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Foto do escritorIHBAJA

Conjunto Sanatorial de Curicica, atual Hospital Municipal Raphael de Paula Souza, completou 70 anos em 2021

Atualizado: 3 de jun. de 2024


Podemos ver uma imagem antiga em preto e branco que mostra a construção de um prédio.
Obras do Sanatório de Curicica”, fotografia de 1950. / Fonte Base Arch da Casa de Oswaldo Cruz, Fiocruz.

Por: Janis CassĂ­lia.

Mestre em HistĂłria das CiĂȘncias e da SaĂșde / professora e pesquisadora do IHBAJA.

 

Inaugurado em 1951, o Conjunto Sanatorial de Curicica teve seu funcionamento iniciado em fevereiro de 1952 e foi destinado a internação de tísicos e do tratamento da tuberculose. A criação do hospital fazia parte do programa federal Campanha Nacional contra a Tuberculose (CNCT), do Serviço Nacional de Tuberculose (SNT) que propunha a erradicação da doença no Brasil em até 10 anos.

 
 

O tratamento para a tuberculose foi criado em 1946 e, portanto, acreditava-se que o isolamento dos doentes em Jacarepaguå, proporcionava solução para a disseminação e a cura através do tratamento pelo antibiótico estreptomicina.


O local escolhido para a criação do hospital era próximo a outro hospital de isolamento a ColÎnia Juliano Moreira e estava em terras da antiga Fazenda do Camorim. Assim, antes das obras foi necessårio a abertura e asfaltamento de vias de acesso para o material da obra.


O hospital foi projetado pelo arquiteto SĂ©rgio Bernades, em projeto de hospital pavilhonar, o que o tornou um exemplo arquitetĂŽnico Ășnico entre os hospitais de isolamento de JacarepaguĂĄ, na histĂłria da assistĂȘncia pĂșblica de saĂșde no paĂ­s e na histĂłria da tuberculose no Brasil. 


Em uma ĂĄrea de 25 mil mÂČ, o Conjunto Sanatorial Curicica possuĂ­a capacidade para 1.500 leitos, era composto biblioteca, enfermarias, laboratĂłrio, centro cirĂșrgico, maternidade, biblioteca, administração, necrotĂ©rio, alojamento para mĂ©dicos e diretor, centro mĂ©dico, biotĂ©rio, capela, estação de tratamento de esgoto, subestação de luz e força, entre outros prĂ©dios tĂ­picos de hospitais de isolamento e que tambĂ©m existiam na ColĂŽnia e no Curupaiti.


PorĂ©m, ao contrĂĄrio destes dois, nĂŁo previa a existĂȘncia de uma comunidade dado ao alto grau de contĂĄgio da tuberculose e do plano de erradicação da doença. A imprensa na Ă©poca noticiava a existĂȘncia do hospital ligando sua inovação no tratamento e na arquitetura moderna Ă  grandiosidade espacial do hospital.


A partir da dĂ©cada de 1980, o hospital foi dividido em duas partes. Uma administrada pelo municĂ­pio do Rio de Janeiro, que compunha o hospital, os serviços ambulatoriais e a administração, e outra composta pela Casa do Diretor e alojamentos que passaram a compor um centro de pesquisa, Centro de ReferĂȘncia HĂ©lio Fraga, da Escola Nacional de SaĂșde PĂșblica (ENSP), Fiocruz.


Devido a falta de investimentos pĂșblicos em sua infraestrutura, a parte sob responsabilidade do municĂ­pio encontra-se em estado de mĂĄ conservação e completo abandono, com pavilhĂ”es, enfermarias fechadas, inclusive o centro cirĂșrgico.


Parte do terreno original do hospital sofreu com invasĂ”es havendo a criação de uma comunidade. AlĂ©m disso, foi construĂ­da uma creche municipal e pavilhĂ”es foram demolidos pelo poder pĂșblico alegando-se perigo de desabamento.

 

Janis CassĂ­lia Ă© membro do IHBAJA. Graduada em HistĂłria pela UFRJ. Mestre em HistĂłria das CiĂȘncias e da SaĂșde pela Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz). Professora da rede pĂșblica de SĂŁo JoĂŁo de Meriti. Pequisa sobre a HistĂłria da Psiquiatria no Brasil, com ĂȘnfase na ColĂŽnia Juliano Moreira (atual Instituto Municipal de AssistĂȘncia Ă  SaĂșde Juliano Moreira).

 


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