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  • Pesquisa revela que problemas de saneamento básico impactam a saúde mental das mulheres de Rio das Pedras

    Foto: Douglas Teixeira / Agência Lume. A pesquisa “Efeitos da Poluição e Enchentes em Mulheres de Rio das Pedras” traz relatos de 40 mulheres e estima que o impacto no sistema límbico do cérebro é superior a 70%. Atualizado em 20/12 às 16h27. Dados preliminares da pesquisa divulgados no último dia 5 de dezembro, contam com análises da água disponível na comunidade. As análises realizadas pelo Laboratório de Limnologia da UFRJ, mostraram uma péssima qualidade na água, comparada à água do vaso sanitário do Laboratório da UFRJ.  Foram detectados níveis intoleráveis de poluição para o ambiente e para a saúde humana. Devido aos níveis alarmantes, a análise foi repetida. À medida que o estudo avançava, constatou-se que a poluição aumenta, atingindo seu ponto máximo no cruzamento do rio com a Avenida Engenheiro Souza Filho. A pesquisa "Efeitos da Poluição e Enchentes em Mulheres de Rio das Pedras", foi realizada pelo Instituto Prover (Inpro) e pelo Departamento de Ciências Sociais da PUC-Rio, em parceria com instituições de Rio das Pedras e alunos do curso de formação de Agentes Comunitários de Pesquisa e Inovação da PUC-Rio, dentro do Plano Integrado de Saúde nas Favelas do Rio de Janeiro. O anúncio foi relizado no auditório Rio Datacentro (RDC), na PUC-Rio, onde foram apresentados os resultados, destacando os impactos da poluição sobre a saúde física e mental das mulheres em Rio das Pedras, além de revelar indicadores críticos de pobreza, desigualdade e ausência de saneamento básico. Apresentação da pesquisa / Foto: Felipe Migliani / Agência Lume. A análise da água ao longo do Rio das Pedras do ponto 1 (nascente) ao ponto 7 (final) mostrou um nível intolerável de poluição, que vai aumentando conforme os pontos demarcados ao longo do seu leito. Flávia Lima é coordenadora do projeto social Recanto da Areinha. Ela conta que a  área no final de Rio das Pedras é a que mais sofre com problemas de saneamento básico e falta d'água. "(...)Quando a água chega, que demora 5 a 6 dias para chegar, chega com com odor, com o gosto ruim e as pessoas sofrem. O índice de pessoas com problemas intestinais é alarmante no Rio das Pedras. Chegam lá no meu projeto pessoas falando 'eu tô mal', 'eu tô com uma sensação de vômito toda hora', 'eu não tô conseguindo comer', 'eu consigo comer mas ao mesmo tempo me dá vontade de colocar para fora tudo que eu como', e isso tem relação com a questão da água". Dos entrevistados, 46% apontaram algum tipo de problema de saúde A pesquisa indica que 94% dos moradores têm água encanada na residência e 75% precisam usar bombas para seu abastecimento. Dos entrevistados, 46% apontaram algum tipo de problema de saúde. Destes, 16% relataram seus problemas com a qualidade da água, correspondendo a cerca de um terço do total de problemas. A incidência de problemas emocionais também foi frequente citada entre as pessoas entrevistadas. Com base nos relatos das 40 mulheres entrevistadas, estimou-se que o impacto no sistema límbico do cérebro é superior a 70%. Este sistema, que inclui diversas estruturas, segundo os pesquisadores, é fortemente afetado, indicando um significativo comprometimento emocional e psicológico. As mulheres sofrem estresse e ansiedade por problemas financeiros, familiares e de segurança, agravados pela água contaminada e enchentes, que causam angústia e tristeza. As precárias condições de vida intensificam problemas emocionais e físicos, com doenças como pressão alta e problemas respiratórios sendo comuns. A água contaminada e as enchentes causam traumas e perdas, enquanto o acesso limitado a serviços de saúde piora a percepção da saúde física, destacando a necessidade de considerar os impactos socioeconômicos e ambientais. Diretor do Inpro, João Áureo conta que a pesquisa é voltada à saúde na favela, o impacto ambiental e a saúde física e mental das mulheres. Ele explica que os primeiros dados foram alarmantes, especialmente em relação à poluição em Rio das Pedras. Segundo o pesquisador, a água que chega às pessoas na bica é insalubre, ele explica que essa é a terceira pesquisa da qual participou no território e que dessa vez a equipe procurou entender melhor o impacto na vida das pessoas. "A gente começa a perceber que isso afeta não só a saúde física nas questões de pele, gastrointestinais, mas também afeta a questão emocional dessas pessoas. É químico. (...) Nós temos mais de duas mil laudas de depoimentos, nós não tínhamos como fazer os cruzamentos todos para apresentar hoje, então hoje a gente apresentou os mais simbólicos, o que isso está impactando na vida dessas pessoas e a gente tem percebido uma frustração com isso porque o território vive um momento difícil não só com a questão ambiental. Mas a questão ambiental vem agravando isso porque muitas vezes essa pessoa não tem recurso para comprar água mineral." Os desafios e esperanças das mulheres de Rio das Pedras A pesquisa revela que a maioria das mulheres tem entre 24 e 35 anos, com média de idade de 46 anos, e vive na comunidade há cerca de 22 anos. As vidas familiares variam entre laços estreitos e isolamento, com dificuldades para conciliar trabalho e responsabilidades. Amizades e vizinhança funcionam como redes de apoio, apesar das preocupações com violência. A fé em Deus é uma fonte de esperança e força para muitas das entrevistadas. Segundo os dados divulgados, a poluição do rio causa mau cheiro, acúmulo de lixo e mosquitos, gerando estresse e ansiedade. A responsabilidade pela poluição é frequentemente atribuída ao poder público e aos próprios moradores da comunidade. A maioria das mulheres avalia a qualidade da água como ruim ou horrível. Para evitar contaminações as entrevistadas disseram que tratam a água a fervendo, filtrando ou comprando água mineral. Em caso de doença, elas buscam atendimento médico. O estudo também mostrou que as entrevistadas sonham com uma casa própria para criar seus filhos em segurança e aspiram por melhores condições de vida, incluindo segurança, saúde e educação. O bem-estar da família é central, desejando ver seus filhos crescer longe da violência. Contudo, a preocupação com o futuro dos filhos, temendo que repitam os ciclos de pobreza e violência, é um temor constante. Mulheres Resilientes, Angustiadas e Resignadas A pesquisa identificou três tipos de mulheres em Rio das Pedras: as resilientes, que possuem um forte senso de comunidade e superam adversidades com solidariedade e fé; as angustiadas, que sofrem intensamente com as enchentes e a falta de apoio; e as resignadas, que aceitam a realidade difícil das enchentes e focam em ações práticas para lidar com os problemas imediatos. As angustiadas sofrem intensamente com as perdas causadas pelas enchentes, sentindo-se impotentes e desamparadas. Elas demonstram grande apreensão e revivem traumas, expressando frustração pela falta de apoio do poder público. O estresse e a ansiedade são constantes, afetando sua saúde física e mental, minando a esperança e dificultando a projeção de uma vida melhor. As resignadas adaptaram-se às enchentes, focando em ações práticas para minimizar os danos, como proteger seus bens e buscar abrigo seguro. Elas aceitam as enchentes como inevitáveis e priorizam resolver problemas imediatos. Com baixa expectativa de mudança, expressam sentimentos de forma contida e adaptam-se à difícil realidade do rio e das enchentes. O professor da PUC-Rio e membro do Inpro, Antônio Carlos Alkmin , contou que a equipe realizou entrevistas com as mulheres que vivem em condições precárias na parte mais pobre de Rio das Pedras.  "Nós conseguimos extrair ali uma riqueza, que infelizmente, é uma riqueza dos relatos. Porque infelizmente a realidade é muito dura, muito crua para elas. E essa voz a gente entende que ela tem que repercutir, que ela tem que se transformar numa voz representativa dessas mulheres e de outras mulheres do país e do mundo que enfrentam os mesmos problemas. Então acho que tem vários méritos nesse projeto e eu pessoalmente sou muito agradecido porque eu aprendi muito com essa experiência." Quem deve zelar pelo saneamento básico de Rio das Pedras? Para entender melhor sobre os motivos que levam a comunidade de Rio das Pedras a sofrer com graves problemas de saneamento básico, e para entender que tipo de ações já foram ou são realizadas na região para tentar resolver o problema, a equipe da Agência Lume entrou em contato com diversos órgãos da Prefeitura como a Secretaria Municipal da Conservação, Rio Águas e Secretaria Municipal de Meio Ambiente. A Secretaria Municipal de Conservação respondeu dizendo que essa questão não faz parte das demandas da pasta. E os outros órgãos citados não se pronunciaram oficialmente até o momento da publicação desta reportagem. Também entramos em contato com a Iguá Saneamento, concessionária responsável desde 2022 pela distribuição de água, coleta e tratamento de esgotos na região, para entender quais medidas estão sendo tomadas para melhorar a qualidade da água distribuída às residências de Rio das Pedras, para saber se existe um plano de ação para reduzir os níveis de poluição no rio Das Pedras, para entender se a Iguá faz análises da água fornecida aos seus clientes e como a companhia pretende lidar com o problema de doenças intestinais que segundo a pesquisa é causado pela água contaminada. A Iguá respondeu por meio de nota: A Iguá esclarece que a qualidade da água fornecida pela concessionária atende aos padrões de potabilidade exigidos pelos órgãos reguladores. A matéria prima passa por análise e monitoramento constantes em um laboratório próprio, construído pela Iguá em 2023 e certificado pelo INEA e são reportadas mensalmente à Vigilância Sanitária. A companhia reforça ainda que responde apenas pela qualidade da água que distribui. Historicamente, Rio das Pedras é uma região que enfrenta desafios significativos relacionados a ligações irregulares de água e consumo de fontes alternativas. Para lidar com a questão, a Iguá vem atuando na área, em projetos de médio e longo prazo para  atingir as metas estabelecidas no contrato de concessão. Nós também entramos em contato com o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) para entender quais são os resultados das análises mais recentes da qualidade da água do Rio das Pedras realizadas pelo Inea, que medidas de fiscalização estão sendo tomadas para identificar e coibir fontes de poluição no rio, e se existe um plano de ação conjunto com outros órgãos para a despoluição do Rio das Pedras. O Inea respondeu por meio de nota: O Instituto Estadual do Ambiente (Inea) informa que o saneamento básico é atribuição das concessionárias de água e esgoto. O órgão ambiental estadual não realiza o monitoramento da qualidade da água do Rio das Pedras. Clique aqui para ter acesso aos dados preliminares.

  • Comlurb altera horários de coleta de lixo para festas de fim de Ano

    Foto: Agência Lume. Companhia antecipa coleta domiciliar e seletiva nas vésperas de Natal e Ano Novo. Veja os horários: A Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb) do Rio de Janeiro anunciou um esquema especial de coleta de lixo para as vésperas de Natal e Ano Novo. A medida visa permitir que os garis possam celebrar as festas com suas famílias, ao mesmo tempo em que mantém a cidade limpa durante as comemorações. Mudanças nos Horários de Coleta As principais alterações nos horários de coleta são: Coleta domiciliar noturna : Será antecipada para às 15h nos dias 24 e 31 de dezembro na maior parte da cidade, incluindo Zona Sul (exceto Copacabana), Centro, Zona Portuária, Zona Norte e Zona Oeste. Copacabana : A coleta noturna de 24/12 será às 15h. No dia 31/12, a coleta será transferida para 1º de janeiro, às 7h da manhã. Coleta seletiva noturna : Nos dias 24 e 31 de dezembro, será antecipada para às 15h. Orientações aos Moradores A Comlurb está distribuindo cartões informativos porta a porta para alertar os moradores sobre as mudanças. É crucial que a população colabore, colocando os sacos de lixo e materiais recicláveis nos pontos de coleta próximo ao novo horário de passagem dos caminhões. Importância da Colaboração A empresa ressaltou a importância da cooperação dos cidadãos para manter a cidade limpa durante as festividades. Colocar o lixo na rua no horário correto evita que os resíduos fiquem expostos indevidamente, o que pode resultar em multas para os infratores. Essas medidas temporárias visam equilibrar as necessidades de limpeza urbana com o bem-estar dos trabalhadores da Comlurb durante as celebrações de fim de ano. Fonte: https://prefeitura.rio/comlurb/

  • Projetos sociais de Rio das Pedras arrecadam doações para um Natal mais feliz

    Iniciativas comunitárias unem forças para angariar alimentos e brinquedos para proporcionar um Natal especial às famílias da comunidade. O Natal está chegando e, que tal encerrar o ano fazendo doações? Os projetos sociais de Rio das Pedras, na expectativa de tornar esta data ainda mais especial, estão arrecadando brinquedos e alimentos para aqueles que mais necessitam.   As instituições, que atuam o ano inteiro para transformar a realidade de centenas de famílias na comunidade, convida todos os interessados a se juntarem nessa festa de partilha e generosidade. Conheça mais: Biblioteca Comunitária Wagner Vinicio  Foto: Divulgação Criada em 2006, a Biblioteca Comunitária Wagner Vinicio atua com um propósito essencial para formação das crianças de Rio das Pedras: o incentivo à leitura. Através do empréstimo de livros, a instituição promove rodas de leitura, conversas e atividades lúdicas. Mas a sua atuação vai além dos livros. No dia 21 de dezembro, a partir das 10h, a Biblioteca irá promover uma festa de Natal para as crianças que frequentam o local, com entrega de presentes e aperitivos. Para isso acontecer, é sugerido uma doação de R$100,00 para a campanha de apadrinhamento. O valor será utilizado na compra de presentes para os pequenos e pode ser realizado através do pix (21) 98215-8236 (Juliana).  Para os que quiserem conhecer o espaço, a Biblioteca Comunitária Wagner Vinicio fica localizada na região das Casinhas, na Rua Nova, quadra 01, nº 55. Centro Cultural Celinho Foto: Divulgação Com atividades voltadas para o esporte e empreendedorismo feminino, o Centro Cultural Celinho está na comunidade de Rio das Pedras há vinte anos, localizado na Vila Joel nº 38. No dia 21 de dezembro, às 14h, o projeto irá realizar uma festa de encerramento das atividades de 2024, com brincadeiras lúdicas, distribuição de brinquedos e lanche para as crianças e seus responsáveis.  Para tornar esse encontro possível, o Centro Cultural Celinho está recebendo a doação de doces, brinquedos e comidas. Os interessados podem entrar em contato com Marta Mariano, coordenadora do projeto, através do número (21) 96557-2676. Projeto Recanto da Areinha  Foto: Divulgação O Recanto da Areinha surgiu após a pandemia, quando Flávia Lima, idealizadora e fundadora do projeto, teve a iniciativa de utilizar materiais recicláveis, como garrafas PETs e tampinhas, em oficinas com as crianças da comunidade.  Com o tempo, as iniciativas foram se expandindo. Hoje, o Recanto da Areinha conta com o projeto Óleo Amigo, que atua na coleta de óleo, em parceria com as mães de Rio das Pedras, para mitigar o impacto ambiental na água; Jovens Pesquisadores, voltado para as crianças que querem conhecer melhor a sua comunidade, e Oficinas de Reciclagem, que permitem a criação de produtos a partir de resíduos sólidos, como sabão em barra e pasta.  A confraternização de encerramento das atividades deste ano, contará com a decoração de chocolates, feitos pelos próprios alunos da oficina. Para tornar esta festa ainda mais especial e começar 2025 com o pé direito, o projeto está realizando uma campanha de apadrinhamento. Para isso, está sendo sugerido uma mochila de presente, que será utilizada no próximo ano letivo. Para participar, basta entrar em contato com Flávia Lima, através do número 21 97368 5524. Ponto de Cultura Cine & Rock Foto: Divulgação Conhecido por ser um importante ponto de cultura na comunidade de Rio das Pedras, o Cine & Rock atua no acesso à cultura, educação, esporte, lazer e ao combate à vulnerabilidade alimentar. Localizado na Estrada de Jacarepaguá, 3502, na região conhecida como Pinheiro, as crianças e adolescentes participam de aulas de judô, jiu-jítsu, capoeira, reforço escolar, teatro, informática, dentre outras atividades. No próximo dia 24, o projeto pretende transformar o Natal das crianças e adolescentes através de uma ceia especial. O intuito é ofertar esse momento aos alunos que, por muitas vezes, é impossibilitado, devido a rotina de trabalho dos pais e até mesmo a vulnerabilidade social. Para doar, é só preencher o formulário disponível neste link: https://forms.gle/XjziK7YLEyhPwWnq7 Projeto Social Semeando Amor Foto: Divulgação Presente na comunidade de Rio das Pedras desde 2001, na Rua Espada de São Jorge, 405, Areal 01, o Projeto Social Semeando Amor atende pessoas de todas as idades.  Através da Navezinha Carioca, política pública da Prefeitura do Rio de Janeiro, a instituição oferta a jovens e adultos cursos de informática de forma gratuita. Com o ensino, é possível aprender Excel, montagem e manutenção de computadores, programação, e outras atividades.  Além disso, o Projeto Social Semeando Amor oferece reforço escolar, em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e o projeto Óleo Solidário e Tampinhas do Bem, com pontos de coleta para transformar os resíduos.  Para encerrar as atividades de 2024, será realizado uma festa no dia 20 de dezembro, com a presença de Papai Noel e lanche para as crianças. Para tornar esse momento ainda mais completo, é possível realizar doações entrando em contato com Dona Ivone, através do número (21) 97925-3568, ou pelo Instagram do projeto .

  • Jovens de Rio das Pedras chegam à final do campeonato de Valorant realizado pelas Navezinhas Cariocas da Prefeitura

    Equipe da Navezinha de Rio das Pedras participando de um campeonato de e-sports . / Foto: Eduarda Farias Representantes da Navezinha de Rio das Pedras mostram habilidade no e-sport e disputam título amanhã. Veja como acompanhar: A equipe "THE_GALAAZ", representando a Navezinha Carioca de Rio das Pedras, garantiu sua vaga na final da Copa Navezinhas de Valorant, um campeonato organizado pela Prefeitura do Rio de Janeiro através da Secretaria Municipal de Ciência e Tecnologia, em parceria com Uniperiferias e Cieds. O torneio, que conta com a participação de oito equipes de diferentes região da cidade, terá sua grande final amanhã (17), das 14h às 18h30, na Nave do Conhecimento do Engenhão. O Jogo e a Equipe Valorant, o jogo escolhido para o campeonato, é um FPS (First Person Shooter) tático que combina habilidade de tiro com estratégia. Lucas Ferreira, um dos integrantes da equipe de Rio das Pedras, explica: "Valorant é um jogo de FPS diferente. Não é só tiro, é poder e estratégia. Cada personagem tem um poder específico, e baseado na sua estratégia, você escolhe os personagens. São cinco de cada lado, como se fosse um jogo de xadrez, só que com tiro". A equipe de Rio das Pedras é composta por seis jogadores, com idades entre 19 e 29 anos, são eles: Carlos Alexsandro (TGL SrAlex), Janderson Farias (TGL WantCoffe), Jefferson Bezerra (TGL JEFF), Jordy Farias (TGL Jdz), Kaique Maia (TGL KAKA) e Lucas Ferreira (TGL LUCAO). A equipe foi formada a convite de Jefferson, coordenador da Navezinha de Rio das Pedras, e Eduarda Farias, coordenadora do projeto, o time já demonstrou seu potencial ao conquistar o terceiro lugar em um torneio anterior realizado em março. O Campeonato A Copa Navezinhas de Valorant contou com a participação de oito Navezinhas Cariocas: Rio das Pedras, Mangueira, Maré, Prazeres, Tanque, Vidigal, Rocinha Rua 1 e Sepetiba. Após uma fase online, quatro equipes se classificaram para a etapa presencial: Rio das Pedras "THE_GALAAZ", Tanque "Tank Bullet", Mangueira "MANGAFÚRIA" e Sepetiba "Lasthit E-Sports". A final será transmitida ao vivo pelo YouTube da Navezinha , permitindo que fãs e interessados acompanhem a disputa. As equipes campeã, vice-campeã e terceira colocada serão premiadas com troféus e Valorant Points, a moeda digital do jogo. Impacto Social Eduarda Farias, responsável pela Navezinha de Rio das Pedras, destaca a importância do campeonato: "A Copa das Navezinhas surgiu pela importância que percebemos o quanto o E-sports vem crescendo entre os jovens. Campeonatos como esses criam nos jovens a esperança de que eles podem investir numa carreira de jogador, que pode ser uma área profissional e não apenas de lazer". A secretária Municipal de Ciência e Tecnologia, Thereza Paiva, reforça o apoio da Prefeitura a iniciativas de fomento aos e-sports: "Esse campeonato das Navezinhas Cariocas permite aos jovens participantes conhecer mais sobre o universo da crescente indústria gamer". O evento não só promove o desenvolvimento de habilidades importantes como disciplina, trabalho em equipe e liderança, mas também oferece uma oportunidade única para jovens de favelas e periferias do Rio de Janeiro se encontrarem, trocarem experiências e vislumbrarem futuras oportunidades profissionais no mundo digital.

  • Segunda Etapa do Breaking Carioca agita Areninha Jacob Bandolim

    Foto: Wgnoclick. Evento acontece neste domingo (15) às 14h no Pechincha e reúne batalhas de Breaking, grafite e música para celebrar a cultura Hip Hop carioca. A Areninha Jacob do Bandolim, no Pechincha, totalmente reformada pela Prefeitura do Rio, será palco da segunda etapa do Breaking Carioca, um dos eventos mais aguardados da cidade. O evento, que distribuirá R$ 3.000,00 em premiações, ocorrerá no dia 15 de dezembro, a partir das 14h. As inscrições são gratuitas e devem ser feitas via Instagram no perfil @BreakingCarioca . O Breaking Carioca reunirá diversos atores da cena Hip Hop carioca para batalhas de b-boys e b-girls, com prêmios de R$ 1.000,00 para os vencedores e R$ 500,00 para os segundos colocados, tanto nas batalhas masculinas quanto femininas. O evento é organizado pela Conexão Eventos, em parceria com a crew IQfênix, e conta com o apoio do Edital Pró-Carioca, Programa de Fomento à Cultura Carioca, da Secretaria Municipal de Cultura. José Carlos Vedova, produtor do Breaking Carioca, destaca que o objetivo é revelar talentos da cena breaking do Rio de Janeiro e fomentar a cultura Hip Hop na cidade. “Nosso projeto busca dar visibilidade a esses jovens que procuram reconhecimento pelo trabalho que desenvolvem por meio da arte. Portanto, levar o breaking para espaços populares do Rio é ampliar seu alcance e proporcionar experiências concretas na vida das pessoas, principalmente de quem vem da periferia, o habitat natural do breaking”, afirma Lúcio Pedra, diretor artístico do evento. Foto: Wgnoclick. Além das batalhas, o evento contará com grafiteiros, DJs e MCs de diversas regiões do Rio de Janeiro, fortalecendo a cultura Hip Hop. Pedra, que é b-boy desde 1990, reforça que o breaking, nascido nos bairros negros das grandes cidades americanas nos anos 70, sempre foi uma arte de resistência e expressão para os jovens das periferias. As Olimpíadas de 2024, em Paris, marcaram a estreia do breaking como modalidade olímpica, aumentando a visibilidade da dança. “Participar de um evento desse porte marcou toda nossa trajetória. No entanto, o evento passou, e o breaking não estará nas Olimpíadas de 2028. E agora, o que faremos? O de sempre: continuar trabalhando para que o breaking alcance o maior número possível de pessoas”, finaliza Lúcio Pedra. Serviço: Evento: Breaking Carioca Data: 15 de dezembro Horário: 14h Local: Areninha Jacob do Bandolim, Praça do Barro Vermelho S/N, Pechincha, Rio de Janeiro Ingressos: R$ 1,00 (Um real) Censura: Livre

  • Implementação de Ciclovia em Jacarepaguá: Luta, Sustentabilidade e Desafios

    Foto: Agência Lume A região enfrenta diversos desafios de mobilidade, a criação de uma ciclovia interligando os 19 bairros promete soluções sustentáveis e maior integração com transportes públicos. Editada em 11/12 - às 15h41. A implementação de uma ciclovia interligando os 19 bairros da Baixada de Jacarepaguá, localizada na Zona Oeste do Rio de Janeiro, é uma antiga reivindicação das pessoas que moram e trabalham na região. Além de não haver transporte de trens, a Baixada de Jacarepaguá possui apenas uma estação de metrô. As pessoas que se deslocam para ou pela região dependem exclusivamente dos ônibus e das corridas de aplicativo. De acordo com novos dados do Censo 2022 , divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Área de Planejamento 4 (AP4) é a mais populosa da capital com 1.105.620 habitantes. Possui uma população maior que 99% dos municípios brasileiros. Ao comparar os dados populacionais do IBGE de 2010, que registravam 909.368 habitantes, com os dados censitários de 2022, divulgados pelo Data.Rio , mostra um aumento populacional de aproximadamente 21,58% na Baixada de Jacarepaguá. Elaborado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), o texto " Cidades cicláveis: avanços e desafios das políticas cicloviárias no Brasil " destaca a importância de continuar investindo em políticas cicloviárias para promover a mobilidade sustentável no Brasil. O estudo enfatiza que, apesar dos avanços significativos, ainda há desafios a serem superados, como a falta de infraestrutura adequada e a necessidade de maior integração entre diferentes modais de transporte. A conclusão também ressalta a importância da colaboração. O Rio de Janeiro enfrenta um déficit significativo de ciclovias. Ap enas 20% das vias da cidade possuem infraestrutura cicloviária exclusiva . Destes, 14% são ciclovias dedicadas apenas para a circulação de bicicletas, e 6% são ciclofaixas compartilhadas por bicicletas e pedestres. As demais vias são compartilhadas, com 54% das faixas nas calçadas e 26% nas pistas. Esse déficit limita a segurança e a mobilidade dos ciclistas, tornando necessário um esforço maior para expandir e melhorar a infraestrutura cicloviária. Ciclo Rio 1.000 prevê km de ciclovias até 2033 No dia nove de março de 2023, o prefeito Eduardo Paes apresentou o Plano de Expansão Cicloviária , conhecido como Ciclo Rio. O plano prevê a construção de mais 600 km de faixas exclusivas para bicicletas combinadas aos 400 km de ciclovias já existentes, que receberão melhorias na sinalização e aumento da segurança. Ao todo, serão mil quilômetros disponíveis para ciclistas até 2033. O plano prevê a criação de corredores que integrem as bicicletas aos transportes de alta e média capacidade, como trens, barcas, metrô, BRT e VLT, além de rotas comerciais para atender à demanda dos entregadores. Na época do anuncio, a secretária de Transportes, Maína Celidônio, relatou que uma avaliação completa das ciclovias e ciclofaixas da cidade foi conduzida.  A secretária também disse que houve uma consulta a entregadores além de pesquisas com ciclistas e usuários. E que foi elaborado um plano para a cidade, previsto para ser implementado ao longo dos próximos dez anos. Já Joaquim Dinis, presidente da CET-Rio, órgão responsável pelas ciclovias, 30 km já tinham sido implantados em 2022, com conexão com 55 estações. Outras 64 conexões estavam previstas para 2023, e 63 até 2024.  Movimentos Sociais participaram da construção do Ciclo Rio A Associação de Moradores da Freguesia (AMAF) é uma das principais lideranças da Baixada de Jacarepaguá na defesa da implementação de um plano cicloviário. Ela busca incentivar o uso de bicicletas e reduzir a dependência de veículos motorizados. Em parceria com outras organizações e autoridades, a AMAF desenvolve políticas públicas focadas na mobilidade sustentável e na resiliência ambiental. André Moreira é associado à AMAF, morador e ciclista. Ele conta que, em 2022, a Prefeitura elaborou o Plano de Expansão Cicloviária. Esse plano contou com a participação da sociedade civil . Ele também relata que esteve junto com outros associados da AMAF na Subprefeitura da Barra da Tijuca para discutir o plano com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Clima (SMAC).  “ A SMAC executou a tarefa de elaborar um plano cicloviário. Esse plano foi dividido em quatro regiões, fizeram audiências públicas nessas regiões. Na audiência referente a nossa região, que é a Área de Planejamento 4 (AP4), a SMAC apresentou o Decreto Municipal nº49.461, de 21 de setembro de 2021. E esse decreto era referente ao Plano de Expansão Cicloviária. Na AP4, por exemplo, contava com 26 trechos pré-planejados pelos técnicos da prefeitura. Toda a Zona Oeste estava contemplada no plano ”, relata.  Moreira conta que no dia 20 de janeiro de 2022, foi realizada uma visita da AMAF para identificar pontos de conflito no trecho 39 da ampliação da Rede de Mobilidade por Bicicleta (RMB) do Município do Rio de Janeiro. O relatório fotográfico  resultante dessa visita serviu como referência para estabelecer sugestões de tipologia, traçado e estudo de sinalização do referido trecho. O trecho 39, conforme o Decreto Municipal 49.461 de 21 de setembro de 2021 , inicia-se na Estrada de Jacarepaguá, na interseção com a Avenida Arquiteto Afonso da Silveira Filho, e se estende até a conversão com a Avenida Geremário Dantas. A partir daí, o trecho continua por toda a extensão da Avenida Geremário Dantas até a interseção com a Rua Cândido Benício, onde se conecta com os trechos 77 e 104. “ A atividade foi realizada pelo Grupo de Trabalho do Movimento de Demanda por Mais Ciclovias em Jacarepaguá, eu participei junto com a Carolina Queiroz e Sidney Teixeira. Este projeto foi estimulado e apoiado pela Associação de Moradores e Amigos da Freguesia (AMAF).", relata. Segundo o site da AMAF, as fotos foram obtidas com a ferramenta da internet, e incluíram vistas do trecho entre Jardim Clarice e Park Jacarepaguá Shopping, entre Estrada de Jacarepaguá número 7484 e Praça do Largo da Freguesia S/N, e entre Center Shopping e Centro Municipal de Saúde Jorge Saldanha. As demais imagens foram capturadas durante a vistoria. Moreira explica que a visita técnica foi entregue à SMAC em reunião no dia 12 de maio de 2022, resultando no protocolo 03/001.075/2022. E que o CicloRio foi apresentado meses depois, no dia 21 de setembro de 2022. A apresentação foi digital. Havia planos para um evento de lançamento, mas ele não aconteceu. O plano passou por alterações até ser instituído pelo Decreto Rio n°52.132 , no dia 9 de março de 2023. Falta de um cronograma e baixo orçamento pode comprometer a execução do Ciclo Rio  Sidney Teixeira também é membro da Associação de Moradores e Amigos da Freguesia. Ele conta que o Ciclo Rio não possui um cronograma específico. Segundo ele, o único prazo que a Prefeitura e a SMRT informam é que a conclusão está prevista para 2033. Sidney ainda ressalta que o CicloRio era previsto para ser finalizado em 2022, mas só foi finalizado em 2023. A falta de um cronograma estabelecido dificulta a fiscalização e a cobrança da sociedade civil aos órgãos públicos.  “ A nossa crítica é sobre a falta de um cronograma estabelecido no plano, o que deixa a população refém da vontade política. Sem metas específicas e um planejamento plurianual, a continuidade do plano depende da gestão do prefeito atual. No Brasil, é raro gestores executivos seguirem programas além de seus mandatos. A reeleição do prefeito traz esperança de continuidade, mas um novo prefeito pode não seguir o plano ”, explica.  Sidney relata que para a Prefeitura e a SMRT alcançar a meta de 1.000 km em dez anos será necessário ter uma média anual de 100 km por ano. Porém, ele questiona que fica praticamente impossível alcançar por conta do baixo orçamento para executar o CicloRio. Ele conta que o orçamento deste ano foi de pouco mais de 4 km. E observa que a execução do CicloRio vem sendo voltado para o bairro Tijuca, enquanto moradores dos demais bairros não estão presenciando implementação de do plano em seus respectivos territórios.  “ A ciclovia criada na Freguesia até a Praia da Barra da Tijuca está em mau estado desde as Olimpíadas. Não há um cronograma específico anunciado para novas ciclovias. A única meta estabelecida foi conectar todas as estações de transporte de média e alta capacidade com a malha cicloviária até o final de 2024, o que não foi cumprido. A CET Rio reafirmou essa meta várias vezes, mas o progresso tem sido lento. Com o orçamento para 2025 reduzido drasticamente, não há sinais de correção desse problema. A população espera que os vereadores se comprometam com o transporte ativo e façam mudanças ”, relata.  Sidney conta que muitas estações de BRT, trem e metrô ainda estão sem conexão com ciclovias. Ele relata que a AMAF enviou e-mails para todos os vereadores da Câmara Municipal solicitando a abertura de uma audiência pública sobre o tema, que ainda não aconteceu. Até a publicação dessa matéria, a CET-Rio, a SMRT e a Secretaria do Meio Ambiente e Clima não responderam nossas perguntas.  Moradores reivindicam mais ciclovias Foto: Agência Lume A AMAF surgiu em 1981 e a sua primeira reivindicação solicitando a implementação de uma ciclovia na região foi em 1983 . Na ocasião, a associação organizou um passeio de bicicleta com a participação de mais de 300 ciclistas O passeio foi uma forma de cobrança à Prefeitura para a construção de uma ciclovia ligando o bairro da Freguesia até a Barra da Tijuca. Anos depois este pedido foi atendido pelas autoridades.  Todo ano a associação junto com outros grupos da sociedade civil organizam a “ Bicicletada em Jacarepaguá ”. O ato reúne ciclistas e moradores, que pedalam pelas ruas da região como uma forma de protestar pela implementação de um plano cicloviário. O ato também visa promover o uso da bicicleta como meio de transporte alternativo e sustentável. Em 2024 , a mobilização começou às 8h30 na Praça Professora Camisão, na Freguesia. O trajeto seguiu pela Estrada de Jacarepaguá (até esquerda da Estrada do Engenho D’Água), Estrada de Jacarepaguá (pista oposta), Rua Tirol , Rua Comandante Rubens Silva, Estrada dos Três Rios e terminou na Praça Professora Camisão. Sidney Teixeira, integrante da AMAF, conta que é “eterna” a reivindicação da associação por ciclovias na região. Ele também relata que a associação já realizou outras mobilizações e que contribuiu na construção do CicloRio. “ No entanto, até agora, muitas estações não foram conectadas e o orçamento para a expansão é limitado. Apesar disso, algumas ciclovias de boa qualidade foram construídas, como na Rua Uruguai e no Centro do Rio. A dúvida permanece se o plano será cumprido até 2033, dado o orçamento atual ”, questiona. Moreira, um dos organizadores da bicicletada , explica que a implementação de ciclovias pode ser uma estratégia importante para redução  das emissões de carbono.  “ O setor de transporte é responsável por 14% das emissões globais de gases do efeito estufa. Carros, que representam mais de 70% dessas emissões nas cidades, são mais poluentes que ônibus em termos de material particulado por pessoa transportada. Em São Paulo, carros percorrem 88% dos quilômetros rodados por veículos motorizados, transportando em média apenas 1,3 pessoas por veículo, o que os torna ineficientes e contribui para o congestionamento. A maioria das viagens de carro tem menos de 5 km, uma distância que poderia ser facilmente percorrida de bicicleta, ajudando a reduzir esses problemas ”, explica. Benefícios para a Saúde e para o Meio Ambiente  Andar de bicicleta é uma das atividades físicas mais benéficas para a saúde e também como um caminho viável para uma cidade mais sustentável. Com a crescente preocupação com o sedentarismo e as mudanças climáticas, a bicicleta surge como uma aliada versátil e sustentável. Do ponto de vista da saúde, pedalar regularmente ajuda a melhorar a aptidão cardiovascular, fortalece os músculos e articulações e contribui para a perda de peso. Segundo a Organização Mundial da Saúde, apenas 30 minutos de pedalada por dia podem reduzir o risco de doenças cardíacas, diabetes tipo 2 e outros problemas crônicos. Além disso, andar de bicicleta também tem benefícios psicológicos, como a redução do estresse e da ansiedade, promovendo um estado de bem-estar geral. “O exercício físico regular traz inúmeros benefícios à saúde, tanto física quanto mental, e o ciclismo, como um meio de transporte ativo, pode proporcionar esses benefícios quando praticado regularmente. Além da saúde, o ciclismo diário pode reduzir emissões de carbono e outros poluentes, além de diminuir o congestionamento e a poluição sonora, contribuindo para a mitigação das mudanças climáticas e a saúde coletiva”, explica Sidney, que além de ser associado da Amaf é médico clínico geral e da família.  Para o meio ambiente, a bicicleta é uma opção de transporte que não emite poluentes, contribuindo para a redução da poluição do ar e do efeito estufa. Em comparação com veículos motorizados, as bicicletas ocupam menos espaço e não produzem ruído, tornando as cidades mais silenciosas e agradáveis. Cidades como Copenhague e Amsterdã são exemplos de como a integração de ciclovias pode transformar a mobilidade urbana, reduzindo a dependência de carros e melhorando a qualidade de vida dos habitantes. A coalizão global PATH   (Partnership for Active Travel and Health) defende políticas públicas que incentivem o transporte a pé e por bicicleta, devido aos desafios climáticos, de saúde e de equidade. No entanto, a percepção de perigo nas ruas e a falta de infraestrutura adequada são barreiras significativas para a adoção do ciclismo, sendo necessária uma infraestrutura cicloviária bem projetada para promover o uso da bicicleta. Segundo pesquisa  realizada pela Aliança Bike em parceria com o Laboratório de Mobilidade Sustentável da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, cada indivíduo que opta pela bicicleta em detrimento do carro contribui para a redução da emissão de 4,4 kg de dióxido de carbono (CO₂) por ano. Isso demonstra o impacto significativo que a promoção do ciclismo pode ter na redução das emissões de gases de efeito estufa. Márcio D'Agosto é doutor em Engenharia de Transportes e presidente do Instituto Brasileiro de Transporte Sustentável, segundo o especialista, o uso de bicicletas como meio de transporte de pessoas e até mesmo de cargas é uma medida eficaz para promover a mobilidade saudável, entretanto é preciso que a população conte com uma infraestrutura adequada e seguranças pública para esta prática. “Como transporte ativo, o uso de bicicletas consome metade da energia que a prática da caminhada com velocidade quatro vezes maior, de forma silenciosa e sem produzir emissões de poluentes atmosféricos de ação local, danosos a saúde da população ou gases de efeito estufa. Se usada de forma moderada, em rotas com traçado adequado (inclinações suaves e pavimento regular) a prática do ciclismo traz benefícios para a saúde do ciclista. Por ser uma região com topografia propícia (predominantemente plana ou com aclives relativamente suaves) a Baixada de Jacarepaguá apresenta potencial para a implantação de uma rede de ciclovias capaz de ampliar mobilidade de pessoas e cargas de forma integrada com o transporte público.” Explica D'Agosto Além disso, o uso da bicicleta como meio de transporte pode gerar economia financeira significativa. Menos gasto com combustível, manutenção de veículos e até com transporte público são apenas alguns dos benefícios econômicos que andar de bicicleta pode proporcionar. Essa economia pode ser reinvestida em outras áreas da vida, contribuindo para uma gestão financeira mais saudável. A promoção do ciclismo também inspira políticas públicas voltadas para a construção de ciclovias e a criação de zonas livres de carros, incentivando um ambiente urbano mais sustentável. Programas de compartilhamento de bicicletas, como o Bike Rio, têm ganhado popularidade e demonstram que a bicicleta pode ser um meio de transporte viável e acessível para todos. A produção da Agência Lume entrou em contato com a CET-Rio, Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Clima, Secretaria Municipal do Transporte e Secretaria Municipal do Desenvolvimento Urbano e Econômico para obter informações sobre quantos quilômetros de ciclovias foram construídos e reformados em 2024 e as previsões para os próximos anos. Além disso, buscamos detalhes sobre a abertura de uma audiência pública para debater o tema com a sociedade civil. No entanto, até a publicação desta matéria, não recebemos respostas. Este material jornalístico foi produzido com o apoio do Instituto Brasileiro de Transporte Sustentável (IBTS).

  • Alagamento afeta trânsito e coleta de lixo na Estrada de Jacarepaguá

    Foto enviada por leitores. Problema já deixa o Ecoponto Curva do Pinheiro e a entrada da Paróquia São João Batista alagados há três semanas. Um problema antigo voltou a afetar a vida de quem circula pela Estrada de Jacarepaguá, próximo ao número 4.450. A via que dá acesso ao Ecoponto Curva do Pinheiro e à Paróquia São João Batista em Rio das Pedras está alagada há cerca de três semanas. A Agência Lume já noticiou o transtornos no mesmo trecho em agosto e setembro de 2020. Quem vive próximo ao local diz que o lixo descartado irregularmente contribuiu para o entupimento da galeria pluvial. Outras fontes ouvidas pela Agência Lume também afirmam que o problema teria sido causado pelo rompimento de uma tubulação, que estaria gerando um vazamento de água. Em dezembro de 2023, a Prefeitura inaugurou o Ecoponto Curva do Pinheiro . A esperança dos moradores era de que, com o espaço para correto descarte de entulho, móveis velhos e lixo, o problema dos resíduos descartados irregularmente às margens da via - um dos principais fatores que contribuem para o entupimento da galeria - seria resolvido, entetanto o que ainda se vê é descarte irregular de lixo pela região. A Agência Lume entrou em contato com a Iguá, a Secretaria Municipal de Conservação e com a Comlurb para entender o que está causando o alagamento e por que a estratégia com a instalação de um Ecoponto parece não ter impedido o descarte irregular de resíduos na região. A Iguá informou que o caso se trata de uma questão de obstrução das redes de águas pluviais.  A Comlurb e a Secretaria de Conservação, enviaram uma nota conjunta informando que a Secretaria Municipal de Conservação vai enviar equipe, esta semana, para vistoriar o local e averiguar as condições da galeria pluvial, para tomar as medidas necessárias. A Comlurb informou ainda que vai enviar uma equipe para realizar a limpeza da Estrada de Jacarepaguá, na altura do número 4.450. E reforçou que a coleta de lixo no local é realizada diariamente, assim como a retirada dos resíduos deixados pelos moradores no Ecoponto. A companhia também informou que, como o ponto de coleta está alagado, dificultando o acesso dos moradores, o lixo foi deixado em local irregular. E finalizou dizendo que foram instalados no local dois ecopontos para melhor atender aos moradores de Rio das Pedras e que funcionam diariamente, das 6h às 18h. O Ecoponto Curva do Pinheiro fica na altura do número 4.460 e conta com uma caixa compactadora de 15m³, fechada, destinada ao lixo domiciliar, e duas caixas estacionárias de 5m³, abertas, para receber entulho, bens inservíveis e galhadas.

  • A história do bairro do Tanque

    Por: Val Costa. Professor de Geografia e membro do IHBAJA. O bairro do Tanque faz parte da XVI Região Administrativa – Jacarepaguá – possuiu uma área de 556,80 ha e, de acordo com o Censo 2010, 37.856 habitantes. No período colonial, o Largo do Tanque era conhecido como Itatindiba, em homenagem ao rio de mesmo nome, hoje chamado apenas de Tindiba. Na segunda metade do século XIX, essa localidade possuía uma importância estratégica para Jacarepaguá. Era o ponto onde os viajantes paravam para dar água a seus animais em um grande reservatório ali existente. Essa espécie de “tanque” acabou denominando o local e o seu entorno.  Até a inauguração da Estrada de Ferro D. Pedro II (atual Central do Brasil), em 1858, as carruagens, diligências e cavalos eram os meios de transportes mais utilizados pela população de Jacarepaguá para chegar até o Centro da cidade. Nesse ano, foi inaugurada também a Estação de Cascadura, a mais próxima de Jacarepaguá, já que a Estação de Madureira só foi concluída em 15 de junho de 1890.  A partir de 1875, com a implantação dos bondes de tração animal, o acesso à região melhorou consideravelmente. Os bondes, puxados por burros, circulavam em trilhos feitos de aço, assentados no leito das ruas. Partiam da Estação de Cascadura, atravessavam a Praça Seca, e seguiam pelo Mato Alto até atingirem o Largo do Tanque, onde os animais descansavam bebendo água em um grande reservatório. A empresa que administrava essa linha de bondes chamava-se Companhia Ferro-Carril de Jacarepaguá. Em abril de 1911, a Light comprou a companhia e eletrificou alguns trechos da linha.  O bairro do Tanque abrigou, ao longo do século XX, vários órgãos públicos. A primeira Delegacia Policial de Jacarepaguá se localizava onde hoje está o pátio da Paróquia Santo Antônio Maria Zaccaria. Em 1916, ela foi transferida para a Praça Seca, retornando em 1956 para o antigo prédio da prefeitura localizado na Av. Geremário Dantas, 34. Esse prédio também sediou a Agência de Jacarepaguá da Prefeitura Municipal. A denominação, delimitação e codificação do bairro foi estabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alterações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985. Val Costa é professor de Geografia e Membro do Instituto Histórico da Baixada de Jacarepaguá.

  • Mirante e Igreja Nossa Senhora da Penna: Um Patrimônio Histórico na Freguesia

    A igreja foi construída no século XVII o mirante oferece uma vista panorâmica da Zona Oeste da cidade. Situada no topo do Pedra do Galo , no bairro da Freguesia, a Igreja Nossa Senhora da Penna   oferece uma vista panorâmica de Jacarepaguá, combinando história, fé e beleza natural. Além disso, a Igreja Nossa Senhora da Penna foi construída no século XVII e é um dos templos mais antigos da cidade.  Além da própria igreja, que é um exemplo da arquitetura colonial brasileira, o mirante no topo oferece uma vista panorâmica que abrange os maciços da Tijuca e da Gávea, as serranias de Guaratiba e até o oceano ao longe. A subida ao mirante pode ser feita por uma escadaria de 382 degraus ou por uma estrada pavimentada. Também há a opção do bondinho, que é gratuito.  Localizada a 160 metros de altura, a Igreja de Nossa Senhora da Penna foi fundada em 1664, após uma pessoa escravizada, com medo de ser punida por perder uma novilha, teve uma visão que o levou a encontrar o animal. O dono das terras, que presenciou a cena, a alforriou e mandou construir uma capela no topo do penhasco.  Professor de Geografia e membro do Instituto Histórico da Baixada de Jacarepaguá (IHBAJA) , Val Costa explica que a igreja foi reformada e ampliada em 1770 e tem uma torre sineira e um altar rococó, com retratos de D. Pedro I e D. Teresa Cristina. Val também conta que o patrimônio foi tombado pelo IPHAN em 1938.  “ A igreja possui um pátio externo de tijolo cozido com um relógio de sol e um pequeno muro que já teve forma de seteira. A Pedra do Galo, onde a igreja está localizada, era um ponto estratégico para a defesa da região. Em 2011, foi instituído o dia 8 de setembro como o dia comemorativo à Nossa Senhora da Penna no calendário oficial da cidade ”, conta.  Val Costa conta que o patrimônio arquitetônico de Jacarepaguá é um tesouro histórico que ajuda a manter vivas as memórias coletivas. Ele explica que a sociedade atual é moldada por estruturas sociais do passado, que, ao serem analisadas e interpretadas, constroem a memória ou o esquecimento social. Reconhecer a importância dos monumentos e edificações locais é essencial para a construção da memória social. “ O Patrimônio Histórico inclui bens materiais, naturais ou imóveis de importância artística, cultural, religiosa, documental ou estética. O IPHAN e o Inepac são responsáveis pela gestão e preservação do patrimônio histórico no Brasil e no estado do Rio de Janeiro, respectivamente. A Baixada de Jacarepaguá possui vários vestígios históricos do Brasil colonial, como o Marco 5 das Sesmarias da Tijuca, tombado pelo Inepac em 1965. Outros exemplos incluem um prédio do médico Cândido Benício, destruído ao longo dos anos, e o casarão da Fazenda Mato Alto, que necessita de reformas urgentes ”, explica.  Visitação O mirante e a Igreja de Nossa Senhora da Penna estão localizados na Rua Nossa Sra. da Penna, no bairro da Freguesia, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. O patrimônio está aberto para visitação das 9h às 16h, exceto feriados. As missas são realizadas aos sábados e domingos, às 11h. Além disso, o bondinho opera gratuitamente das 8h às 17h, proporcionando uma experiência única de transporte até o local. Para mais informações acesse o site  da igreja ou entre em contato pelos números Tel: (21) 2447-9570 e WhatsApp: (21) 98880-0377. Também há opção através do e-mail vinsp-rj@hotmail.com . Serviço Endereço:  Rua Nossa Sra. da Penna - Freguesia (Jacarepaguá) Horário de Visitação:  9h às 16h (exceto feriados) Dia e Horário das Missas:  11h, Sábado e Domingo Bondinho : 8h às 17h - Gratuito.

  • Destaque da Comunidade: Moradora de Rio das Pedras vai à COP29

    Maiara Oliveira foi uma das selecionadas pelo programa Jovens Negociadores Pelo Clima para participar do evento em Baku, no Azerbaijão. Rio das Pedras esteve presente na 29ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP29) em Baku, Azerbaijão, graças à participação de Maiara Oliveira. A moradora da região do Pinheiro é graduanda em Relações Internacionais pela UERJ, e foi uma das selecionadas pelo programa Jovens Negociadores Pelo Clima (JNC) para representar as comunidades periféricas neste importante fórum internacional. O programa Jovens Negociadores Pelo Clima, que é desenvolvido pelo Observatório Internacional da Juventude (OIJ), conta com a parceria da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Clima do Rio de Janeiro , com a colaboração do PerifaLab e do Climate Hub Rio, e tem como objetivo capacitar jovens de comunidades periféricas para participarem de espaços internacionais de decisão sobre a crise climática. Maiara explicou a importância dessa representação: "Já que sendo nós, jovens periféricos, os mais atingidos por essa questão, nada mais justo que estejamos lá construindo políticas que vão nos impactar diretamente." A moradora de Rio das Pedras resolveu se candidatar ao programa para participar de forma mais intensa da luta contra a crise climática. Segundo Maiara, o programa foi essencial para ajudá-la a desenvolver novas habilidades que permitissem sua inserção e participação em espaços de debates. "Esses espaços não são pensados para que jovens periféricos os ocupem, logo eles possuem mecanismos para que você se sinta um invasor ali, como se a sua voz não valesse. Mas quanto mais conhecemos e entendemos sobre eles, mais temos propriedade para falar e permanecermos lá." O território de Rio das Pedras, não é diferente do resto da cidade, também sofre com os impactos das mudanças climáticas. Para Maiara, é muito importante levar em consideração as vivências do nosso território ao cobrar soluções que têm impacto global. "O programa me ajudou a entender que quando cobramos soluções sobre os problemas que vivemos aqui, não é de impacto apenas regional, mas sim global. Rio das Pedras é top 5 favelas com a maior população do Brasil, nós ocupamos um território gigante da cidade, não tem como ter alguma discussão sobre esse país sem levar o que é vivido aqui em consideração!" Segundo a jovem, o território de Rio das Pedras é muito grande e por esse motivo precisa lidar com uma grande diversidade de problemas climáticos que afetam de forma distinta cada área da comunidade, como ondas de calor, enchentes, queimadas e deslizamentos. Por isso, é importante que estejamos atentos às negociações sobre financiamento climático e adaptação que acontecem na COP, pois as decisões são importantes para a realidade das favelas do RJ e do Brasil. Maiara contou à Agência Lume que durante sua trajetória se inspirou em seus pais. O apoio dos familiares foi fundamental em sua caminhada, principalmente o de sua irmã, que é formada em Gestão Ambiental. Mesmo assim, a jovem contou que não imaginava que seria uma das selecionadas para ir à COP29, já que o programa ao qual faz parte tem um processo interno de seleção bastante rigoroso, mas que ficou feliz com a informação de que iria representar a juventude periférica no evento, e deixou um recado para os jovens de Rio das Pedras: "Não se subestimem! Façam diferente do que eu fiz! Nós temos sim muito potencial para ocuparmos e nos fazermos escutar em espaços que de jeito nenhum são pensados para a gente! Se envolvam, estudem, ocupem e corram atrás de todas as oportunidades que aparecerem, construam caminhos para que mais e mais pessoas parecidas com a gente estejam em conferências internacionais fora e dentro do nosso país!" Por fim, pedimos que Maiara fizesse uma avaliação sobre os resultados da conferência. Segundo a jovem, as decisões não supriram a expectativa esperada e é preciso esperança para transformar a frustração em combustível para lutar: "Essa COP era denominada de “COP do financiamento” acredita-se que terminaríamos ela com um texto muito mais ambicioso sobre a responsabilidade que os países desenvolvidos têm com os subdesenvolvidos em financiar nossa luta contra a crise climática. Porém o que foi apresentado foi um texto fraco, no qual os países ricos têm obrigação de financiar apenas US$ 250 bilhões anualmente até 2035. Muito abaixo dos 1,3 trilhões de dólares que o próprio texto reconhece que seria realmente o necessário. Gostaria de saber se os líderes dos Estados verdadeiramente conseguem dormir tendo tanto sangue nas mãos. Países vão desaparecer, ilhas no Caribe e Oceania já estão nesse processo, doenças irão surgir, tragédias ambientais serão regra, e enquanto a sociedade civil se organiza e faz todo o possível para mitigar essas situações, os Estados continuam sendo mesquinhos e encaminhando nossa morte."

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