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- Comlurb remove 167 toneladas de resíduos das ruas após eleição
A sujeira nas ruas chamou a atenção de muitos eleitores no último domingo (06). Veja: A Prefeitura do Rio divulgou que a Comlurb trabalhou nas ruas da cidade durante todo o domingo e a madrugada da segunda-feira (07/10) para garantir a limpeza durante e após o primeiro turno das eleições municipais. Os agentes trabalharam no entorno de todas as seções das 49 Zonas Eleitorais existentes no Rio, e removeram 167 toneladas de resíduos de material de propaganda eleitoral. Para dar conta do trabalho foi preciso um efetivo de 3.621 garis e 294 agentes de limpeza urbana divididos e, turnos sendo 1260 garis no turno da manhã, 2.133 garis no turno da tarde e o terceiro grupo iniciou os trabalhos a partir das 23h até que todos os pontos de votação estivessem limpos. O trabalho teve o apoio de 36 caminhões compactadores, oito varredeiras de grande porte, seis varredeiras compactas e 96 sopradores, que auxiliaram no serviço de varrição mecanizada. A lavagem hidráulica dos logradouros contou com 12 pipas d’água e dez motobombas com água de reuso. Vale lembrar que a manutenção de rotina no município seguiu sendo realizada normalmente. A sujeira nas ruas chamou a atenção de muitos eleitores, em certos pontos, dificultavando até mesmo a circulação de pedestres que precisavam andar com cautela para não escorregar nas propagandas. A prática de derramamento de "santinhos", como é conhecido o crime de jorgar propagandas dos candidatos no chão no dia da votação é crime eleitoral, que pode inclusive trazer punições para os próprios candidatos.
- Eleições 2024: confira os 51 vereadores eleitos para a Câmara Municipal
PSD, partido do prefeito reeleito Eduardo Paes contará com a maior bancada: 16 vereadores eleitos. No último domingo (06), foram conhecidos os 51 vereadores que ocuparão a Câmara Municipal nos próximos quatro anos. Com 100% das urnas apuradas, destaque para o PSD, partido do prefeito reeleito Eduardo Paes que terá 16 vereadores e será a maior bancada da Câmara. A coligação formada por Paes nas eleições, composta por PT, PSB, PDT, PC do B, PRD, Avante, Podemos, DC, AGIR, Solidariedade e PV elegeu um total de 28 candidatos, com uma maioria de vereadores para o prefeito reeleito. O PL, que faz oposição ao governo Paes, elegeu sete vereadores, se tornando a segunda maior bancada do legislativo municipal nos próximos quatro anos. Isso se deve a expressiva votação de Carlos Bolsonaro, filho de Jair Bolsonaro, que teve 130.480 votos, se tornando o candidato mais votado de toda a história. Dos 51 vereadores eleitos, 26 irão para mais um mandato, enquanto 25 retornam depois de um período fora, ou entram pela primeira vez na Câmara. Dentre os partidos, o PSD foi o que obteve a maior quantidade de votos totais, seja no candidato ou na legenda, com 771.360 votos, acompanhado do PL (418.668) e do PT (207.581). Os dados são do UOL . Confira a listagem de vereadores eleitos para a Câmara Municipal Carlos Bolsonaro (PL) - 130.480 votos Marcio Ribeiro (PSD) - 56.770 votos Tainá De Paula (PT) - 49.986 votos Carlo Caiado (PSD) - 47.671 votos Rafael Aloisio Freitas (PSD) - 40.892 votos Marcelo Diniz (PSD) - 39.967 votos Rosa Fernandes (PSD) - 39.804 votos Leniel Borel (PP) - 34.359 votos Felipe Michel (PP) - 31.773 votos Joyce Trindade (PSD) - 30.466 votos Cesar Maia (PSD) - 29.665 votos Rick Azevedo (Psol) - 29.364 votos Junior Da Lucinha (PSD) - 28.743 votos Helena Vieira (PSD) - 28.626 votos Vera Lins (PP) - 27.871 votos Diego Vaz (PSD) - 27.226 votos Salvino Oliveira (PSD) - 27.062 votos Monica Benicio (Psol) - 25.382 votos Felipe Boró (PSD) - 24.190 votos Zico (PSD) - 23.319 votos Poubel (PL) - 21.379 votos Marcio Santos (PV) - 21.122 votos Vitor Hugo (MDB) - 20.660 votos Tânia Bastos (Republicanos) - 20.424 votos Talita Galhardo (PSDB) - 20.352 votos Luiz Ramos Filho (PSD) - 20.237 votos Welington Dias (PDT) - 20.147 votos William Siri (Psol) - 19.872 votos Jorge Canella (União) - 19.353 votos Átila Nunes (PSD) - 19.191 votos Inaldo Silva (Republicanos) - 19.116 votos Willian Coelho (DC) - 18.777 votos Flávio Valle (PSD) - 18.613 votos Jair Da Mendes Gomes (PRD) - 18.509 votos Thais Ferreira (Psol) - 17.206 votos Tatiana Roque (PSB) - 16.957 votos Renato Moura (MDB) - 16.278 votos Marcos Dias (Podemos) - 16.209 votos Dr. Rogerio Amorim (PL) - 16.081 votos Paulo Messina (PL) - 15.977 votos Fabio Silva (Podemos) - 15.846 votos Pedro Duarte (Novo) - 15.404 votos Felipe Pires (PT) - 15.136 votos Maíra do MST (PT) - 13.713 Fernando Armelau (PL) - 14.415 votos Rodrigo Vizeu (MDB) - 14.351 votos Rafael Satiê (PL) - 13.582 votos Gigi Castilho (Republicanos) - 13.492 votos Leonel De Esquerda (PT) - 13.325 votos Dr Gilberto (SD) - 13.312 votos Diego Faro (PL) - 12.675 votos Os eleitos tomarão posse na Câmara a partir de janeiro de 2025, junto com o prefeito reeleito Eduardo Paes. Números de brancos e nulos cai em relação a 2020 A quantidade de eleitores que votaram em branco ou anularam seus votos teve uma redução, comparada a última eleição. Somados, brancos e nulos chegaram a 442.655, uma redução de 28,8%, comparado a 2020, quando tivemos 621.708 votos descartados, ou seja, não dados a nenhum candidato ou legenda.
- Eduardo Paes é reeleito Prefeito do Rio de Janeiro
Candidato do PSD vai governar a cidade pela quarta vez. Veja: O Rio de Janeiro elegeu neste domingo (06/10) o Prefeito do Rio de Janeiro para os próximos quatro anos. Eduardo Paes (PSD) venceu no primeiro turno com 60,34%. A vitória de Paes foi confirmada com cerca de 95% das urnas apuradas. Eduardo Paes iniciou sua carreira política em 1993, quando foi eleito vereador do Rio de Janeiro pelo Partido da Frente Liberal (PFL). Em 2000, Paes foi eleito deputado federal, cargo que ocupou até 2008, quando decidiu concorrer à prefeitura do Rio de Janeiro. Em 2008, Eduardo Paes foi eleito prefeito do Rio de Janeiro pela primeira vez, pelo Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB). Ele foi prefeito pela segunda vez ao se reeleger em 2012, ficando até 2016. Em 2018 se candidatou a governador do estado do Rio de Janeiro, mas perdeu no segundo turno. Retornou à Prefeitura em 2020, quando foi novamente eleito prefeito do Rio de Janeiro, desta vez pelo Partido Social Democrático (PSD). Com a atual reeleição, Eduardo Paes se torna prefeito da capital fluminense pela quarta vez, com duas reeleições. Aos 54 anos, Paes conta com Eduardo Cavaliere como vice e exercerá o mandato até dezembro de 2028.
- Eleições Municipais: Prepare-se para votar
Para votar é necessário portar algum documento oficial com foto ou usar o aplicativo e-Título, disponível para iOS e Android. Neste domingo (06/10), das 8h às 17h, ocorrerá o primeiro turno das Eleições Municipais de 2024. Para garantir que o processo ocorra de forma tranquila e organizada, é fundamental que os eleitores estejam cientes dos documentos necessários para votar. Para votar é obrigatório a apresentação de um documento oficial com foto. Os documentos aceitos incluem a carteira de identidade (RG), carteira de motorista (CNH), passaporte, carteira de trabalho, certificado de reservista, ou qualquer outro documento oficial com foto. Além disso, o título de eleitor, embora não obrigatório, é altamente recomendado, pois facilita a localização da seção eleitoral e agiliza o processo de votação. Para aqueles que optaram pelo e-Título , a versão digital do título de eleitor, é importante lembrar que ele só será aceito se estiver atualizado e com foto. Caso contrário, será necessário apresentar um dos documentos físicos mencionados anteriormente. O aplicativo e-Título pode ser baixado gratuitamente nas plataformas iOS ou Android , e é uma alternativa prática para quem prefere evitar o uso de papel. Como saber o local de votação? A Justiça Eleitoral vem alertando para a importância de verificar com antecedência o local de votação, que pode ter sido alterado em relação às eleições anteriores. Essa verificação pode ser feita pelo site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ou pelo aplicativo e-Título. Para saber o seu local de votação, siga os passos abaixo: Verifique o Título de Eleitor : O seu título de eleitor contém informações importantes, incluindo a seção e a zona eleitoral. Esses dados são essenciais para identificar o local exato onde você deve votar. Acesse o site do TSE : O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) oferece um serviço online onde você pode consultar o seu local de votação. Acesse o site oficial do TSE e procure pela opção de consulta ao local de votação . Use o aplicativo e-Título: O TSE disponibiliza o aplicativo e-Título, que pode ser baixado gratuitamente em smartphones. Com ele, você pode acessar todas as informações do seu título de eleitor, incluindo o local de votação. Ligue para o Disque-Eleitor : O TSE também oferece um serviço de atendimento telefônico. Ligue para o número 148 e siga as instruções para obter a informação desejada. Ligue para o TRE: O Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro funciona de segunda a sexta-feira das 11 às 19 horas. Horário de atendimento nos cartórios eleitorais: de 11 às 17h Central de Atendimento ao Eleitor: (21) 3436-9000. Consulte o Cartório Eleitoral: Visite o cartório eleitoral mais próximo de você. Lá, os funcionários poderão fornecer todas as informações necessárias sobre o seu local de votação.
- A História do bairro de Vargem Grande
Por: Val Costa. Professor de Geografia e membro do IHBAJA. O atual bairro de Vargem Grande fazia parte do Engenho do Camorim, fundado por Gonçalo Correia de Sá em 1594. Em 1628, a filha de Gonçalo, Vitória Correia de Sá, casou com o espanhol Luis de Céspedes García Xería, que recebeu, como dote de casamento, as terras do Engenho do Camorim. Após a cerimônia, o casal foi morar em Assunção, já que D. Luís era governador do Paraguai. Depois de 1640, Vitória de Sá, já viúva, reornou ao Brasil e enfrentou imensa batalha judicial com o primo Salvador Correia de Sá e Benevides pela posse das terras do engenho. Em 1667, tendo obtido ganho de causa, Vitória de Sá doou todas as suas posses para o Mosteiro de São Bento. Nessa propriedade, os beneditinos plantaram cana-de-açúcar, produziram farinha de mandioca, aguardente e criaram gado de corte. No século XVIII, Frei Lourenço da Expectação Valadares subdividiu o Engenho do Camorim em três fazendas: Camorim, Vargem Grande e Vargem Pequena. Em 1891, os Beneditinos venderam a propriedade para a Companhia Engenho Central de Jacarepaguá e esta para o Banco de Crédito Móvel. O Projeto de Lei Nº 528/2005 instituiu a última semana do mês de setembro como data comemorativa do aniversário do bairro de Vargem Grande. A data escolhida é atribuída ao fato de que a primeira citação histórica das Vargens foi feita em setembro de 1590, quando o bairro ainda fazia parte do Engenho do Camorim. Em decorrência de suas características naturais, com partes inundadas, o Plano Lúcio Costa determinava o uso agrícola para toda essa imensa área. Em 2009, foi aprovado o Projeto de Estruturação Urbana dessa região, também conhecido como PEU das Vargens. Esse projeto é alvo de muita polêmica, pois estabelece parâmetros urbanísticos que favorecem o processo de especulação imobiliária. Val Costa é professor de Geografia e Membro do Instituto Histórico da Baixada de Jacarepaguá.
- Em favelas do Rio, mães sofrem com escassez de creches e pré-escolas
Falta de vagas em Rocinha e Rio das Pedras prejudica vida profissional e financeira das responsáveis e afeta o desenvolvimento das crianças. Por: Diego Nunes da Rocha, Felipe Migliani, Fernanda Calé e Karen Fontoura. A educação na primeira infância é uma etapa crucial para o desenvolvimento das crianças, essencial para garantir igualdade de oportunidades desde o começo da vida. No entanto, o Rio de Janeiro enfrenta um déficit nessa área: a falta de vagas em creches e pré-escolas. O problema é acentuado ainda mais nas áreas periféricas da cidade, como as favelas de Rio das Pedras e Rocinha, onde a escassez de unidades públicas e conveniadas compromete o acesso às unidades educacionais. De acordo com dados do Censo Escolar 2023 analisados pela Gênero e Número , a Rocinha conta com 21 creches e pré-escolas , mas apenas seis são municipais. O bairro tem 16 unidades de ensino integral, quatro delas são públicas e 12 são privadas conveniadas. Entre os 15 estabelecimentos privados de ensino infantil que funcionam no bairro, 13 têm convênio com a Prefeitura, o que indica que a maior parte da oferta fica por conta da parceria entre o poder público e as unidades privadas. Para Marcel Gavazza, professor de História no município do Rio de Janeiro, pesquisador e coordenador geral do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Estado do Rio de Janeiro (Sepe-RJ), esse modelo não deveria ser encarado como uma solução para o déficit de vagas na rede. “A transferência de recursos públicos para as creches conveniadas, que são privadas, tem sido a solução imediata adotada pela prefeitura para garantir vagas nas creches. No entanto, isso não substitui a necessidade de planos para a construção de novas unidades” Para o educador, a solução passa pela convocação de aprovados no concurso para professores adjuntos de educação infantil, o que ajudaria a suprir a carência de professores nas creches e pré-escolas e possibilitaria a abertura de novas turmas. Além disso, Marcel afirma que o investimento na construção de novas unidades é essencial. “O ideal seria a construção de novas unidades. Isso é cobrado em reuniões com a Secretaria Municipal de Educação, em atos em frente à prefeitura e em audiências públicas com vereadores. O sindicato tem feito vários requerimentos de informação e tenta pressionar por todos os meios para garantir a ampliação da rede e a convocação dos concursados, o que ajudaria a zerar a fila de espera.” Em entrevista à Agência Lume, o atual prefeito e candidato à reeleição, Eduardo Paes, citou que, se eleito, pretende ampliar o número de creches conveniadas. “Vamos adotar a mesma fórmula que usamos nessa gestão para atingir o nosso objetivo: realizar convênios com creches privadas, porque esse tipo de parceria acelera a resolução dessa carência.” A presença de 21 creches na Rocinha pode parecer positiva, mas muitas dessas unidades educacionais enfrentam limitações de espaço, o que afeta a quantidade de turmas oferecidas. Algumas creches funcionam com apenas três ou quatro turmas para a primeira infância, com no máximo 20 crianças por turma, a depender da quantidade de funcionários disponíveis. Já em Rio das Pedras , a oferta de creches e pré-escolas é ainda mais escassa. Entre os oito estabelecimentos registrados pelo Censo Escolar 2023, seis são municipais e dois são privados sem convênio com a Prefeitura. Somente duas unidades públicas oferecem ensino em turno integral. "Todos os dias chegam novas crianças" , explica Flávia Amaral, pedagoga e diretora do EDI Professora Edir Caseiro Ribeiro, que atua há 25 anos com educação na Rocinha. Ela aponta que a falta de vagas na Rocinha está ligada também ao fluxo migratório constante nas favelas, um fenômeno recorrente também em regiões como Rio das Pedras. Existe lista de espera por vagas em creches tanto na Rocinha quanto no Rio das Pedras. A migração, impulsionada pela concentração de oportunidades de emprego nas regiões metropolitanas, torna as favelas opções mais atrativas de moradia devido ao custo de vida mais acessível para famílias em busca de melhores condições. Isso impacta diretamente a falta de planejamento governamental na oferta de creches. Embora a lei não preveja a obrigatoriedade de matrícula de crianças com menos de 4 anos em unidades educacionais, Flávia Amaral defende que essa diretriz deveria ser revista. “A educação infantil para primeira infância é de suma importância, é a base de tudo. A criança é estimulada, aprende a utilizar o corpo e várias habilidades que ela necessita. E eu não falo só a partir dos quatro anos, eu gostaria que a lei se estendesse para minha faixa etária, que é de seis meses”, explica. Papel da prefeitura na oferta de creches e pré-escolas O debate sobre a falta de vagas em creches e pré-escolas no Rio de Janeiro não é novo, mas a solução para o problema parece distante. Em ano eleitoral, especialmente quando falamos de eleições municipais, é muito importante que a sociedade esteja atenta às obrigações da prefeitura relacionadas ao tema - e também ao que dizem os candidatos - para garantir que essa situação seja realmente enfrentada. O prefeito desempenha um papel essencial na gestão e expansão das creches municipais. É responsabilidade do executivo municipal formular e implementar políticas públicas que garantam o acesso à educação infantil. É a prefeitura que define o orçamento destinado à educação para a primeira infância, garantindo que haja recursos suficientes para a manutenção e expansão das creches e pré-escolas. Ela também pode buscar fontes alternativas de financiamento, como fundos municipais específicos, para garantir a sustentabilidade dos serviços. Falta de vagas afeta vida profissional de mães e desenvolvimento infantil Para muitas mães que vivem nas favelas de Rio das Pedras e da Rocinha, a falta de vagas em creches significa um obstáculo para ingressar ou se manter no mercado de trabalho. A dona de casa Vilma Carvalho, de 37 anos, é uma delas. Moradora de Rio das Pedras e mãe de quatro filhos, ela tenta conseguir uma vaga na creche para a filha mais nova desde que a menina tinha dois anos. “Isso me atrapalhou a voltar a trabalhar, porque a creche está muito cara”, conta ela. Sem a vaga, Vilma enfrenta o dilema de pagar alguém para buscar e levar os outros filhos na escola ou desistir de trabalhar. Além das dificuldades financeiras, há também o impacto na socialização das crianças. A dona de casa comenta que sua filha é muito inteligente, mas não tem convivência com outras crianças da mesma idade. Se estivesse na creche, a menina teria mais oportunidades de desenvolvimento social e cognitivo. Quem consegue uma vaga na creche para o seu filho consegue notar os benefícios que esse acesso pode trazer. A creche desempenha um papel fundamental no desenvolvimento integral da criança, oferecendo não apenas um ambiente seguro, mas também estímulos essenciais para o seu crescimento cognitivo, social e emocional. Segundo Mônica Sacramento, pesquisadora e coordenadora programática da ONG Criola: “A creche é um espaço que reúne várias políticas, que atuam na segurança alimentar, no desenvolvimento das crianças e na socialização. A insuficiência de políticas ou a falta de uma oferta adequada provoca efeitos que atingem toda a comunidade, não apenas os cuidadores, mas também, a vizinhança, já que essas mulheres recorrem a redes de apoio” , explica. Para a pesquisadora, quando esse direito não é garantido: “as consequências não são só imediatas, mas também a longo prazo, porque isso se desdobra na vida escolar das crianças” , analisa. Kátia Monique Nunes, mãe de um menino de três anos do Rio das Pedras, conseguiu notar como o ingresso na creche pode impactar positivamente o desenvolvimento infantil. Após indicação da fonoaudióloga, a criança foi matriculada com dois anos e um mês, período crucial para sua socialização e desenvolvimento da linguagem. A moradora do Rio das Pedras destaca que o contato com outras crianças e as atividades estruturadas da creche ajudaram no avanço do filho, que inicialmente falava pouco e demonstrava dificuldades de interação. “Todos os dias ele fala comigo, “mamãe gosto da escola”. Ele está mais comunicativo, participa das atividades, sabe as cores, sabe os nomes dos amigos e das tias. A escola trabalha com projetos pedagógicos e todo bimestre tem reunião com as professoras, que apresentam um relatório de habilidades e conhecimentos.” Desafios para mães solo e mães de crianças atípicas Os responsáveis que conseguem ingressar no mercado de trabalho enfrentam o desafio de conciliar suas jornadas, que geralmente são de 8h ou 9h diárias, além do tempo de deslocamento, com os horários estabelecidos nas creches. “Eu precisei de uma pessoa pra buscar e ficar com meu filho até a hora de eu chegar do trabalho, porque eu preciso trabalhar e só chego por volta de 19:30” , conta Vitória Brennand, 27 anos e moradora da Rocinha. Para ela, mãe solo de três filhos, a principal dificuldade é o horário estabelecido nas creches, que funcionam até 15h. “Eu pago R$250 [mensais] de segunda a sexta. É menos um dinheiro que já poderia ajudar nas compras de casa, no hortifruti”, explica. Já a moradora da Rocinha Adrielle Paiva, 35 anos, mãe de uma criança atípica (criança com deficiência intelectual ou física), não consegue ingressar no mercado de trabalho. Com dois filhos pequenos, a dificuldade de matricular as crianças na mesma creche ou pelo menos em unidades próximas tem sido um grande desafio. “Eu tenho outra filha de um ano e nove meses e ela está sem creche, porque foi selecionada para uma unidade em São Conrado e ia ficar inviável de botar ela nessa e o meu outro filho na Gávea” , lamenta Adrielle, que está na lista de espera de outras quatro unidades educacionais para a filha desde fevereiro, enquanto o filho frequenta a escola no bairro vizinho. A falta de vagas impacta diretamente na vida da moradora da Rocinha, que recorre à ajuda de familiares para se manter financeiramente. “Eu não consigo trabalhar, pois não tenho com quem deixar. Eu sou separada do pai deles, minha mãe que me ajuda no dia a dia, mas ela não tem saúde pra ficar com ela só”, explica. “É um sentimento de frustração, pois a gente faz mil planos e não consegue executar nenhum. Eu recebo o auxílio Brasil, o pai das crianças ajuda com as coisas e meu pai paga meu aluguel” , completa Adrielle. Para mães de crianças atípicas, a preocupação com os filhos nas unidades de educação é constante. O descaso dos governantes agrava ainda mais o cenário educacional, que, em vez de proporcionar conforto, se transforma em fonte de aflição. Para Adrielle, mãe de um menino atípico, a escola poderia ser mais transparente sobre as atividades oferecidas às crianças. “Na creche tem uma psicóloga e uma fonoaudióloga, mas não nos informam o que elas fazem e o trabalho parece ser geral, sem um foco específico em cada criança” , explica. Ela também percebe um distanciamento das famílias em atividades escolares durante datas comemorativas, como Páscoa, Dia das Crianças e Dia da Família, com acesso apenas aos trabalhos enviados para casa. “A fila de espera era muito grande, não tinha uma data certa de espera. É esperar para um dia receber uma mensagem ou ligação avisando que conseguiu a vaga. Eu fiquei sem esperança por meu filho ser um dos últimos. Eu necessitava naquele momento e acabei pagando uma particular” , conta Shara Rosário, mãe atípica, de 31 anos, trancista e moradora da Rocinha. Hoje, com filho matriculado em uma creche pública, Shara não sente que as necessidades da criança são contempladas. Para ela, as creches deveriam disponibilizar monitores na educação infantil, conforme assegurado pela Lei de Inclusão , que não determina limite de idade para o acesso a esse profissional. “São poucas as escolas que têm auxiliares, porque as crianças que têm TEA precisam de um cuidado maior, de uma pessoa ali para ajudar” , relata. "Digo isso pelo fato do meu filho ser autista, e é algo que eu vejo na sala dele. São duas, três crianças [autistas] e as professoras fazem o melhor possível para dar assistência, sendo que ele tem direito ao auxiliar, que até agora não aconteceu", reivindica Shara, que ressalta que a necessidade de monitores em sala de aula para as crianças com deficiência precisa receber mais atenção dentro das comunidades. Outra reivindicação dos responsáveis pelos cuidados das crianças é o transporte escolar, um valor que não é assegurado para quem tem filhos matriculados nas creches e se torna um gasto adicional para manter as crianças nas unidades educativas. O transporte público no horário de funcionamento das creches costuma ficar muito cheio e muitos pais preferem arcar com os custos e utilizar do transporte escolar pago, que é o caso de Adrielle. Devido ao diagnóstico do filho, ela tenta preservar a saúde mental da criança, mas precisa de ajuda da bisavó do menino para arcar com os R$250 mensais do transporte particular. O que prometem os candidatos Nas eleições de 2024, alguns candidatos incluíram em seus planos de governo propostas para aumentar o número de vagas em creches e pré-escolas, fortalecendo parcerias com o setor privado e investindo na construção de novas unidades. No entanto, muitos planos de governo não têm detalhamento suficiente que especifique como implementar as políticas e quais recursos pretendem alocar para essa finalidade, como mostra o levantamento feito pela Agência Lume no site Divulgando Contas do TSE . O atual prefeito e candidato à reeleição, Eduardo Paes (PSD) , diz que pretende criar mais 13 mil novas vagas em creches e pré-escolas, uma medida que ele afirma ser parte de seu plano de expansão da educação infantil na cidade. A Gênero e Número já mostrou que o segundo mandato de Paes registrou o maior e também o menor número de creches e pré-escolas públicas integrais no Rio de Janeiro, em 2014 e 2016, respectivamente. Alexandre Ramagem (PL) , propõe o programa "Criança na Creche, Família Tranquila", que visa ampliar a oferta de vagas, mas também garantir transparência no processo de matrícula e parcerias com instituições privadas. Além disso, ele sugere a criação de incentivos fiscais para empresas que colaborarem com a criação de creches ou subsídios a famílias de baixa renda. Carol Sponza (NOVO) promete zerar a fila das creches, ampliando a rede de conveniadas e revisando o modelo de contrato com instituições parceiras, garantindo maior segurança jurídica. Sua proposta visa incluir instituições com fins lucrativos para aumentar a oferta de vagas. Cyro Garcia (PSTU) diz que vai construir novas creches e aumentar a oferta de vagas em tempo integral para todas as crianças de até cinco anos, buscando acabar com a fila de espera. Rodrigo Amorim (Unidão Brasil) defende o uso de vouchers para zerar o déficit de vagas em creches e a criação de escolas confessionais. Tarcísio Motta (Psol) propõe zerar a fila das creches até 2028, oferecendo creches em tempo integral e com período noturno, além de criar o Fundo Municipal para Creches (FUNCRECHE), financiado pelo ISS, para garantir investimentos contínuos na construção e manutenção das instituições. Henrique Simonard (PCO) não especificou em seu plano de governo como pretende resolver o problema de déficit de vagas em creches e pré-escolas. Em entrevista à Agência Lume , o candidato diz que pretende contratar mais professores e investir no ensino integral. Marcelo Queiroz (PP) diz que vai aumentar a oferta de vagas em creches, melhorar a infraestrutura escolar e assegurar a inclusão e segurança a todos os estudantes. Juliete Pantoja (UP) cita 18 ações na área da educação que pretende implementar caso seja eleita, mas não cita diretamente nenhum projeto para ampliação de vagas em creches e pré-escolas. Em entrevista à Agência Lume , a candidata afirma que pretende realizar mais concursos públicos e construir novas unidades escolares para que possa garantir a abertura de vagas para as crianças que estão nas filas de espera. Autores: Diego Nunes da Rocha é graduado e mestre em Ciências Sociais pelo PPGSA/UFRJ e doutorando em Sociologia no IESP-UERJ. Pesquisador associado do Ceres (Centro para o Estudo da Riqueza e Estratificação Social), Diego tem interesse em estratificação social, em especial no campo educacional. É analista de dados da Gênero e Número. Felipe Migliani é um repórter pós-graduado em Jornalismo Investigativo e Jornalismo de Dados. Morador do Rio de Janeiro, Felipe é conhecido por suas reportagens sobre meio ambiente e impactos ambientais. Têm matérias publicadas no Estadão, Meia Hora, RioOnWatch, Agência Lume e Ambiental Media. Fernanda Calé é formada em Jornalismo pela UniCarioca e se especializou em Comunicação Popular como uma maneira de falar com diversos públicos de maneira clara e simples. Há quatro anos ajudou a fundar a Agência Lume , uma agência de comunicação que produz jornalismo independente na região de Jacarepaguá, principalmente em Rio das Pedras, lugar onde nasceu. Karen Fontoura é estudante de jornalismo da Universidade Federal do Rio de Janeiro, oriunda de uma família de matriarcas da Rocinha. Atua como repórter no Jornal Fala Roça, escrevendo para online, impresso e na produção de conteúdos audiovisuais para as redes sociais.
- Magalhães Corrêa: O Cronista do Sertão Carioca
Sua paixão pela natureza e pela preservação ambiental transparece em seus escritos, que frequentemente denunciavam a devastação ecológica e o abandono da região pelo poder público. Armando Magalhães Corrêa, nascido em 1889, foi um jornalista, escritor e naturalista autodidata que deixou um legado significativo na literatura brasileira com sua obra "O Sertão Carioca". Publicado em 1936 , o livro é uma compilação de reportagens que Corrêa escreveu para o jornal Correio da Manhã entre 1932 e 1933, documentando a vida e a paisagem da Baixada de Jacarepaguá, na zona oeste do Rio de Janeiro. Magalhães Corrêa mudou-se com sua família para um sítio em Jacarepaguá no início da década de 1930. Aqui, ele se dedicou a explorar e registrar o patrimônio natural e cultural da região, que ainda mantinha características rurais e sertanejas, apesar da proximidade com o centro urbano do Rio de Janeiro. Suas reportagens destacaram a riqueza da flora e fauna locais, bem como os modos de vida dos moradores, que ele descrevia como "brasileiros autênticos". Além de seu trabalho como jornalista, Corrêa também atuou como conservador na seção de História Natural do Museu da Quinta da Boa Vista, onde se especializou em taxonomia. Sua paixão pela natureza e pela preservação ambiental transparece em seus escritos, que frequentemente denunciavam a devastação ecológica e o abandono da região pelo poder público. " Magalhães Corrêa realizou estudos pioneiros no início do século XX, catalogando a fauna e flora da Baixada de Jacarepaguá e destacando sua importância histórica e cultural para o Rio de Janeiro. Ele transformou a percepção da região, antes vista como marginal, em um símbolo de resistência cultural e ambiental. Além disso, Corrêa foi um dos primeiros a documentar o modo de vida local, conectando o passado ao presente e mostrando como o ambiente natural influenciou as dinâmicas sociais e econômicas. Seus estudos são referência para futuras gerações" , explica Alexandra Gonzalez, fundadora e gestora da Casa de Cultura e Jacarepaguá. “O Sertão Carioca” “ O Sertão Carioca ” é uma obra que combina crônica, etnografia e alerta ecológico. Corrêa descreve com precisão a paisagem natural de Jacarepaguá, incluindo solos, rios, lagoas e a vegetação remanescente da Mata Atlântica. Ele também documenta a vida dos sertanejos, suas fazendas, igrejas, represas e técnicas de produção, oferecendo um retrato detalhado de uma região em transformação. A obra é considerada um documento histórico valioso, não apenas por registrar a vida rural de Jacarepaguá, mas também por alertar sobre os riscos ecológicos que a região enfrentava e que, infelizmente, ainda são uma realidade hoje. A segunda edição do livro, publicada pela Fundação Biblioteca Nacional, inclui uma introdução de José Augusto Drummond e uma apresentação de Marcus Venicio Ribeiro, que contextualizam a importância da obra no cenário atual. "O livro “Sertão Carioca”, escrito em 1936 por Magalhães Corrêa, é uma compilação de artigos que destacam a degradação ambiental na Baixada de Jacarepaguá, uma área rural na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Corrêa, um naturalista autodidata, observou e documentou problemas ambientais décadas antes do movimento ambientalista global ganhar força. Para mim, este livro é um marco do ambientalismo, não só no Rio de Janeiro, mas até no Brasil", explica o Geógrafo Val Costa, integrante do Instituto Histórico da Baixada de Jacarepaguá (IHBAJA). Legado Magalhães Corrêa faleceu em 1944, mas seu legado continua vivo através de suas obras e das contribuições que fez para a preservação do patrimônio natural e cultural do Rio de Janeiro. “ O Sertão Carioca ” permanece uma leitura essencial para aqueles que desejam entender a história e a transformação da Baixada de Jacarepaguá, bem como a importância da preservação ambiental. "Então, diria que Magalhães Correia foi um grande naturalista amador e um dos primeiros conservacionistas do Brasil. E sorte nossa que ele retratou todo o pujante ambiente natural da então longínqua baixada de Jacarepaguá, que hoje é uma área totalmente integrada à cidade" , ressalta Val. “O Sertão Carioca” está disponível em diversas livrarias e também pode ser encontrado em bibliotecas públicas, como a Biblioteca Nacional . Para aqueles interessados em explorar mais sobre a história e a cultura de Jacarepaguá, esta obra é uma leitura indispensável.
- Prefeitura inicia programa Ambulante em Harmonia na Freguesia
Movimento Unido dos Camelôs (MUCA) diz que ação tem fins eleitoreiros. Por: Fernanda Calé e Felipe Migliani. A Secretaria de Ordem Pública realizou nesta terça-feira (24/09), a expansão do programa Ambulantes em Harmonia para o Largo da Freguesia. A desordem urbana no bairro tem sido tema de debates entre os moradores . Em agosto de 2023, a Associação de Moradores e Amigos da Freguesia (AMAF), enviou um ofício à Subprefeitura de Jacarepaguá pedindo que uma regularização fosse feita na região. "...sabendo da sensibilidade da subprefeita para as populações mais vulneráveis, com potencial capacidade para equilibrar a necessidade de permitir empregos às pessoas e o controle urbano, solicitamos atenção à questão, podendo criar regras tanto para a regularização dos comércios ambulantes no Largo da Freguesia quanto para diminuir a poluição visual quanto os impactos negativos na mobilidade urbana ativa. Sugerimos, por exemplo, o espaçamento mínimo entre os comerciantes, a proibição de espalhamento de mercadorias para além dos limites da barraca, a padronização das estruturas móveis e o espaçamento mlnimo e rampas de acesso a áreas de travessias de ruas." Veja o documento completo abaixo: Em outubro do mesmo ano, a Secretaria de Ordem Pública realizou ações de ordenamento no bairro. Desde então, o ordenamento do bairro tem sido tema de constante debate entre moradores e frequentadores. Nesta terça-feira (24/09), a Prefeitura de Rio iniciou no bairro o programa Ambulantes em Harmonia. O Movimento Unido dos Camelôs (MUCA), critica a ações: "A prefeitura está realizando ordenamento em diversas localidades, somente na véspera das eleições, com claros fins eleitoreiros. Durante todo o mandato foram anos sem fazer a devida revisão das regiões administrativas, gente esperando na fila do CUCA (cadastro único do comércio ambulante) sem qualquer transparência, tendo que trabalhar na clandestinidade e correndo da violência da SEOP e da GM-Rio. Por isso nós entramos num procedimento administrativo da Procuradoria Regional de Direitos do Cidadão do Ministério Publico Federal para averiguar o que estava ocorrendo. Recebemos uma informação da própria Coordenadoria de Licenciamento e Fiscalização de vagas ociosas, enquanto as filas estavam cheias." A organização também criticou a forma como os cadastros são realizados na cidade: "Agora esse processo que estão fazendo nos bairros usando o programa Ambulante Harmonia também é cheio de irregularidades. Os relatos que recebemos e aqueles que já pudemos acompanhar, mostram que na maioria das vezes pessoas que realmente trabalham nas localidades ficam de fora e não recebem a licença, enquanto outros interessados "furam a fila". E não é porque seguem os critérios da lei municipal 1.876/92, porque eles estão criando feiras de ambulantes, o que permite flexibilização disso. Na prática isso favorece pessoas que tem influência na localidade e que acabam indicando gente para ganhar a licença. Por isso quando nós acompanhamos, exigimos o mapeamento in locu, monitoramos, e brigamos para quem realmente está na rua receber a autorização. Por fim, essa processo de reordenamento acaba deixando muita gente de fora. Aqueles que não recebem a autorização nas vagas ofertadas, simplesmente ficam impedidos de trabalhar. Não há uma política adequada de verificar outros pontos disponíveis para a realocação. Podemos dar como exemplo o processo que acompanhamos de perto da Uruguaiana, eram 199 trabalhadores no local, ofertaram apenas 75 vagas. Dos que ficaram de fora, pouquíssimas pessoas foram realocadas. Tem gente há meses, aguardando a ação da prefeitura, sem conseguir trabalhar, se endividando, ficando com fome. Os imigrantes, que segundo a CEIPARM eram cerca de 75 pessoas, foram excluídos do processo (apenas 2 ganharam a autorização) e seguem na clandestinidade espalhados pelo centro. Ou seja, o reordenamento é para ficar bonito na foto, mas não está de fato olhando para esses trabalhadores ambulantes." A Agência Lume perguntou a Secretaria Municipal de Ordem Pública sobre como o cadastramento do programa Ambulante em Harmonia é feito, e se o órgão tem conhecimento sobre as denúncias do MUCA relacionadas ao cadastro e a violência que os trabalhadores denunciam sofrer por parte da Guarda Municipal. A Secretaria de Ordem Pública (SEOP), disse que serão concedidas 55 novas licenças para ambulantes trabalharem na região. O órgão informou ainda que os comerciantes foram mapeados em solo pelas equipes da Coordenadoria de Controle Urbano e com chamamento da lista do Cadastro Único de Comerciante Ambulante (CUCA). "Além das licenças, também foram entregues barracas padronizadas do programa para esses ambulantes, além de 45 comerciantes que já possuíam autorização e também receberam a estrutura, totalizando 100 novas barracas." Sobre o andamento do programa, a SEOP disse que 11 localidades foram contempladas com o programa. Os bairros de Bonsucesso, Taquara, Méier (Dias da Cruz e áreas adjacentes à Praça Agripino Grieco), Cacuia, Vila Isabel, Catete, Centro (Uruguaiana), Madureira já receberam o projeto, totalizando mais de 850 novas autorizações concedidas e 1.150 barracas entregues aos comerciantes ambulantes. O órgão no comentou as denúncias sobre violência sofrida por Camelôs na cidade.
- Entenda como funciona a fiscalização e auditoria das Eleições Municipais
Esses processos são essenciais para garantir que as eleições sejam conduzidas de maneira justa, transparente e segura. A fiscalização e auditoria das eleições municipais no Brasil são processos fundamentais para assegurar a transparência, a segurança e a confiabilidade do sistema eleitoral. Esses procedimentos são realizados pela Justiça Eleitoral, com a participação de diversas entidades e mecanismos que garantem a lisura do pleito. Como Funciona a Fiscalização? A fiscalização das eleições envolve uma série de etapas e procedimentos que visam monitorar e verificar a conformidade de todas as fases do processo eleitoral. Aqui estão alguns dos principais aspectos: Acesso antecipado aos sistemas: Entidades fiscalizadoras têm acesso aos sistemas eleitorais desenvolvidos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) até 12 meses antes do primeiro turno das eleições . Isso permite que acompanhem a especificação e o desenvolvimento dos sistemas. Cerimônia de assinatura digital e lacração dos sistemas: Antes das eleições, ocorre a cerimônia onde os sistemas eleitorais são apresentados às entidades fiscalizadoras. Após a conferência, os sistemas são assinados digitalmente e lacrados, garantindo sua integridade até o dia da eleição . Fiscalização das urnas eletrônicas : As urnas eletrônicas passam por diversos testes e verificações, incluindo a auditoria do código-fonte, que é disponibilizado para inspeção. Esse procedimento é obrigatório e está previsto na Lei das Eleições (Lei nº 9.504/1997) . Verificação de integridade : No dia da eleição, são realizados testes de integridade nas urnas eletrônicas para assegurar que não houve manipulação. Esses testes são acompanhados por representantes de partidos políticos, Ministério Público e outras entidades. Segundo o presidente da Comissão de Auditoria da Votação Eletrônica (Cave) do TRE-RJ, desembargador eleitoral Marcello de Sá Baptista, a fiscalização é importante para ampliar a integridade e a transparência do processo eleitoral democrático. Ele também explica que há diversos agentes que podem e devem fiscalizá-lo, como os partidos políticos, candidatos, as Missões de Observação Eleitoral (MOE), as entidades fiscalizadoras e a sociedade civil como um todo: " Os observadores têm como objetivos, previstos na Resolução TSE 23.678/2021, observar o cumprimento das normas eleitorais nacionais; colaborar para o controle social nas diferentes etapas do processo eleitoral; e verificar a imparcialidade e a efetividade da organização, direção, supervisão, administração e execução do processo eleitoral. Já as entidades fiscalizadores, de acordo com a Resolução TSE 23.673/2021, tem, a partir de 12 meses antes do primeiro turno das eleições, até à fase de compilação dos sistemas, o acesso antecipado aos sistemas eleitorais desenvolvidos pelo TSE, bem como o acompanhamento dos trabalhos para sua especificação e seu desenvolvimento, para fins de fiscalização e auditoria ", explica. O desembargador também conta que o TSE realiza o Teste Público de Segurança da Urna (TPS), evento que conta com colaboração de especialistas em Tecnologia da Informação, para testar publicamente a segurança dos equipamentos e que é aberto a toda a sociedade, podendo ser inclusive acompanhado virtualmente, além do Boletim Urna e Boletim na Mão: " O Boletim de Urna também é outra ferramenta para fiscalizar o processo eleitoral, mais especificamente o resultado do pleito. Trata-se de um relatório emitido em cada seção eleitoral após a conclusão da votação em uma urna eletrônica. O Registro Digital do Voto (RDV), criado em 2003, permite a recontagem dos votos da urna eletrônica por partidos políticos e coligações a qualquer tempo. Mais recentemente foi criado o aplicativo Boletim na Mão, disponível tanto para Android quanto para IOS. O app realiza a leitura do código QR mostrado ao final do boletim impresso pela urna da seção eleitoral, possibilitando que eleitoras e eleitores obtenham e visualizem a cópia digital dos boletins de urna em seus celulares e tablets ", conta. Como Funciona a Auditoria? A auditoria é um exame sistemático e detalhado dos sistemas e procedimentos eleitorais para verificar sua conformidade com as normas legais. Aqui estão alguns pontos chave: Auditoria dos sistemas eleitorais: A auditoria verifica se os softwares utilizados nas eleições estão implementados de acordo com as normas e procedimentos estabelecidos. Isso inclui a verificação do código-fonte e a conferência dos resumos digitais (hashes) gerados . Amostragem de urnas: Durante a auditoria, uma amostra das urnas eletrônicas é selecionada para verificação. Esse processo pode incluir sorteios ou a delimitação das urnas pela parte autora da ação, garantindo uma análise representativa . Participação de entidades: Diversas entidades, como partidos políticos, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e Ministério Público, participam das auditorias, acompanhando e verificando os procedimentos realizados . Relatórios e publicidade: Os resultados das auditorias são documentados em relatórios detalhados e disponibilizados ao público, promovendo a transparência e a confiança no processo eleitoral. O presidente da Comissão de Auditoria da Votação Eletrônica (Cave) do TRE-RJ explica que a legislação eleitoral prevê a realização de dois tipos de auditoria no dia do pleito: o Teste de Integridade e o Teste de Autenticidade. E também conta que as duas modalidades são abertas ao público, e a seleção das urnas a serem auditadas é feita em cerimônia pública, seja por escolha dos partidos e entidades fiscalizadoras ou por sorteio: " Neste ano, o TRE-RJ realizará o Teste de Integridade em 33 urnas eletrônicas. A auditagem consiste em uma votação simulada, realizada sob monitoramento de câmeras, das 8h às 17h, durante a votação oficial. Os números anotados em cédulas previamente preenchidas por representantes dos partidos políticos e da sociedade civil são digitados, um a um, nas urnas eletrônicas. Paralelamente, os votos em papel também são registrados no Sistema de Apoio à Votação Paralela, que funciona em um computador. Já o Teste de Autenticidade, a ser realizado em 10 urnas, acontece na própria seção eleitoral, antes do início da votação. O intuito é verificar se o software das urnas é o mesmo que foi inspecionado pelas entidades fiscalizadoras ao longo do ano eleitoral, assinado digitalmente e lacrado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em cerimônia pública realizada no mês que antecede o pleito ", conta. Importância da Fiscalização e Auditoria A fiscalização e auditoria das eleições municipais são essenciais para garantir que o processo eleitoral seja conduzido de maneira justa, transparente e segura. Esses procedimentos ajudam a prevenir fraudes, identificar possíveis irregularidades e assegurar que a vontade do eleitor seja respeitada. Com a participação ativa de diversas entidades e a utilização de tecnologias avançadas, a Justiça Eleitoral brasileira continua a fortalecer a integridade do processo eleitoral, promovendo a confiança e a legitimidade das eleições. " A auditoria e a fiscalização fortalecem o processo eleitoral democrático porque conferem transparência, legitimidade e confiabilidade, assegurando a participação de todos os envolvidos, desde os representantes de organismos internacionais ao jovem eleitor que votará pela primeira vez. Esses mecanismos trazem a certeza de que foi garantida a vontade popular ", explica o presidente da Comissão de Auditoria da Votação Eletrônica (Cave) do TRE-RJ, desembargador eleitoral Marcello de Sá Baptista.
- Bosque da Freguesia: Um Refúgio Verde em Jacarepaguá
O bosque conta com 2,5 km de trilhas para caminhadas e corridas, uma quadra poliesportiva, dois parques infantis e várias áreas para descanso e contemplação. No coração de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, encontra-se o Bosque da Freguesia , um verdadeiro oásis de tranquilidade e natureza preservada. Com uma área de aproximadamente 30 hectares, o parque é uma das poucas áreas verdes remanescentes na região da Baixada de Jacarepaguá. O Bosque da Freguesia foi oficialmente criado em 11 de dezembro de 1992, após uma série de mobilizações da comunidade local que lutou pela preservação da área. Antes de se tornar um parque, a área fazia parte de uma antiga fazenda da família Catramby. Na década de 1980, a população local, com o apoio de diversas entidades, organizou campanhas e passeatas para garantir que a região fosse protegida para fins de lazer e preservação ambiental. O parque oferece uma variedade de atrações para visitantes de todas as idades. Entre as principais estruturas estão cerca de 2,5 km de trilhas para caminhadas e corridas, uma quadra poliesportiva, dois parques infantis e várias áreas para descanso e contemplação. Além disso, o Bosque da Freguesia conta com uma programação esportiva e de entretenimento gratuita, incluindo atividades como tai chi chuan, ioga, dança do ventre e escolinha de futebol. “ O bosque na Baixada de Jacarepaguá é vital por ser um refúgio para a vida silvestre, ajudando na reprodução de espécies e manutenção da biodiversidade. Ele também é crucial para a drenagem durante chuvas, melhora o bem-estar da população, preserva espécies raras como o abiu-roxo, serve como espaço comunitário para eventos culturais e ambientais, reduz o CO2 e oferece áreas para práticas esportivas gratuitas”, explica Juliana Fernandes, ambientalista e moradora. Importância Ambiental O Bosque da Freguesia é uma unidade de conservação situada em uma Área de Preservação Ambiental (APA), o que reforça sua importância para a biodiversidade local. O parque abriga uma variedade de espécies frutíferas nativas e exóticas, que formavam o antigo pomar da fazenda. Essa diversidade vegetal contribui para a manutenção de um ecossistema equilibrado e oferece um refúgio para diversas espécies de fauna. Desde sua criação, o Bosque da Freguesia enfrentou diversos desafios, incluindo tentativas de construção de vias que poderiam impactar negativamente o parque. No entanto, a comunidade local continuou a se mobilizar para proteger essa área verde, garantindo que ela permaneça um espaço de lazer e preservação para as futuras gerações. “ A gestão de Vera Baldner no Bosque da Freguesia é confiável e transparente, mas a segurança dos frequentadores preocupa devido a relatos de assaltos nas trilhas. Vera Baldner frequentemente solicita policiamento e apoio de outras instâncias para melhorar a segurança no parque”, conta Sidney Teixeira, integrante da Associação de Moradores da Freguesia. Em resposta, a Guarda Municipal informou que o Bosque da Freguesia está incluído na área de patrulhamento do Grupamento de Defesa Ambiental (GDA) e que recebe ações diárias de patrulhamento preventivo. A guarda também explicou que durante o patrulhamento de rotina, quando há algum flagrante de delitos, os guardas conduzem suspeitos e vítimas para a delegacia da área para o registro da ocorrência. Visitação O Bosque da Freguesia está aberto ao público de terça a domingo, das 7h às 17h. Seu acesso é pela Avenida Tenente Coronel Muniz Aragão, na altura do número 87. A entrada é gratuita, e o parque oferece acessibilidade para pessoas com dificuldade de locomoção, além de contar com segurança feita pela Guarda Municipal. O Bosque da Freguesia é, sem dúvida, um tesouro escondido em Jacarepaguá, proporcionando um espaço de paz e contato com a natureza em meio à agitação urbana do Rio de Janeiro.










