A Chacina da Praça Sentinela
- IHBAJA
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Por: Val Costa.
Professor de Geografia e membro do IHBAJA.
Uma aprazível praça localizada no bairro da Taquara foi o cenário de um lamentável fato ocorrido durante os chamados “anos de chumbo”. No dia 27 de outubro de 1973, quatro militantes do Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR) foram assassinados nos arredores da Praça Sentinela.
Segundo a Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP), tudo aconteceu por volta das 22h, quando dezenas de pessoas armadas saíram de oito carros e dispararam vários tiros contra os quatro que estavam nos arredores da praça. Três deles foram colocados dentro de um fusca vermelho no qual, logo depois, foi lançada uma bomba. O saldo final não poderia ter sido mais trágico: três pessoas carbonizadas e uma mulher morta com quatro tiros.
Almir Custódio de Lima, Ramires Maranhão do Valle, Ranúsia Alves Rodrigues e Vitorino Alves Moitinho foram as pessoas assassinadas nesse fatídico dia. Décadas depois, descobriu-se que os agentes do DOPS foram os responsáveis pelas mortes dos quatro e também pela explosão do carro.
Os detalhes desse acontecimento constam em uma obra que reúne os dados e as informações sobre as circunstâncias das mortes e dos desaparecimentos de aproximadamente 400 pessoas durante esse período: “Dos filhos deste solo”, de Nilmário Miranda e Carlos Tibúrcio. Esse episódio também foi retratado na série “Anos Rebeldes”, da Rede Globo. A protagonista usava o nome fictício de Heloísa e foi interpretada pela atriz Cláudia Abreu.
No dia 8 de janeiro de 2025, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou um decreto que criou o Prêmio Eunice Paiva de Defesa da Democracia. A premiação será concedida anualmente pela Advocacia-Geral da União (AGU) para pessoas que colaboraram com a preservação, restauração ou consolidação da democracia no Brasil.

Val Costa é professor de Geografia e Membro do Instituto Histórico da Baixada de Jacarepaguá.