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  • Dia de Rio das Pedras: Estamos em construção

    Foto: Douglas Teixeira / Agência Lume O Dia de Rio das Pedras chegou e, aproveitando a onda das comemorações dos cinco anos da Agência Lume, resolvemos brincar de historiologia/futurologia para fazer um balanço histórico de Rio das Pedras enquanto adivinhamos seu futuro. Esse tipo de exercício é muito arriscado, porque o futuro não pertence a ninguém e o natural é que muitas tendências acabem indo na contramão do que previmos. A verdade é que todo esse texto, daqui a cinco anos (ou menos), pode simplesmente azedar como leite em cima da pia no verão. Mas vale ressaltar que os futuros possíveis só se tornam reais se a vontade presente de realizá-los de realmente existirem. Então, depois dessa introdução que mais parece um 'mea culpa' adiantado, vamos juntos trazer um pouco do que analisamos criticamente sobre o nosso território. Pensamos em trazer essas análises com base no que acompanhamos no território, sendo a Agência Lume a organização que trabalha cobrindo jornalisticamente Rio das Pedras, e, por isso, acompanha muitas iniciativas e atividades nas áreas culturais. A propósito, todos os tópicos tratados neste texto têm a ver com cultura, educação e identidade local, área na qual atuamos e, por isso, temos mais embasamento. O que vimos até aqui Apesar dos colaboradores da Lume, em sua maioria, serem moradores ou ex-moradores de Rio das Pedras, para fazer nosso exercício de historiologia vamos focar no período de 2020 a 2023, justamente porque foi nesse período que começamos a acompanhar profissionalmente as tendências e novidades do nosso território. Quem vive ou viveu em Rio das Pedras sabe que, apesar de ser a segunda maior favela do Rio de Janeiro, nunca tivemos a mesma quantidade de projetos sociais ou equipamentos culturais públicos que existem em outras grandes favelas da cidade. E sim, é possível afirmar isso sem, necessariamente, criticar o que já conquistamos até aqui e nem criticar os avanços em outras áreas periféricas. A verdade é que, por precisarmos lutar pelo saneamento básico, mais unidades de saúde, escolas e, principalmente, creches — questões importantes e de primeira necessidade — não tivemos tempo para pleitear equipamentos culturais e/ou apoios às organizações sociais já existentes no território. Crescemos com a visão de que "nunca tem nada em Rio das Pedras" , e aqui vamos entender esse "nada" como opções de cultura e lazer gratuitas. A verdade é que essas opções são escassas não só em Rio das Pedras, mas também nos bairros do entorno. Seguindo com o exercício da historiologia, em 2020 acompanhamos um fortalecimento da rede local de organizações sociais, muito pressionado pelo contato da pandemia de COVID-19. Sofreremos bastante, mas, olhando para trás, a necessidade nos fortaleceu e exigiu a criação de estratégias conjuntas para ajudar os moradores. E, apesar de tantas pessoas queridas terem nos deixado, o sofrimento deixou seu legado. A partir de 2021, vimos algumas organizações sociais surgindo e tantas outras ganhando força e representatividade, o que fez com que os movimentos sociais de Rio das Pedras voltassem a debates populares sobre melhores condições de vida. Panorama atual Todo o movimento visto até 2023 fez com que chegássemos ao momento atual, com a comunidade sendo mais vista e também representada nos debates públicos. Surgiram mais editais que incluíam Rio das Pedras e, com isso, mais possibilidades. Outro movimento importante é o das iniciativas que buscam olhar para o passado, para que, dessa maneira, possamos construir um futuro mais representativo. Estamos buscando mais a nossa própria história. Entendemos que é preciso, sim, lutar por demandas urgentes, mas não podemos deixar toda uma geração de mestres e mestras ir embora sem passar adiante o seu legado. Se, nos anos anteriores, as gerações de 1970, 1980 e 1990 plantaram as lutas por moradia, saneamento básico e mais dignidade, agora as novas gerações estão colhendo a representatividade de que tudo produziu isso. Com a juventude (não tão jovem assim) devolvendo os conhecimentos da academia para o território. São professores, historiadores, geógrafos, cientistas sociais, enfermeiros, assistentes sociais, comunicadores e tantos outros que estão pensando o território de acordo com suas vivências, aliadas aos aprendizados acadêmicos, o que gera uma riqueza de conteúdos e materiais que, no futuro, poderão ser utilizados nos âmbitos educacional, cultural e social. Brincando de prever o futuro E agora chegou o temido momento de praticar a futurologia: prever o futuro, ou os futuros possíveis. Como já disse o Dr. Estranho em Vingadores: Guerra Infinita, existem mais de 14 milhões de futuros possíveis, mas, diferente do filme, podemos trabalhar para que a maioria deles seja positiva. Assim, evitando narrar exatamente o que esperamos que aconteça, vamos elencar algumas tendências que estão despontando fortemente e que podem povoar esse futuro ainda desconhecido. Fortalecimento das redes locais Entendemos, por aqui, que a representatividade só pode ser construída se formos nós — moradores e agentes locais — os responsáveis ​​por pensar e desenvolver o nosso próprio território, respeitando aqueles que vieram primeiro e suas histórias. Por isso, é importante que as redes locais se respeitem mutuamente e reconheçam o trabalho dos que já trilharam esse caminho. E sim, é permitido inovar e pensar diferente, mas sempre respeitando e entendendo que não estamos em disputa. No futuro, as redes locais fortalecidas serão a garantia de que os projetos desenvolvidos serão realmente alinhados às necessidades do território e às suas tradições, podendo representar grandes avanços em áreas que ainda hoje exigem mais atenção. Luta por mais cultura Como comentado anteriormente, estivemos, por anos, envoltos em temas essenciais à vida humana, e que ainda não foram atendidos adequadamente em Rio das Pedras (algumas questões nem atendidas foram). Mas é importante que, nos próximos anos, nos dediquemos à busca por mais equipamentos e ações culturais. Atualmente, já conseguimos enxergar ações culturais que são frutos de muito esforço e articulação de projetos sociais locais. Quem sabe, no futuro, tenhamos mais espaços para o desenvolvimento dessas ações e o apoio necessário para que elas sejam cada vez mais frequentes. A força das novas gerações O mundo digital cresce rápido e se desenvolve, e, com ele, novas gerações chegam sedentas para ver a mudança sonhada acontecer. Querem participar, contar suas histórias e, principalmente, querem ser ouvidos. Quem achou que era 'nova geração' hoje já está na faixa dos 30 a 40 anos. Por isso, para construir o futuro, será preciso abrir mão das vaidades e escutar, mas não apenas escutar: também abrir espaço e apoiar. A nova juventude virá orgulhosa da representatividade conquistada. Eles largaram nessa corrida muitos metros à frente, recebendo de nós o bastão para ver no horizonte distante uma brisa de linha de chegada. Serão eles que tornarão mais longevas as iniciativas existentes hoje, porque, sem eles, o presente será apenas mais uma história a ser relembrada. Estamos em constante construção Neste Dia de Rio das Pedras, vamos todos fazer o exercício de olhar para dentro: como podemos construir o futuro hoje? Será que nos meses de setembro que virão teremos mais motivos para comemorar o presente ou seguiremos falando, com saudosismo, das alegrias do passado? A confirmação ou negação das tendências depende de nós. Independente do seu trabalho, pergunte: "Não que eu posso melhorar hoje?" Será que meu melhor é buscar o local correto de descarte para o meu lixo? Será que o meu melhor é estar mais presente nas atividades escolares do meu filho? Ou o meu melhor é ser voluntário em alguma organização social? Só você tem essa resposta, mas tenha certeza de que estaremos juntos nessa jornada.

  • Exposição Memória Climática das Favelas chega a Rio das Pedras para fortalecer memória e luta ambiental

    Foto: Alexandre Cerqueira / ComCat Até 13 de setembro, mostra itinerante leva debates sobre clima, moradia e justiça social para instituições da comunidade. Veja o calendário completo: Rio das Pedras, inaugurou nesta semana uma importante etapa da exposição Memória Climática das Favelas, que ficará aberta ao público e passará em diversos pontos do território entre os dias 1 e 13 de setembro, das 10h às 16h. A exposição foi lançada no dia 3 de maio deste ano pela Rede Favela Sustentável, e chega a Rio das Pedras com o apoio do coletivo de comunicação popular Conexões Periféricas RP, junto aos movimentos sociais e instituições da comunidade, a mostra coloca a favela na linha de frente da discussão sobre as mudanças climáticas, a relação com a natureza e o futuro coletivo. A exposição revela como a memória e saberes dos moradores de Rio das Pedras, e de outras nove favelas, são ferramentas essenciais para enfrentar os desafios ambientais e sociais que afetam as favelas do Rio de Janeiro. Ela destaca também o inseparável entre o debate climático, o direito à moradia digna e a luta por justiça social, ressaltando o papel ativo da comunidade local em criar soluções e construir resistência. A programação vai circular em espaços diversos de Rio das Pedras, dentre eles escolas, centros culturais e clínicas família, incentivando a participação de toda a comunidade. Alguns dos locais que estão recebendo a exposição são o Projeto Social Semeando Amor, o Colégio Estadual CAIC Euclides da Cunha, o Ponto de Cultura Social e Esportivo Cine & Rock, e a Clínica da Família Helena Besserman Vianna. Douglas Heliodoro, professor e representante do coletivo Conexões Periféricas RP, destaca a importância da iniciativa: “Essa exposição é a prova de que a memória coletiva é um instrumento de luta. Ao registrar como sempre enfrentamos as mudanças do clima, Rio das Pedras não está só olhando para trás, está se armando de conhecimento para demandar um futuro mais justo e sustentável. Levar essa exposição para as escolas é plantar uma semente de pertencimento e ação. É mostrar para nossas crianças e jovens que a solução para os desafios climáticos também moram na sabedoria da sua própria favela. Aqui no território, a memória coletiva não é algo do passado, mas sim uma importante ferramenta que nos ajuda a entender o presente e construirmos um futuro mais seguro e justo ambientalmente. As lutas e saberes apresentados nesta exposição, mostram como a favela é potência e vem construindo tecnologias sociais e soluções ao longo de sua história." Como surgiu a exposição Roda de Memória Climática de Rio das Pedras | Foto: Alexandre Cerqueira / ComCat A Rede Favela Sustentável explicou que a ideia de levantar a 'memória climática das favelas' nasceu no GT de Cultura e Memória Local da Rede Favela Sustentável, em 2021, com o objetivo de resgatar e registrar as memórias e histórias que guardam os moradores de longa data das favelas do Rio de Janeiro, sobre o tema do clima, "para que possamos enxergar formas de nos preparar para as mudanças climáticas que estão por vir". A organização reforçou que o tema é, tradicionalmente, raramente abordado, apesar de ter sido sempre muito presente no cotidiano das favelas. Em mais de 50 reuniões, dez dias de rodas de conversa e exposições parciais, entre 2022 e 2024, o projeto e exposição, Memória Climática das Favelas, foi desenvolvido a partir do conhecimento produzido e registrado em rodas de conversa, com a participação de 382 moradores, realizadas em dez favelas da capital fluminense, entre 2023 e 2024. "(...) a exposição final busca reconhecer a importância das memórias que protagonizam vivências faveladas do Rio de Janeiro, para gerar um futuro de realização de direitos, resiliência climática, florescimento e valorização do conhecimento ancestral destes territórios. Traz conhecimentos inusitados e demarca as favelas como centrais nas discussões sobre mudanças climáticas e o futuro que queremos." - destaca a organização. Confira a programação completa e participe: 1 e 2/09: Projeto Social Semeando Amor (Rua Espada de São Jorge, 405, Areal 1); 03/09: Projeto Social Recanto da Areinha; 4 e 5/09: Colégio Estadual CAIC Euclides da Cunha (Av. Eng. Souza Filho, 0, Itanhangá); 06/09: Pré-Vestibular Social Construindo o Saber (Av. Eng. Souza Filho, 0, Itanhangá); 07/09: Ponto de Cultura Social e Esportivo Cine & Rock (Estrada de Jacarepaguá, 3640); 09/09: Espaço Cultural Celinho (Vila Joel, 38); 10/09: Escola Municipal Rio das Pedras (Estr. de Jacarepaguá, 3335); 11/09: EDI Professora Emília Maria Vieira de Oliveira (Rua Velha, s/n) *local à confirmar; 12 e 13/09: Clínica da Família Helena Besserman Vianna (Via Light, s/n); 14/09: Feira de Rio das Pedras (Via Light, s/n); Não perca a oportunidade de conhecer melhor a história e a força da favela de Rio das Pedras em relação ao clima e ao meio ambiente, e de fortalecer os laços de luta e resistência junto à sua comunidade.

  • Novo movimento cultural está unindo músicos e estúdios de dança para fortalecer o lazer em Jacarepaguá

    Foto: Isis Vieira / Forró d'Esquina Forró d'Esquina acontece nesta quinta-feira (04) no Bar do Telão na Freguesia. Veja: A região de Jacarepaguá, mais especificamente o bairro da Freguesia, está presenciando o nascimento de um novo movimento cultural que tem como objetivo incentivar a prática da dança de salão, apoiar empreendedores da área da dança e oferecer uma opção de lazer a preços populares. O Forró d'Esquina se prepara para sua segunda edição nesta quinta-feira, 4 de setembro, ocupando mais uma vez o Bar do Telão com muita música, dança e aquele clima de confraternização. A principal atração será o grupo Forró de Esmeralda, que traz um repertório cheio de xotes, baiões e arrasta-pés para manter a pista animada, com direito a sanfona, zabumba e triângulo. Os ingressos são vendidos antecipadamente e costumam ter boa procura, refletindo o entusiasmo dos moradores da região. Mais do que um baile, o Forró d'Esquina se configura como um projeto cultural que reúne músicos, professores de dança das escolas locais e o público em geral. A cada edição, os professores colaboram na criação de um ambiente acolhedor para iniciantes e veteranos, proporcionando interação e aprendizado espontâneo durante o baile. Foto: Isis Vieira / Forró d'Esquina A iniciativa, criada por Isis Vieira, produtora cultural e fotógrafa, surgiu para criar um espaço permanente para a prática do forró, fortalecer o trabalho dos profissionais da dança na região e promover o acesso à cultura popular como lazer e resistência. "Jacarepaguá é uma região com uma cultura muito rica, que conta com a mistura de pessoas de diversas idades, origens e interesses. O Forró d’Esquina foi pensado para romper as barreiras que ficam entre esses grupos, para que as pessoas de diferentes bairros se conhecessem e experimentassem algo novo, mas que também fosse de fácil acesso e a preço popular. Temos muitos desafios pela frente ainda mais estamos animados para fixar esse ponto de encontro para dançar forró bem perto de casa" - Comentou Isis. Para Vanessa Rodriguez, frequentadora do Forró d'Esquina e aluna de dois estúdios de dança na região de Jacarepaguá, o evento proporcionou a oportunidade de lazer mais próxima de casa: "Como aluna de dança de salão, senti falta de um baile só de forró. Todos são muito distantes, então eu nunca consegui ir. Quando soube que teria um baile perto, já fiquei ansiosa. Gostei muito do baile. O trio é ótimo. Tem coisa para comer e beber, o ambiente estava climatizado. Acho que, para o primeiro, foi muito bom. Só senti falta de mais espaço para dançar, coisa que se resolve facilmente. Mas a música estava boa, a energia das pessoas era de alegria, clima amistoso. Eu amei o evento!" Serviço: Onde: Bar do Telão - Freguesia de Jacarepaguá, RJ Data: Quinta-feira, 4 de setembro. Horário: A partir das 19h. Atração: Forró Esmeralda Ingressos: R$ 20 antecipado via PIX: forrodesquina@gmail.com (até o dia 03/09) e R$ 30 reais na porta do evento. Mais informações: Direct Instagram - @forrodesquina

  • Prefeitura realiza audiência pública para debater o planejamento estratégico da cidade

    Foto: Agência Lume. Evento aberto à população acontece neste sábado (06) no Pechincha. Veja como participar: A Prefeitura do Rio vai realizar uma Audiência Pública para discutir o Planejamento Estratégico do município para o ciclo 2025–2028. O encontro será realizado no dia 6 de setembro de 2025 (sábado), das 9h às 12h, na Areninha Jacob do Bandolim, localizada na Praça do Barro Vermelho, s/nº, Pechincha. O evento é aberto ao público e integra o processo participativo previsto na legislação municipal, possibilitando que os moradores dialogem diretamente com o poder público sobre as principais metas e iniciativas previstas para os próximos quatro anos. Mais detalhes e o documento oficial do plano estão disponíveis no portal Participa.rio . O que é o Plano Estratégico O Plano Estratégico da Cidade do Rio de Janeiro é um instrumento de gestão que orienta as ações e projetos da Prefeitura, organizando 88 metas e 134 iniciativas estratégicas para diferentes áreas, como saúde, educação, mobilidade urbana e desenvolvimento social. Elaborado com base em consultas públicas e dados levantados junto à população, o Plano “Rio Legado e Futuro” visa melhorar a qualidade de vida e manter a transparência na aplicação dos recursos públicos. Sua publicação ocorreu em agosto de 2025, subsidiando o debate das audiências e promovendo resultados mais eficazes para a cidade. Por que a participação popular é fundamental A presença e a contribuição direta dos moradores nas audiências públicas são essenciais para democratizar as decisões, aprofundar a transparência e fortalecer o controle social sobre as políticas municipais. Esse espaço permite que os cidadãos expressem suas necessidades, opiniões e sugestões, impactando a formulação e a implementação das metas e projetos. A participação ativa fortalece a legitimidade das ações da Prefeitura e resulta em políticas mais aprovadas aos interesses reais da comunidade.

  • EDI Emília Maria Vieira de Oliveira comemora 12 anos com palestra e exposição de trabalhos em Rio das Pedras

    Foto: Douglas Teixeira / Agência Lume Unidade reforçou identidade racial e legado de sua patrona em comemoração que reuniu estudantes, seus familiares e especialistas no tema racial. Na última sexta-feira (29/08), o Espaço de Desenvolvimento Infantil (EDI) Emília Maria Vieira de Oliveira comemorou seu 12º aniversário com uma programação especial que reuniu estudantes, responsáveis ​​e convidados na comunidade de Rio das Pedras. O evento principal foi a palestra “Mergulho Ancestral”, que abordou temas como negritude, racismo estrutural e colorismo, com participação ativa dos presentes. A palestra foi ministrada por Felipe Barbosa, coordenador da EBN Maritime na Shell e um dos fundadores da rede de equidade racial B-Power, e Leandro Pinheiro, gerente de contratos de pesquisa e desenvolvimento na Shell. Felipe destacou a importância do diálogo: “Foi muito rica a troca, teve muita participação dos pais querendo entender essa questão de autodeclaração, mas também de entender o que pautava a negritude, não só para eles, mas para os filhos também e foi uma troca muito enriquecedora. A gente ficou muito feliz.” Já Leandro acrescentou: “Nós tivemos a presença de vários pais para poder ter uma discussão riquíssima sobre ancestralidade, também falar um pouquinho sobre representatividade, também como o racismo acaba acaba afetando as relações no dia-a-dia." Após a palestra, todos os participantes foram convidados a prestigiar os trabalhos realizados pelas crianças em comemoração ao aniversário da unidade escolar. A diretora do EDI, Amanda Real, afirmou a relevância da escola para a comunidade local: "Hoje é um dia muito especial para todos nós, porque é a comemoração do 12º aniversário da nossa escola. Nós tivemos um dia recheado de memórias, histórias e muitas contribuições. Hoje nós gostaríamos de ressaltar, principalmente, a importância da escola para a comunidade local. [...] ter o Emília Maria de portas abertas é um momento muito importante, principalmente para essa troca, para conscientizar nossas famílias e assim também impactar o nosso território dessa importância da escola para a comunidade. Nós sempre, ressaltamos que assim como a clínica da família e outros serviços são importantes para a comunidade, a escola também é um espaço de construção, de formação e conhecimento. Nós também trouxemos toda representatividade. Emília Maria foi uma professora, uma mulher negra nordestina, recheada de memórias e muita significativa para a nossa escola, o nosso território." Foto: Douglas Teixeira / Agência Lume A diretora adjunta, Michele Gomes, ressaltou o trabalho de valorização da identidade racial: "Hoje nós culminamos o mês de agosto, um mês de celebração no mês da primeira infância, celebração também do aniversário da escola, encerramos com uma palestra muito especial com o tema mergulho ancestral. Eu acho que o trabalho com esse tema vai ao longo do ano, permeando o nosso o nosso currículo, o nosso projeto e o que a gente quer trazer tanto para as crianças, tanto para as famílias essa questão de um desenvolvimento de uma identidade racial positiva" Quem foi Emília Maria Vieira de Oliveira O EDI Emília Maria Vieira de Oliveira, inaugurado em 21 de agosto de 2013, foi nomeado em homenagem a uma mulher de força e determinação nascida em 1944 em São Félix, no Recôncavo Baiano. Filha de retirante, Emília Maria cresceu no Rio de Janeiro, onde sua mãe Martinha residiu com a família, primeiro em Nova Iguaçu e depois no Morro do Capitão Meneses, bairro da Praça Seca. Desde criança, Emília demonstrou paixão pela educação, dando aulas ainda aos sete anos para vizinhos, e dedicando sua vida ao magistério, concluindo seus estudos no Instituto de Educação Carmela Dutra em 1970. Apesar dos desafios pessoais, como perder a visão e se aposentar por invalidez, Emília Maria manteve seu amor pela educação até sua morte em 2006. Na ocasião da inauguração da unidade escolar, no ano de 2013, a filha de Emília Maria, a também professora Emília Vieira de Oliveira, agradeceu a homenagem: “Minha mãe era nordestina e veio para o Rio com 6 anos. Sempre moramos aqui nessa região, que também abriga muitos outros nordestinos. Infelizmente ela faleceu em 2006. Mas deixa um legado. Seu sonho sempre foi ser professora e dedicou sua vida à educação. É um orgulho muito grande saber que seu nome será referência aqui no bairro e que batiza um espaço voltado para o desenvolvimento e futuro de muitas crianças." A celebração reforça não apenas o aniversário da escola, mas sobretudo o compromisso com a valorização cultural, racial e educacional da região.

  • Cinco anos de Agência Lume: Reencontrar, aprender e pertencer

    Da esq. para dir. Fernanda Calé e Douglas Teixeira. | Foto: Acervo Agência Lume. Estamos na última semana do mês de agosto, momento especial para celebrar a conclusão dos nossos primeiros cinco anos de existência. Não foram anos simples, assim como este mês também não foi nada fácil, mas o que vale a pena nessa vida nunca é. Para muitos, o mês de agosto costuma se prolongar. Por aqui, a situação foi diferente. A equipe da Lume precisou de muita resiliência para vencer os desafios trazidos nos últimos 30 dias e muitas questões que fizeram com que agosto passasse voando. Lidar com adversidades sempre foi uma habilidade desejada em nossa equipe. Criar uma organização que trabalhe com comunicação periférica não é uma escolha fácil. Lembro-me dos primeiros dois anos, quando tudo era aprendizado e incerteza. Havia quem apostasse que não passaríamos do primeiro ano, e que, na verdade, tudo seria uma grande aventura que, em algum momento, chegaria ao fim. E, para falar a verdade, em muitos momentos isso quase aconteceu, mas o destino insiste em nos fazer insistir. Se em 2024 trabalhamos tanto a ponto de não parar para pensar, 2025 está sendo um ano de aprendizado, um ano para olhar para dentro, para se repensar, jogar fora velhos conceitos e certezas e plantar com calma uma boa safra para os próximos 5 anos. Uma hora esse momento de contemplação teria que chegar. Não somos mais os garotos recém formados com muitos sonhos e vontade de fazer, aliás, vontade essa que não permitia planejamentos, hoje a Agência Lume é outra. Quem observou percebeu que a correria deu lugar a organização, nada de correr atrás do que aconteceu há meia hora. Queremos tempo para tratar dos assuntos importantes com o fôlego que eles merecem. A Lume dos próximos anos não quer fazer a notícia pela notícia. A notícia precisa estar dentro de uma estruturação maior, que envolve um motivo, uma campanha comunicacional que atende a uma demanda real. Não somos mais pautados pelas emergências que nos tiram o foco dos problemas reais. Quando quebramos o paradigma do hard news, encontramos mais tempo para nossa equipe enxuta entender o território. É o respiro de calma que precisavámos para nos reentender. Nos próximos cinco anos, a Lume vai estar mais perto do contato social, queremos olhar nos olhos das pessoas e mensurar a intensidade do seu brilho, um impacto verdadeiro que os números de acesso digital nunca poderão nos dar. Nascemos em meio à pandemia e engatinhamos sem permissão de encontrar as pessoas antes de uma vacina; talvez por esse motivo demoramos a entender que mudar a visão externa sobre Rio das Pedras não é um trabalho que se faz apenas no campo da notícia pela notícia. Então, o futuro é o famoso 'advocacy' ? Poderíamos falar sobre ele sem problemas, mas termos em inglês jamais definirão a alegria de tomar um café com quem a gente admira, enquanto relembramos pessoas queridas que passaram por nosso território. Um termo em inglês nunca vai explicar a sensação de se sentir pertencente a uma história e perceber que existem outros malucos (ou chatos) que também se sentem exatamente iguais a você. Até porque, somos cariocas demais, periféricos demais e jacarepaguenses demais para nos definirmos por um termo em inglês. Desculpem se, nos últimos meses estivemos postando menos ou estivemos com menos tempo. Estamos aprendendo enquanto vivenciamos a vida extra telas. A Agência Lume dos próximos 5 anos está surgindo; no momento certo, vamos revelar seu rosto. Uma versão melhorada e mais calma, que vai unir seu característico impacto virtual com o que chamamos de "mão na massa", ou "olho no olho", ou, se ficar mais fácil, "comunicação com impacto social". Não se preocupem, desafiando todas as estatísticas (e qualquer bom senso) , nós continuamos. Continuamos na nossa busca pela promoção de representatividade, orgulho local e a valorização da nossa região, enquanto produzimos nossos conteúdos de comunicação que envolvem educação, cultura e resgate da memória local. E aí? Vamos juntos nos próximos cinco anos?

  • Carnaval 2026: inscrições para blocos de rua do Rio já estão abertas

    Desfile do Fregobloco no Carnaval 2024 da Freguesia. | Foto: Fernanda Calé/ Agência Lume Cadastro segue até 15 de setembro no site da Riotur. Veja o calendário completo: As inscrições para os blocos de rua que desejam participar do Carnaval 2026 do Rio de Janeiro já estão abertas a partir desta sexta-feira (15). O processo, que deverá ser realizado exclusivamente pelo site da Riotur , segue até dia 15 de setembro . Este ano, foram autorizados mais de 400 desfiles pela cidade. De acordo com a Riotur, a inscrição prévia é fundamental para o planejamento de logística, segurança, mobilidade e infraestrutura que envolve o carnaval de rua, considerada uma das maiores manifestações culturais do mundo . Após o fim da etapa de inscrições, as propostas passarão por análise até 16 de outubro . "O carnaval de rua do Rio é uma das maiores manifestações culturais do mundo e movimenta a economia criativa da cidade em larga escala. A abertura das inscrições marca o início de um trabalho que envolve planejamento e diálogo constante com os blocos e os órgãos públicos. Queremos garantir uma festa democrática, segura e ainda mais organizada em 2026" — afirma o presidente da Riotur, Bernardo Fellows. O processo inclui ainda um período para pedidos de revisão de parecer e emissão da documentação obrigatória. O carnaval de rua de 2026 está previsto para começar em 17 de janeiro. Calendário oficial do Carnaval de Rua 2026 15/08 – 15/09: Inscrições dos blocos de rua no site da Riotur. 16/09 – 16/10: Análise dos pedidos pelos órgãos municipais. 17/10 – 27/10: Liberação do Documento de Cadastro Preliminar ou Não Efetivado e prazo para pedidos de revisão de parecer. 28/10 – 03/11: Respostas aos pedidos de revisão e nova liberação de documentos. 11/04 – 01/12: Os blocos devem apresentar documentação complementar obrigatória junto à PMERJ, PCERJ e CBMERJ. 13/01 – 15/01: Upload dos documentos no site da Riotur e liberação após conferência. 16/01: Conclusão do processo com a emissão do documento de cadastro efetivado.

  • Câmara do Rio aprova criação da “Zona Sudoeste” com inclusão de Freguesia, Anil e bairros vizinhos

    Foto: Agência Lume. Projeto de lei muda denominação regional de áreas como Barra da Tijuca, Jacarepaguá e Recreio; texto segue para sanção do prefeito. A Câmara Municipal do Rio aprovou nesta quinta-feira (14), em segunda votação, o projeto de lei que cria oficialmente a Zona Sudoeste da cidade. A nova denominação vai vai fazer referência a área que engloba bairros como Freguesia, Anil, Barra da Tijuca, Recreio, Jacarepaguá, Praça Seca e outros. A proposta recebeu 32 votos favoráveis, dois contrários e quatro abstenções e agora segue para análise do prefeito Eduardo Paes, que terá 15 dias para sancionar ou vetar a medida. O projeto, de autoria do vereador Doutor Gilberto (SDD), não altera a estrutura administrativa da Prefeitura nem a cobrança de impostos como IPTU. Os bairros que devem fazer parte da futura Zona Sudoeste, se o projeto de lei for aprovado, pertencem administrativamente à Área de Planejamento 4 (AP-4) , que vai da Barra da Tijuca a Grumari, passando por áreas importantes da região de Jacarepaguá. Bairros que devem compor a Zona Sudoeste: Barra da Tijuca, Itanhangá, Joá, Recreio dos Bandeirantes, Camorim, Vargem Pequena, Vargem Grande, Grumari, Jacarepaguá, Gardênia Azul, Anil, Curicica, Cidade de Deus, Freguesia, Pechincha, Taquara, Tanque, Praça Seca, Vila Valqueire, Barra Olímpica.

  • A Praça Jauru e o bairro da Taquara

    Por: Val Costa. Professor de Geografia e membro do IHBAJA. As praças do bairro da Taquara estão entre as mais antigas e conhecidas do município do Rio de Janeiro. Esses espaços públicos são ambientes culturais que formam as identidades e as memórias de uma população, a partir, principalmente, do enaltecimento de seus valores simbólicos. As Praças da Soca, Gramado, Orleans e Sentinela materializam esse processo de construção de um sentimento de pertencimento a um determinado recorte espacial. O texto desse mês abordará uma outra importante praça desse bairro: a Jauru. Originalmente chamada de Praça Jaboticabal, recebeu o atual nome no ano de 1945, em uma homenagem ao município de Jauru, localizado no estado de Mato Grosso. Esse logradouro é a confluência de diversas vias importantes da região: a Avenida dos Mananciais, a Estrada do Tindiba, a Rua Ariperana e a Rua Aciás.   No século XVIII, a área da Taquara começou a ser loteada em diversas chácaras, que se espalhavam a partir do lugar onde hoje fica a Praça Jauru, indo até as áreas mais próximas da base do Maciço da Pedra Branca. O bairro também abrigou importantes fazendas e engenhos, que foram responsáveis pela produção de grande parte do açúcar feito na cidade do Rio de Janeiro. Podemos citar como exemplos desse passado colonial: o Engenho Novo, que ficava onde hoje está o Instituto Municipal de Assistência à Saúde Juliano Moreira; a Fazenda Rio Grande, hoje Condomínio Passaredo; o Engenho Velho da Taquara, atual localidade da Boiúna; e a Fazenda da Taquara. Essa última propriedade ainda possui um importante acervo arquitetônico que engloba a Capela de Nossa Senhora dos Remédios e Exaltação da Santa Cruz e a casa sede da fazenda, que foi usada como um dos cenários das gravações do remake da novela “Renascer”, exibida pela Rede Globo. Val Costa é professor de Geografia e Membro do Instituto Histórico da Baixada de Jacarepaguá.

  • Audiência pública vai debater criação de unidades de conservação na Baixada de Jacarepaguá

    Rio Papagaio. | Foto: Sidney Teixeira. Consulta pública ocorre em 16 de agosto e é resultado da mobilização dos moradores e ambientalistas pela proteção da Mata Atlântica e das lagoas; saiba como participar. A Prefeitura do Rio de Janeiro confirmou para o dia 16 de agosto a realização da audiência pública que discutirá a proposta de criação de novas Unidades de Conservação na Baixada de Jacarepaguá, uma das regiões de maior diversidade ambiental da cidade. O evento, organizado pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Clima, será realizado das 10h às 13h no auditório do Parque Natural Municipal de Marapendi, na Av. Baltazar da Silveira, 635, Barra da Tijuca. A consulta pública é aberta a toda a sociedade — órgãos ambientais, instituições de ensino e pesquisa, entidades públicas, organizações não governamentais, proprietários, empresários, associações de moradores e moradores em geral. Para garantir sua vaga, é necessário preencher a inscrição prévia online, já que o auditório tem capacidade para 100 pessoas. Clique aqui para acessar o formulário de inscrição para a audiência. Durante a audiência, será apresentada a proposta de criação de Unidades de Conservação que englobam as Áreas de Relevante Interesse Ambiental (ARIAs) da área perilagunar das lagoas de Tijuca, Jacarepaguá e Camorim, além da vertente oeste do Maciço da Tijuca. O estudo técnico e o mapa dos limites sugeridos podem ser consultados antecipadamente no portal da prefeitura. O encontro cumpre exigências legais e representa uma etapa fundamental para garantir a efetiva participação popular nas decisões que impactam o futuro ambiental da região. Clique aqui e acesse o estudo técnico. Mobilização dos moradores Moradores fazem trilha para reforçar a campanha Floresta Em Pé. | Foto: Douglas Teixeira / Agência Lume A realização da audiência pública é fruto de uma longa mobilização da comunidade local pela proteção desse patrimônio natural. A luta se intensificou nos últimos anos em ações coordenadas por associações como a Associação de Moradores e Amigos da Freguesia ( AMAF ) e a campanha Floresta em Pé Jacarepaguá. Atividades como trilhas, documentários e eventos educativos vêm ressaltando a urgência de preservar as florestas, nascentes, cachoeiras e áreas lagunares diante do avanço da urbanização e do desmatamento. Exemplo de resistência e valorização histórica é o Bosque da Freguesia , que possuiu uma área de aproximadamente 30 hectares, oferece uma variedade de atrações para visitantes de todas as idades. Entre as principais estruturas estão cerca de 2,5 km de trilhas para caminhadas e corridas, uma quadra poliesportiva, dois parques infantis e várias áreas para descanso e contemplação. A unidade foi criada oficialmente em 11 de dezembro de 1992, após uma série de mobilizações da população local que lutou pela preservação da área. Antes de se tornar um parque, a área fazia parte de uma antiga fazenda da família Catramby. Como participar da audiência pública Data e horário: 16 de agosto de 2025 (sábado), das 10h às 13h Local: Auditório do Parque Natural Municipal de Marapendi – Av. Baltazar da Silveira, 635, Barra da Tijuca, Rio de Janeiro (capacidade para 100 pessoas) Inscrição prévia obrigatória: formulário online para participação Conteúdo: apresentação dos estudos técnicos, mapa dos limites sugeridos, exposição das propostas e espaço para manifestação pública Acesso a informações e mapas: Portal do SIURB da Prefeitura do Rio

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