Fake News sobre a História de Jacarepaguá
- IHBAJA
- há 5 dias
- 3 min de leitura

Por: Val Costa.
Professor de Geografia e membro do IHBAJA.
Fake News são notícias falsas publicadas por veículos de comunicação como se fossem informações reais. Historicamente, considera-se o dia 1º de abril como o Dia da Mentira. A versão mais conhecida para a criação dessa data remonta ao século XVI, quando o rei francês Carlos IX decidiu que o Ano Novo seria celebrado no dia 1º de janeiro, devido a adoção do calendário gregoriano.
Anteriormente, o Novo Ano era comemorado durante uma semana, do dia 25 de março ao dia 1º de abril. As pessoas que ainda insistiam em celebrar a data nesse período eram chamadas de “bobas de abril”. No Brasil, a primeira alusão ao Dia da Mentira apareceu em 1º de abril de 1828, quando um periódico mineiro apresentou uma manchete falsa sobre a morte de Dom Pedro I.
Há algum tempo, estão circulando informações mentirosas sobre a História da Baixada de Jacarepaguá nas redes sociais. Recebi muitas mensagens de amigos, alunos e conhecidos que questionavam a veracidade delas, por isso resolvi desmenti-las na coluna do IHBAJA desse mês. Boa Leitura!
O Tanque era o local das lavanderias da Corte Imperial.
Mentira! A família imperial morava no Paço de São Cristóvão e não teria sentido levar a roupa da corte para ser lavada em Jacarepaguá, principalmente naquela época, pois os acessos aos engenhos que existiam no local eram precários. O bairro do Tanque tem esse nome porque lá existia um reservatório de água para os muares que puxavam os bondes matarem a sede.
O "Pechincha" era um lugar onde o povo ia pechinchar para comprar as roupas usadas que a corte não queria mais e mandava vender ao povo.
Mentira! O bairro do Pechincha tem esse nome porque nesse local existia um comércio de "secos e molhados", que vendia produtos muito baratos.
A "Freguesia" era o lugar onde vendiam os produtos de limpeza geral e das lavagens das roupas da corte.
Mentira! A Freguesia tem esse nome pois lá ficava a Matriz da Freguesia de Nossa Senhora do Loreto e Santo Antônio de Jacarepaguá.
"Tá a Quarar" era o local onde as roupas da Corte secavam, pois possuía campos grandes e ensolarados.
Mentira! “Taquara” é uma denominação comum a várias espécies de gramíneas nativas da América do Sul, a maioria com caules ocos e segmentados em gomos. Essas gramíneas eram comuns na região durante o período imperial.
O "Campo do Anil" era reservado só para as roupas brancas ficarem mais claras.
Mentira! No bairro do Anil, no século XIX, existiam muitas anileiras verdadeiras, da onde se retirava o índigo, que era usado como corante natural e vendido para as indústrias têxteis.
A "Praça Seca" era o lugar onde se passavam as roupas com os ferros à brasa, que, posteriormente, eram entregues aos cocheiros, que iam buscá-las limpas com as suas carruagens.
Mentira! No século XVIII, o 4° Visconde de Asseca - Martim Correia de Sá e Benevides Velasco - doou à comunidade local uma área para a criação de um jardim. O espaço ganhou o nome de Largo do Visconde de Asseca, depois Largo d’Asseca e, por fim, nomeado pela população de “Praça Seca”.
A Vila Valqueire chamava-se, originalmente, de Vila de "V alqueires".
Mentira! Em meados do século XVIII, o dono das terras onde hoje está o bairro da Vila Valqueire era Antônio Fernandes Valqueire. Naquela época, os moradores do local se referiam ao povoado como sendo a "Vila do Valqueire".

Val Costa é professor de Geografia e Membro do Instituto Histórico da Baixada de Jacarepaguá.
Comentários