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- Rio entra na fase 6B e casas de show são autorizadas a funcionar
A prefeitura anunciou nesta quinta-feira (01/10) novas medidas para o plano de retomada da cidade. A prefeitura anunciou o início da fase 6B de retomada das atividades na cidade. A partir de hoje (01/10) casas de show estão autorizadas a funcionar, desde que com lugar marcado, venda de ingressos pela internet e limitação de 50% da capacidade de público. Diversas atividades também voltaram a ser permitidas, como a autorização para música ao vivo em bares e restaurantes, casamentos, batizados e cerimônias diversas também podem voltar a acontecer, mas com restrição na quantidade de público. A fase 6B tem previsão de 15 dias, após o período será feita uma avaliação. Vale lembrar que essa é a última fase de retomada de atividades. Veja aqui todas as mudanças da Fase 6B.
- Prefeitura inicia vacinação contra a raiva
A campanha antirrábica 2020 pretende imunizar 500 mil cães e gatos. Começou hoje (01/10), a campanha de vacinação contra a raiva, neste ano a campanha vai contar com 11 postos de vacinação drive-thru espalhados pela cidade. O programa “Se liga, bicho! Raiva é caso sério” conta ainda com 350 postos de vacinação fixos e cinco itinerantes. "A raiva é uma enfermidade infecciosa aguda que atinge os mamíferos, inclusive o homem. A doença apresenta taxa de mortalidade de cem por cento, daí a grande importância da campanha antirrábica anual. Tenho certeza que poderemos contar com toda a população para manter o controle da doença e contribuir com a saúde coletiva" — reforça a médica-veterinária Márcia Rolim, subsecretária de Vigilância Sanitária e Controle de Zoonoses. Em março deste ano, o estado do Rio de Janeiro registrou a primeira morte por raiva humana desde 2006, quando um adolescente de 14 anos foi mordido por um morcego em Angra dos Reis. A transmissão da doença acontece por meio da saliva de animais infectados, principalmente por mordidas, mas também podem ocorrer via arranhões e lambidas desses animais. No município, não há ocorrência de raiva humana desde 1986 (há 34 anos) e de casos da doença em cães e gatos desde 1995 (há 25 anos). A prefeitura recomenda que os tutores, usem máscaras para levar os pets para vacinar. É bom lembrar que a vacina é apenas para cães e gatos acima dos três meses de idade. Os cachorros devem estar com coleira e guia, e os gatos devem estar em caixas de transporte apropriadas. Veja aqui os endereços dos locais de vacinação.
- Margens de Um Rio: Época eleitoral
No início da minha vida, meus pais escolheram Rio das Pedras para ser nossa casa por ser um lugar com muitos imigrantes nordestinos e próximo da Barra da Tijuca, que na época era um bairro já desenvolvido e com oportunidades de emprego. Alguns anos após chegarmos na comunidade, ouvimos muito de um tal projeto Favela Bairro, que traria um sistema de saneamento básico, ruas estruturadas e asfaltadas, água encanada de qualidade, etc. Além dessas promessas, tinha uma em especial: "Vai ter uma ponte que ligará Rio das Pedras até a Barra da Tijuca". É incrível como Rio das Pedras é próximo da Barra, eu chutaria que de onde essa foto foi feita até o Península, sejam cerca de 3 ou 4 Km. Isso me fez refletir e entender que desde sempre os governadores, só se importam com a fachada da cidade. Reformam onde gringo pode passar e ver, mas dentro da favela, onde há muita necessidade, nem se importam em entrar fora de período eleitoral. É impressionante a superficialidade das ações de urbanização nas comunidades. As comunidades estão esquecidas e sem o mínimo de estrutura para sobreviver à uma Pandemia do tipo que estamos vivendo. Durante 4 anos ficamos de escanteio e quando chega nos meses que antecedem as eleições, aparecem candidatos de toda parte, usando da necessidade e desespero dos moradores para ludibria-los, fazendo acreditar que nos próximos anos estarão presentes. A verdade é que nossa dignidade é constantemente usurpada por políticos que só se importam em encher seus bolsos viver à custa de um povo que sofre para pagar suas contas e ainda colocar comida na mesa. Por isso, em época eleitoral, precisamos estar atentos à quem escolhemos como representantes.
- Quando a ansiedade é patológica?
Foto: Fernando @cferdo (unsplash) Por: Nayara Félix A ansiedade costuma surgir antes de algum evento muito importante que gera grande expectativa. É um sentimento comum em diversas situações cotidianas como: falar em público, entrevista de emprego, provas, procedimentos médicos e diversas outras ocasiões importantes, estressantes, situações inesperadas e/ou desafiadoras. Neste caso, a ansiedade é uma resposta a uma situação específica e não pode ser considerada uma doença ou desordem emocional, visto que há um motivo evidente para que o sentimento se apresente. Entretanto, ao persistirem os sintomas ansiosos sem qualquer motivação clara deve-se investigar a existência de TAG. De acordo com Dalgalarrondo o transtorno de ansiedade generalizada (TAG) caracteriza-se pela presença de sintomas ansiosos excessivos, na maior parte dos dias, por vários meses. (2019, p. 365). A persistência do sentimento ansioso gera dificuldade no relacionamento interpessoal, na elaboração de tarefas simples e atividades cotidianas, ocasionando queda na qualidade de vida e impedindo o bem-estar do indivíduo. Angustia, tensão, nervosismo permanente e irritação fazem parte do cotidiano de pessoas acometidas pelo transtorno. Os sintomas frequentes em quadros de ansiedade são: dificuldade de concentração, insônia, dificuldade em relaxar, angustia e irritabilidade constantes. Além dos sintomas mentais, a ansiedade gera diversos sintomas físicos tais como: dores de cabeça, dores musculares, dor e desconforto estomacal, tontura, taquicardia, sudorese e formigamento. Pesquisas realizadas em São Paulo e no Rio de Janeiro no ano de 2012 revelaram que 18,8% a 20,8% da população possuía algum transtorno de ansiedade nos últimos 12 meses e, pelo menos uma vez na vida 27,7% a 30,8% vivenciou algum episódio do transtorno. Em 2019 a Organização Mundial de Saúde (OMS) constatou que 9,3% dos brasileiros têm algum transtorno de ansiedade, sendo o país com a maior taxa de pessoas com esse transtorno no mundo. Deve-se evitar o autodiagnóstico, visto que transtorno de ansiedade deve ser identificado e tratado por um profissional habilitado. Psicólogos e psiquiatras estão aptos a investigar os sintomas, intervir de forma assertiva e averiguar a necessidade da utilização de algum medicamento para controle dos sintomas, visando sempre melhora na qualidade de vida da pessoa com TAG. Alguns recursos que podem controlar as crises de ansiedade são: Psicoterapia Prática de atividades físicas Manter uma alimentação saudável Realizar exercícios de respiração Meditar Escrever seus sentimentos em um caderno Dedicar mais tempo a atividades prazerosas, além das obrigações do dia-a-dia. Nayara Felix é graduanda em psicologia pela UERJ.
- Prefeitura refaz tubulações e asfalto na Quadra 4, Rua Nova
Funcionários da Secretaria Municipal de Conservação transforam a rua que a meses sofria com esgoto a céu aberto. Durante toda a manhã desta sexta-feira (25/09) agentes da Secretaria Municipal de Conservação trabalharam na Quadra 4, rua que vinha sofrendo com esgoto a céu aberto. Segundo o os agentes que trabalhavam no local, os serviços realizados hoje incluíram a troca da tubulação de esgoto que estaria toda danificada, e a troca do asfalto. Veja algumas fotos e vídeos do trabalho realizado: Fotos: Douglas Teixeira / Agência Lume.
- Chuva forte causa transtornos em Rio das Pedras
A frente fria, que afetou toda a cidade, deixou a principal via da comunidade alagada. Desde a madrugada desta terça-feira (22/09), os moradores do Rio de Janeiro vêm sofrendo com os impactos da chuva forte na cidade. O Centro de Operações da Prefeitura do Rio informou, às 8h15 da manhã, que o município entrou em Estágio de Atenção – o alerta é o terceiro nível, em uma escala de cinco, e indica que rotina da população já foi impactada com os transtornos causados pela chuva. A comunidade de Rio das Pedras, que sofre historicamente com as enchentes, foi mais um local afetado na cidade. No início da manhã, diversas regiões do local, como Areal 1 e 2, Areinha e Rua Nova, já estavam com bolsões d’água. Por vezes, o alagamento também era piorado pelo lixo deixado nas ruas. A Avenida Engenheiro Souza Filho, principal via da comunidade, foi uma das mais prejudicadas. Durante a tarde, ônibus e carros particulares tiveram dificuldade em cruzar a via nos dois sentidos, que estavam tomados pela água. Por esse motivo, alguns trabalhadores da comunidade tiveram dificuldade de ir ou chegar do trabalho. A previsão do tempo para amanhã (23/09), ainda é de chuva, que poderá ser de fraca a moderada isolada, na cidade. A recomendação é, para quem puder, permanecer em casa. Confira abaixo algumas imagens dos transtornos causados pela chuva em Rio das Pedras:
- Família protesta contra morte de jovem em farmácia de Rio das Pedras
O protesto aconteceu na manhã desta terça-feira, Weleisom teria tentado comprar um remédio na drogaria, mas teria sido impedido por não estar usando máscara. Por: Rô Tavares, Gabrielle Teles, Fernanda Calé, Douglas Teixeira e Wellington Mello. Na manhã desta terça-feira (22/09), familiares e amigos do jovem Weleisom Silva Ferreira, de 32 anos, realizaram um protesto pedindo por justiça, após o jovem ter morrido dentro de uma grande rede de farmácias na comunidade de Rio das Pedras, segundo a família teria havido omissão de socorro. O jovem, que faleceu na noite de sexta-feira (18/09), teria sido impedido de entrar na farmácia para comprar um medicamento para asma, pois estava sem máscara. Segundo um amigo que o acompanhava, Weleisom teria tomado Berotec quando conseguiu entrar no local, mas, após ingerir o remédio, teve convulsão e veio a falecer no estabelecimento. Veja também: Homem morre após ficar sem remédio para asma, família acusa rede de farmácias de negar atendimento. O protesto começou em frente a grande rede de farmácias e seguiu para avenida Engenheiro Sousa Filho, próximo à rua do Amparo. Os familiares e amigos fecharam as duas pistas com caçambas de lixo por aproximadamente 20 minutos, até uma viatura da Polícia Militar chegar ao local, conversar com os manifestantes e retirar as caçambas da pista. A família, que já registrou um boletim de ocorrência na 32° DP no bairro da Taquara, pede as imagens das câmeras para saber o que de fato aconteceu com o jovem Weleisom. Para a Agência Lume, a Polícia Civil informou que as investigações estão em andamento, e que testemunhas e funcionários da rede de farmácias já estão sendo intimados para prestar esclarecimentos. A Agência Lume tentou contato com a rede de farmácias mas até o momento não conseguimos nenhuma resposta. “Meu filho tinha crise de bronquite, ele veio para comprar uma bombinha, eles deram outro remédio que até hoje ninguém sabe onde tá esse remédio, porque sumiram com o frasco. Deixaram meu filho caído morto e continuaram com o atendimento na farmácia. É desumano, ninguém me procurou para falar nada. Nada fizeram e o meu filho caído ali dentro!”, lamentou Cláudia, mãe do jovem, durante o protesto. Veja alguns momentos do protesto: As manifestações continuaram durante a tarde. Para entender melhor o caso, acesse a matéria clicando aqui.
- Homem morre após ficar sem remédio para asma, família acusa rede de farmácias de negar atendimento
A morte aconteceu na noite da última sexta-feira (18/09), o homem de 32 anos estava sem máscara e por isso funcionários teriam o impedido de entrar no estabelecimento. Por: Fernanda Calé e Wellington Melo. Matéria atualizada em 22/09/2020, às 14h05. Weleisom Silva Ferreira de 32 anos, morreu após ficar sem seu remédio para asma, o morador da comunidade de Rio das Pedras tentou comprar o medicamento em uma farmácia na comunidade, mas teria sido impedido de entrar por estar sem máscara. O caso aconteceu na noite da última sexta-feira, em uma loja de uma grande rede de farmácias, em Rio das Pedras. Segundo a família, Weleisom chegou a ficar sem ar e só entrou no estabelecimento após um amigo conseguir uma máscara para ele, os funcionários teriam vendido a ele um medicamento, mas o homem não resistiu e acabou falecendo dentro do estabelecimento. Wesley, irmão da vítima, disse a Agência Lume que Weleisom costumava usar uma bombinha quando a asma atacava e que o jovem já estava sem ar quando finalmente foi atendido: "Quando o amigo dele chegou com a máscara ele tava muito fraco e sem força, mas conseguiu entrar, falaram lá que deram o remédio na mão dele e ele tomou o remédio sozinho. Falaram que foi Berotec, mas Berotec não pode vender sem a receita. Se passa da dose pode acontecer oque aconteceu." Ana Patrícia Rodrigues, era chefe de Weleisom, ela conta que recebeu uma ligação e foi avisada que um funcionário estava desmaiado, e que ao chegar ao local foi informada pela gerente da farmácia que os funcionários haviam atendido Weleisom e dado a ele um remédio: " A gerente me informou que ele entrou pedindo ajuda, e remédio, e ela deu a ele, só que quando vi ele caído no chão eu e meu esposo corremos para chamar ambulância e ao mesmo tempo ver um carro nosso para levar ele, e nesse meio tempo da correria ele teve convulsão." Ana Patrícia também falou sobre a tentativa de conseguir atendimento com uma ambulância que passava no local: "Quando vi ele caído no chão eu e meu esposo corremos para chamar ambulância e ao mesmo tempo ver um carro nosso para levar ele, e nesse meio tempo da correria ele teve convulsão e os funcionários da farmácia nem se quer vieram ajudar, vieram pessoas da rua para poder puxar a língua dele, meu esposo quando viu Corpo de Bombeiros passando a gente gritando pedindo ajuda eles não pararam. Meu esposo de moto jogou a moto na frente deles e meio que obrigou eles a virem, senão ele ia denunciar a eles, eles vieram de má vontade." "Todos que estavam tentando ajudar correram para a ambulância pedindo para eles correrem pois ele estava tendo uma convulsão, e mesmo assim eles reclamando que não era chamado deles, que não era assim que funcionava. Um dos socorristas da ambulância chegando, eu implorando para correr e ajudar, eles vieram reclamando. Nas câmeras da pra ver na entrada eu xingando ele, quase ia para cima dele, ele entrando apenas olha nem se quer faz uma massagem ou vem com oxigênio. A médica chegando só olha, não nos da explicação nem nada. A gente 'perguntando vocês vão só olhar não vão fazer nada?', depois de um tempo a médica começa fazer suposições ... a gente pedindo o frasco do que deram pra ele ao pessoal da farmácia, eles esconderam e não quiseram mostrar, mas a gerente me afirmou que deu remédio a ele e depois tomou dele quando ele caiu no chão". Segundo pessoas que estavam no local, e a família da vítima, houve negligência no atendimento, tanto da equipe da farmácia, como dos socorristas que estavam no local. A família registrou o caso na 32ª DP, localizada no bairro da Taquara em Jacarepaguá. O que dizem os citados: A Agência Lume entrou em contato com a Polícia Civil, mas até o momento da publicação desta reportagem a assessoria de comunicação do órgão ainda buscava informações sobre o caso. Nós também entramos em contato com o Corpo de Bombeiros, e fomos informados que deveríamos entrar em contato com a SAMU. A SAMU por sua vez, informou a nossa equipe que não tem nenhum registro do atendimento do caso, e disse que deveríamos entrar em contato com a Defesa Civil para saber quem removeu o corpo. A assessoria de comunicação da Defesa Civil disse que não tem as informações, e que deveríamos entrar em contato com o Corpo de Bombeiros. Voltamos a falar com o Corpo de Bombeiros, fomos informados que eles também não tinham nenhuma informação, e sugeriram a nossa equipe que entrasse em contato com a Polícia Civil. A Agência Lume entrou em contato com a rede de farmácias, mas até o momento não tivemos nenhuma resposta. ATUALIZAÇÃO: Procuramos a Assessoria da Polícia Civil, que nos informou que as investigações estão em andamento. E que a equipe da delegacia aguarda o laudo cadavérico para a confirmação da causa mortis. As testemunhas e os funcionários da farmácia serão intimados para prestar esclarecimentos.
- O problema do lixo em Rio das Pedras: o dever é só do Estado?
Como a falta de cidadania e coletividade pode agravar o descaso das autoridades. Por: Fernanda Calé. O lixo é um problema para todas as comunidades do Rio de Janeiro, mas não só nas comunidades, o lixo está onde estamos. A produção é diária, ela nunca para, e cada um de nós contribuímos para isso. Em Rio das Pedras não seria diferente, um lugar com tantos moradores produz diariamente uma grande quantidade de resíduos. Mas diferente de outros lugares, na comunidade a coleta é feita em pontos específicos, já que os caminhões não entram em pequenas ruas. Segundo a Comlurb, empresa responsável pela coleta de lixo na cidade, o lixo é recolhido em Rio das Pedras duas vezes por dia, em diferentes pontos, mas isso não impede que ele volte a acumular, são muitas pessoas. E mesmo com a instalação de caçambas, e de pontos específicos para o descarte, continuamos vendo o lixo no meio das ruas. Montanhas que se formam ao lado de uma caçamba vazia. Por que? Na semana passada noticiamos com alegria a limpeza de uma galeria na Estrada de Jacarepaguá próximo a Paróquia São João Batista, a situação era crítica, o esgoto não escoava e tomava toda a pista. Mas o que entupiu a galeria? Dias depois da limpeza voltamos a ver muito lixo na rua, enquanto a caçamba... Será que a galeria vai continuar limpa? É nosso dever exigir que a Prefeitura e a Comlurb limpem, disponibilizem mais caçambas, compactadoras, e todo o auxílio necessário, mas se jogamos o lixo fora dos locais adequados por preguiça, a culpa é de quem? Uma passagem de pedestres na Engenheiro foi tapada pelo lixo. A culpa é de quem? A Comlurb poderia fazer a coleta mais vezes por dia? Talvez. Precisamos de mais caçambas e compactadoras de lixo? Certamente. Mas e o descarte incorreto nas ruas e nos rios? É culpa deles? Falta coletividade, falta cidadania em Rio das Pedras. Falta entender que temos sim deveres. Temos sim que exigir, mas temos que fazer também. E o que é cidadania? Cidadania é a prática dos direitos e deveres de um indivíduo em um Estado. Os direitos e deveres de um cidadão andam sempre juntos, já que o direito de um cidadão implica necessariamente numa obrigação de outro cidadão. Façamos a nossa parte hoje, sem esperar que os outros façam, ensinemos nossos filhos hoje, e talvez amanhã possamos ter uma comunidade diferente.
- A Sociedade e o Suicídio
Por: Sandro Bernardo. Desde que era criança, a morte sempre foi um assunto que me chamou muito a atenção, uma mistura de fascínio e medo. O mistério, o assombroso e o fantástico que sempre estava envolto me atraía e ainda mais a proibição dele. Sim, a morte é um assunto proibido de se falar, ainda. A morte traz uma verdade que muitos temem, a vida tem um fim. Então vamos existindo como se ela, a morte, não existisse. Não queremos que ela exista porque é uma verdade que não conseguimos mais lidar e claro, a afastamos até quando for possível, assim tudo que está relacionado a morte também é afastado. Caitlin Doughty em seu livro “Confissões do Crematório” (Smoke Gets in your Eyes, 2014) fala sobre como a sociedade afasta a existência da morte: “Podemos nos esforçar para jogar a morte para escanteio, guardando cadáveres atrás de portas de aço inoxidável e enfiando os doentes e moribundos em quartos de hospital. Escondemos a morte com tanta habilidade que quase daria para acreditar que somos a primeira geração de imortais. Mas não somos. Vamos todos morrer e sabemos disso” Basta pensar em como lidamos com o luto. Geralmente quem sofre uma perda é forçado a sair do luto e ser feliz e seguir com a vida. O show deve continuar na Sociedade do Espetáculo, então coloque um sorriso no rosto e seja mais uma pessoa que contribui com a sociedade. Mas a que custo? Nossa sociedade, dentro redes sociais e novos padrões de relacionamentos nos faz acreditar que temos que estar bem o tempo todo, felizes, sorrindo e, o mais importante, gerando lucro e não incomodando. E cada vez mais escondemos emoções, choros e angústias no peito, sem saber o que fazer com tudo isso. Claro, essas energias vão para algum lugar, se alojam no corpo, numa dor de cabeça, aperto no peito, taquicardia, choro excessivo e sem sentido, crises de ansiedade e, até mesmo, numa ideia suicida. E aqui chegamos no ponto da questão, a razão desse texto. O Suicídio. Quando perguntei nos stories do Instagram o que vinha à mente quando se fala em suicídio obtive as seguintes respostas: dor, depressão, falta de opção, desalento, desespero, angústia, medo, compaixão, porta de saída, cometer, nada, acabar com o sofrimento, uma triste libertação, limite da alma, o que leva alguém a tirar a própria vida e coisas relacionadas a isso. Todavia, a resposta que mais me chamou a atenção foi: “eu nem penso em entrar na conversa, pra evitar pensamentos negativos. Esta última resposta me deixa com a pulga atrás da orelha pelo fato de demonstrar o que conversamos no início, tentamos afastar o que nos desagrada. E a primeira coisa, é: devemos aprender a falar sobre isso de forma natural e sem julgamentos. Alguém que está prestes a tirar contra a própria vida está sofrendo com uma dor inimaginável e não tem como eu ou você, saber o que é essa dor, não nos cabe julgar. O julgamento apenas afasta e joga pouco a pouco, o outro nos braços do desespero. Precisamos falar sobre suicídio para tirar o tabu do assunto, com o objetivo de trazer para perto aqueles que pensam nisso, abrir um espaço de diálogo olho a olho, sendo sinceros e genuínos. A ignorância (falta de conhecimento) gera tanta intolerância, muitas vezes, vem revestida de religião ou conhecimento pseudocientífico que nos tornam pessoas inaptas em lidar com o ideário suicida. Precisamos encontrar novas formas de falar de assuntos tão antigos quanto o tempo. A Fé é um excelente caminho, a crença que as coisas podem mudar e todos são capazes de reescrever sua história, uma religião pode trazer alento, desde que seja acolhedora buscando entender o outro e não apenas querendo que ela siga ritos e preceitos. Se pôr disponível para ouvir e não apenas falar, escutar com atenção verdadeira aquele que sofre pode ajudar com a conexão necessária para trazer acolhimento e não agir de forma que acalme a consciência daquele que deveria auxiliar, achando que fez o que poderia. Não se sentir seguro em lidar com situações assim é normal, cabe a nós entender nossas possibilidades e encaminhar quando necessário para aqueles que possam, profissionais de saúde mental ou centro de apoio. O CVV (Centro de Valorização da Vida), tem atendimento 24 horas através do telefone 188, além de SPA em faculdades de psicologias ou serviços de atendimento social. O mais importante é lembrar que você não está só. Sempre haverá alguém que está ao seu lado e disposto a te ajudar. Sandro Bernardo, é psicólogo clínico desde 2016. Formado pelo IBMR e graduando do curso de Letras - Inglês da Estácio de Sá. Morador de Rio das Pedras a vida toda, montou o Movimento Crescer como forma de retornar para a comunidade o seu conhecimento. Este projeto é uma forma de trazer o atendimento psicológico de forma acessível para todos e com palestras levar o conhecimento psi para fora do consultório.










