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Foto do escritorAdão Paiva

Margens de um rio: entretenimento na favela


Na foto: Podemos ver uma banquinha ondem são vendidos diversos dvds pirateados.
3 DVDs por R$ 10. / Foto: Adão Paiva.

Uma amiga me perguntou o porquê de as ruas das comunidades estarem tão cheias durante a pandemia. Muitas pessoas que cresceram longe das comunidades não sabem bem como nós vivemos.

Foi então que perguntei pra ela e outras pessoas o que estavam fazendo durante a quarentena em casa. Recebi uma lista de coisas bem legais e interessantes para se fazer, como: Assistir filmes e series na Netflix, estudar com cursos EAD, aprender um novo idioma, cultivar uma horta em casa e por aí vai.

A maioria dos moradores da comunidade, além de precisarem sair em meio à pandemia para conseguirem se alimentar, não tem um quintal para malhar em casa ou praticar seu Ioga. Não tem aparelhos que possam assistir Netflix e nem consoles para zerar o jogo lançamento. Muito menos estão tendo aulas.

O que resta para a maioria é cuidar da casa, de suas famílias, ir ao bar do seu zé ou igreja, dentre outras coisas que na maioria das vezes, não envolve ficar em casa. No máximo, compramos 3 DVDs pirata por R$10 e torcemos para não vir arranhando. Esse é o motivo de as ruas estarem tão cheias. Não há quem consiga ficar em casa de barriga vazia e sem atividade recreativa.

Na quarentena, ficou explícito que quem deveria cuidar do povo só cuida dos seus familiares e os outros que se danem. Além disso, há um distanciamento social enorme, onde os patrões podem ficar em casa e curtir com amigos íntimos em suas piscinas, mas os empregados precisam ir trabalhar a qualquer custo e servi-los independente de quão cheio esteja o transporte público.

 

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