 2025 Horário: 09h às 17h Local: Fundição Progresso, Rua dos Arcos, nº 24 - Lapa, Rio de Janeiro/RJ
- Dia do Professor: quem transforma o aprendizado com criatividade e prática
Foto: Fernanda Calé / Agência Lume Pesquisa mostra que estudantes querem “escola do futuro” com projetos mão na massa e atividades dinâmicas. Veja algumas atividades já desenvolvidos pela Agência Lume em parceria com a rede local de educação de Rio das Pedras. Neste Dia do Professor, celebrar o trabalho docente é reconhecer o papel dos educadores na construção de uma escola transformadora. Profissionais que se reinventam diariamente para levar uma educação de qualidade, ao mesmo tempo em que consideram os desejos dos próprios estudantes por uma “escola do futuro”. Segundo levantamento realizado pelo Ministério da Educação (MEC), com apoio do Itaú Social, Consed, Unicef e Undime, com 2,3 milhões de jovens de todos os estados do país sobre aprendizagem, clima escolar e participação, quatro em cada dez adolescentes brasileiros dos Anos Finais do Ensino Fundamental idealizam uma escola conectada à prática, com mais projetos mão na massa, tecnologia, atividades esportivas e experiências que ampliam sentidos e repertórios. Os estudantes consideraram que as aulas práticas são tão relevantes quanto as práticas esportivas, apontadas por 41% dos alunos do 6º e 7º anos e 39% dos de 8º e 9º anos. Outro item de destaque são as atividades que envolvem tecnologia e mídias digitais, respondidas por 38% dos adolescentes mais novos e 36% dos mais velhos. Essas ações ganham força com educadores que estimulam a criatividade, criam conexões entre disciplinas e colocam os alunos como protagonistas do processo de aprendizagem. Essa tendência já foi acompanhada pela Agência Lume em alguns dos projetos desenvolvidos pela organização em parceria com a rede de ensino público de Rio das Pedras. Um exemplo de engajamento dos alunos em projetos práticos é o projeto "Jornalistas Por Um Dia", realizado em parceria com o Ginásio Experimental Tecnológico Mestre Diego Braga. A iniciativa transformou quatro alunas, entre 12 e 14 anos, em protagonistas da cobertura da Bienal do Livro. O projeto conectou teoria e prática em cobertura jornalística, reportagens e entrevistas sobre o maior festival literário do país. À medida que os jovens aprendem a superar inseguranças, conversam com profissionais e autoridades, e ampliam repertórios por meio da comunicação, inspiram o protagonismo estudantil e valorizam a voz dos alunos. Leia mais sobre essa iniciativa: https://www.agencialume.com/post/a-gente-nao-precisa-ter-vergonha-para-falar-com-outras-pessoas-so-a-gente-criar-coragem-e-falar-co Outra experiência que comprova o engajamento dos alunos em projetos práticos foi desenvolvida a partir de uma parceria entre a Agência Lume, a Énois e a Escola Municipal Cláudio Besserman Vianna, dentro do projeto Diversidade Nas Redações 3. Em 2024, cerca de 200 alunos do 5º ano participaram de uma atividade educativa sobre desinformação e cidadania. Durante três dias, com apoio direto da equipe pedagógica, a equipe da Agência Lume desenvolveu uma campanha eleitoral simulada: os estudantes foram divididos em grupos de candidatos, jornalistas e cidadãos, debatendo temas importantes para o futuro da unidade escolar, realizando campanhas e vivenciando o processo de votação. Os prefeitos eleitos tiveram a chance de apresentar suas demandas à direção da escola, exercendo um papel ativo na comunidade escolar. Essas ações mostram que professores engajados e apoiados por projetos, podem trazer à sala de aula práticas inovadoras. Ao unir criatividade, participação e consciência cidadã, educadores criam ambientes mais importantes e atentos ao futuro, atendendo ao desejo coletivo de uma escola mais dinâmica e mais conectada à vida dos alunos.
- Crianças de Rio das Pedras participam de visita inclusiva ao Museu Casa de Benjamin Constant
Foto: Marco Vitale / Instituto Percepções A ação, promovida pelo Instituto Percepções contemplou 12 crianças e adolescentes do projeto Inclusividade. O Instituto Percepções realizou, no último sábado (4), uma atividade cultural e inclusiva com um grupo de crianças e adolescentes moradores de Rio das Pedras. A ação levou 12 participantes, entre 7 e 14 anos, para uma visita guiada ao Museu Casa de Benjamin Constant (MCBC), em Santa Teresa, como parte da 33ª edição do evento Arte de Portas Abertas. Entre os participantes estavam crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA), Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), Transtorno Opositor Desafiador (TOD) e outros em processo de investigação de dislexia e deficiência intelectual. O passeio foi organizado em parceria com o projeto Inclusividade , desenvolvido pelo Instituto Percepções e pela rádio Positividade FM, com apoio do Centro Clínico Social Mil Guarda-Chuvas e do Floresta Country Club, em Jacarepaguá. A van com o grupo saiu de Rio das Pedras às 13h, chegando ao museu por volta das 14h30. A programação incluiu uma visita à exposição acessível do artista plástico pernambucano Manasses Andrade, em cartaz no MCBC, e um workshop de inclusão com apresentação do sistema Braille e da Língua Brasileira de Sinais (Libras), conduzido pela intérprete Vanessa Bartollo. As atividades foram pensadas para promover o estímulo cognitivo e a socialização das crianças, reforçando a importância da arte como ferramenta de inclusão. Ao final do encontro, cada participante recebeu um kit lanche preparado especialmente para o grupo. Exposição com obras de Manasses Andrade. | Foto: Marco Vitale / Instituto Percepções A mostra de Manasses Andrade se destaca por seu caráter inclusivo: todas as obras contam com descrição em Braille, além de vídeo com legendas e interpretação em Libras, ampliando o acesso a pessoas com deficiência visual e auditiva. A exposição tem apoio de Paris do Brasil e faz parte da programação oficial da Arte de Portas Abertas, evento que desde 1996 transforma Santa Teresa em uma grande galeria a céu aberto.
- Fake News sobre a História de Jacarepaguá
Por: Val Costa. Professor de Geografia e membro do IHBAJA. Fake News são notícias falsas publicadas por veículos de comunicação como se fossem informações reais. Historicamente, considera-se o dia 1º de abril como o Dia da Mentira. A versão mais conhecida para a criação dessa data remonta ao século XVI, quando o rei francês Carlos IX decidiu que o Ano Novo seria celebrado no dia 1º de janeiro, devido a adoção do calendário gregoriano. Anteriormente, o Novo Ano era comemorado durante uma semana, do dia 25 de março ao dia 1º de abril. As pessoas que ainda insistiam em celebrar a data nesse período eram chamadas de “bobas de abril”. No Brasil, a primeira alusão ao Dia da Mentira apareceu em 1º de abril de 1828, quando um periódico mineiro apresentou uma manchete falsa sobre a morte de Dom Pedro I. Há algum tempo, estão circulando informações mentirosas sobre a História da Baixada de Jacarepaguá nas redes sociais. Recebi muitas mensagens de amigos, alunos e conhecidos que questionavam a veracidade delas, por isso resolvi desmenti-las na coluna do IHBAJA desse mês. Boa Leitura! O Tanque era o local das lavanderias da Corte Imperial. Mentira! A família imperial morava no Paço de São Cristóvão e não teria sentido levar a roupa da corte para ser lavada em Jacarepaguá, principalmente naquela época, pois os acessos aos engenhos que existiam no local eram precários. O bairro do Tanque tem esse nome porque lá existia um reservatório de água para os muares que puxavam os bondes matarem a sede. O "Pechincha" era um lugar onde o povo ia pechinchar para comprar as roupas usadas que a corte não queria mais e mandava vender ao povo. Mentira! O bairro do Pechincha tem esse nome porque nesse local existia um comércio de "secos e molhados", que vendia produtos muito baratos. A "Freguesia" era o lugar onde vendiam os produtos de limpeza geral e das lavagens das roupas da corte. Mentira! A Freguesia tem esse nome pois lá ficava a Matriz da Freguesia de Nossa Senhora do Loreto e Santo Antônio de Jacarepaguá. "Tá a Quarar" era o local onde as roupas da Corte secavam, pois possuía campos grandes e ensolarados. Mentira! “Taquara” é uma denominação comum a várias espécies de gramíneas nativas da América do Sul, a maioria com caules ocos e segmentados em gomos. Essas gramíneas eram comuns na região durante o período imperial. O "Campo do Anil" era reservado só para as roupas brancas ficarem mais claras. Mentira! No bairro do Anil, no século XIX, existiam muitas anileiras verdadeiras, da onde se retirava o índigo, que era usado como corante natural e vendido para as indústrias têxteis. A "Praça Seca" era o lugar onde se passavam as roupas com os ferros à brasa, que, posteriormente, eram entregues aos cocheiros, que iam buscá-las limpas com as suas carruagens. Mentira! No século XVIII, o 4° Visconde de Asseca - Martim Correia de Sá e Benevides Velasco - doou à comunidade local uma área para a criação de um jardim. O espaço ganhou o nome de Largo do Visconde de Asseca, depois Largo d’Asseca e, por fim, nomeado pela população de “Praça Seca”. A Vila Valqueire chamava-se, originalmente, de Vila de "V alqueires". Mentira! Em meados do século XVIII, o dono das terras onde hoje está o bairro da Vila Valqueire era Antônio Fernandes Valqueire. Naquela época, os moradores do local se referiam ao povoado como sendo a "Vila do Valqueire". Val Costa é professor de Geografia e Membro do Instituto Histórico da Baixada de Jacarepaguá.










