Bicicletada em Jacarepaguá reivindica melhora na infraestrutura cicloviária e denuncia estagnação de ações na região
- Fernanda Calé
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Moradores promovem ato coletivo na véspera do Dia Mundial Sem Carro e reforçam luta histórica por mais infraestrutura.
Na manhã do próximo domingo (21), moradores de Jacarepaguá se reúnem para uma tradicional bicicletada, um ato organizado pela Associação de Moradores e Amigos da Freguesia (AMAF) e o coletivo Roller Tour RJ, estimulando a pauta da mobilidade ativa na véspera do Dia Mundial Sem Carro.
Com concentração na Praça Professora Camisão, o trajeto vai percorrer as ruas da Freguesia e do Anil, encerrando na Praça Mac Gregor com apresentação de chorinho, buscando unir a manifestação e a celebração coletiva do transporte sustentável.
Sidney Teixeira Junior, diretor da FAMRIO (Federação das Associações de Moradores da Cidade do Rio de Janeiro) e associado da AMAF, destaca a participação ativa dos moradores na elaboração e cobrança do Plano de Expansão Cicloviária do município. Segundo Sidney, apesar dos planos já consolidados, como o Ciclo Rio — que promete criar mil quilômetros de ciclovias até 2033 — o avanço das obras em bairros da Zona Sudoeste como Jacarepaguá segue tímido, com investimentos e prazos ainda do necessários. A região município sofre com pouco infraestrutura cicloviária e com a falta de conexões entre ciclovias e estações de transporte.
"Nós temos acompanhado as movimentações do poder público desde a construção do Plano de Expansão Cicloviária, o qual ajudamos a construir. Apesar da magnitude da proposta desse plano, não temos percebido o avanço que gostaríamos, inclusive em Jacarepaguá.
Nessa mesma lógica, o Plano Estratégico quebrou a esperança inicialmente, com uma tímida proposta de aumento de ciclovias em quatro anos. Questionamos a razão para tanto à CET-RIO durante a audiência pública, e a resposta dada foi de que não se limitarão à meta escrita. Disse-se que o programa Asfalto Liso será utilizado também para as intervenções cicloviárias. Esperamos que pelo menos essa promessa saia do papel! Enquanto isso, resta à sociedade civil organizada a manifestação para reivindicar para a Prefeitura do Rio espaços seguros para o transporte ativo.”
A mobilização por ciclovias em Jacarepaguá é antiga. Desde 1983, a AMAF articula demandas junto ao poder público; na ocasião, um passeio ciclístico reuniu mais de 300 pessoas para exigir a ligação cicloviária da Freguesia à Barra da Tijuca, conquista que só viria anos mais tarde.
Todos os anos, o grupo organiza bicicletadas para manter a causa em evidência. A associação também participou do grupo técnico que contribuiu para o mapeamento e diagnóstico dos principais gargalos e potencialidades na malha cicloviária local e monitora sistematicamente a execução das políticas públicas do setor, realização de audiências e protocolos de sugestões junto à prefeitura.
Diego Luiz, organizador do Roller Tour RJ, aponta também a necessidade de padronização e qualidade nos pisos cicloviários e destaca o papel de outros modais não motorizados, como os patins, na defesa de espaços seguros para todos os tipos de rodas. Ele lembra que, muitas vezes, ciclovias mal conservadas ou mal localizadas tornam-se inutilizáveis e reforçam a sensação de insegurança, atrapalhando a popularização da bicicleta como modo de deslocamento diário. "(...) vejo também como um reconhecimento que patins é sim um modal de transporte elegível para usar a ciclovia. O roller é muito prático para unir com outros modais: entra fácil em uma mochila com a qual podemos pegar um ônibus, carro de aplicativo, trem, metrô, BRT e até avião e depois seguir viagem patinando.
Chamo atenção máxima ao padrão de piso para se construir ciclovias. Não há um padrão exato. Por vezes encontramos ótimas pistas com chão liso, porém em outros lugares fazem as ciclovias sobre pedras portuguesas ou mesmo paralelepípedo. Modais de rodas maciças como patins, skateboard e até mesmo algumas bicicletas acabam tendo muito sacrifício para passar em locais com chão assim, tão ruins - o que é uma constante em Jacarepaguá e Barra da Tijuca fora da Orla.”
Neste domingo, vépera do Dia Mundial Sem Carro comemorado no dia 22 de setembro, os movimentos convidam os moradores dos bairros da região de Jacarepaguá, e de outras regiões da cidade, a se unirem na luta por uma melhor infraestrutura cicloviária.
Serviço
Data: 21/09/2025 (domingo)
Ponto de Encontro: Praça Professora Camisão
Concentração: às 8h (e saída às 9h aproximadamente).
Trajeto: Praça Professora Camisão, Estrada de Jacarepaguá até nível da Estrada do Engenho D'Água, retorno por essa estrada até Praça Jorge da Costa Pinto, Rua Tirol, Estrada do Bananal, Rua Araguaia, e encerramento na Praça Mac Gregor.