Pessoas que convivem na região tentam se organizar e montar uma rede de apoio para animais que sofrem nas ruas.
O abandono de animais de rua sempre existiu, mas isso se intensificou por conta da pandemia da Covid-19, as pessoas acabaram abandonando seus bichinhos a própria sorte. Grande parte da sociedade fecha os olhos para esses animais, não querem “arrumar mais problemas”.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) existem atualmente cerca de 30 milhões animais abandonados por todo Brasil, sendo aproximadamente 10 milhões de gatos e 20 milhões de cachorros. Na cidade do Rio de Janeiro o número também é preocupante, segundo o Instituto de Geografia Estatística (IBGE) e o Instituto Pet Brasil, são cerca de 3,4 milhões de animais abandonados.
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Na comunidade de Rio das Pedras, localizada na zona oeste do Rio, a situação não é diferente. Ao andar pelas ruas da comunidade é possível ver um número considerável de animais de rua transitando.
Entretanto, ainda existem pessoas que mesmo com dificuldades, tentam deixar a vida desses pets mais fácil. Dentre essas pessoas estão Leonilde Santana, de 37 anos e Adriano Alves de 36 anos, graças a essa dupla alguns animais da comunidade conseguem ter ao menos uma refeição por dia.
Em entrevista concedida à Agência Lume, Leonilde, que é moradora da comunidade pede ajuda. A residente diz que nem sempre é necessário adotar o bichinho de rua, mas fazer uma pequena ação como disponibilizar um pouco de comida ou água já pode melhorar a vida daquele animal.
“A minha maior preocupação é no verão, com o calor muito grande. Eu gostaria que quando as pessoas vissem um gato ou cachorro, pudessem colocar água, uma ração ou comida, sobras de comida.” - Leonilde
Outro fator que dificulta a vida dos animais abandonados é o frio e os alagamentos, a situação é preocupante, ainda mais em Rio das Pedras, que fica localizado em uma das regiões da cidade que mais sofre com enchentes.
Segundo Leonilde, quando as chuvas e os alagamentos começam os animais ficam sem saber o que fazer, alguns tentam procurar abrigo nos comércios abertos porém muitos não são acolhidos. A moradora faz um apelos aos vizinhos:
"Eu só peço que os moradores e as pessoas ajudem esses animais nesses tempos difíceis, os acolham nesse momento e quando passar as chuvas eles coloquem pra fora, mas que ajudem verdadeiramente esses animais, isso é ser humano e vai fazer bem pra alma” - Leonilde
Existe uma região da comunidade de Rio das Pedras em especial que concentra muitos animais abandonados, ela fica localizada próxima ao mercado Supermarket. O local fica perto do trabalho de Adriano Alves.
Adriano passou então a comprar quentinhas para os animais que estão com fome, dessa forma ele acabou criando um vínculo com os cães e gatos do local. Atualmente, Leonilde e Adriano cuidam dos animais que conseguem.
"A nossa maior preocupação é a alimentação deles, eu compro comida para eles todos os dias, seria bom se alguém que tivesse restaurante, pudesse doar as sobras " - Adriano
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A dupla dá comida e água, e quando os bichos precisam de cuidados médicos eles tentam levar ao veterinário, já fizeram vaquinha e conseguiram arrumar lar para muitos animais. Eles contam que fazem esse trabalho por puro amor e empatia visto que não recebem nada com isso, pelo contrário, retiram dinheiro do próprio bolso.
Outras pessoas também ajudam como podem, e é só isso que eles pedem, que cada pessoa ajude da sua maneira. E para ajudar é simples, basta doar rações, água, comida e o principal, não maltratar.
Ainda existe a possibilidade de ajudar pagando os remédios, veterinário, ou fazendo doações em dinheiro. Além disso é possível colaborar com atos simples como por exemplo não comprar ou adotar um animal e depois abandoná-lo. Outra atitude importantíssima é castrar o seu animal.
Existe um grupo no Whatsapp em que todos que ajudam esses bichinhos fazem parte. Os integrantes do grupo passam todas as informações, eles tem tudo detalhado e comprovação de tudo que já foi feito e o que pretendem fazer. Se você quiser ajudar e fazer doações basta entrar em contato com a Leonilde via whatsapp; (21) 97210-7115.
Caso deseje apenas fazer uma doação em dinheiro, também é possível fazer um depósito bancário ou um Pix para as seguintes contas:
Leonilde de Souza Santana - Banco: Caixa Econômica Federal
Conta-Poupança: 013 - Agência: 4063
Conta: 00020972-0 - Pix: 21 972107115
ou para
Adriano Alves da Silva - Banco: Bradesco
Conta-Corrente - Agência: 0582
Conta: 0136687-4
Ações Municipais:
No início de 2021, a prefeitura do Rio criou a Secretaria Municipal de Proteção e Defesa dos Animais (SMPDA). Esse novo órgão é responsável por abrigar, planejar e promover a políticas municipais de proteção animal, em conjunto com os outros órgãos do município, realizando atividades e ações de controle populacional, atendimento clínico, educação e conscientização na defesa dos animais, proteção e abrigamento, além do combate ao tráfico e maus tratos.
A SMPDA disponibilizou o calendário de atendimento do “Programa Bicho Rio” para a castração de animais, com 6.424 vagas que são disponibilizadas desta forma: 948 para cadelas; 1.060, cães; 2.908, gatos; e 1.508, gatas. Segundo a Prefeitura, a população e os protetores cadastrados na SMPDA deverão agendar por meio do site http://saa.rio.rj.gov.br/pessoapublico/index.
No primeiro acesso, é necessário clicar em “Quero me Cadastrar” na parte debaixo da página e preencher os dados do tutor e do animal. Caso já tenha cadastro, basta preencher os campos CPF e Senha, e em seguida, selecionar a opção “Agendar Esterilização de Animais”.
As datas para realização dos agendamentos mensais de 2021 seguem abaixo:
Junho: 25/06/2021 (Sexta- feira): Referente ao mês de julho
Julho: 26/07/2021 (Segunda – feira) : Referente ao mês de Agosto
Agosto: 26/08/2021 ( Quinta- feira): Referente ao mês de Setembro
Setembro: 27/09/2021 (Segunda-feira): Referente ao mês de Outubro
Outubro: 26/10/2021 (Terça-feira): Referente ao mês Novembro
Novembro: 26/11/2021 (Sexta-Feira): Referente ao mês de Dezembro
A Secretaria Municipal de Proteção e Defesa dos Animais também possuí postos de serviços de atendimento médico veterinário gratuito na cidade do Rio de Janeiro, veja os locais abaixo:
Ilha do Governador: Parque Manuel Bandeira - Cocotá - ao lado da Famig;
Flamengo: Rua Marquês de Abrantes, N⁰ 55 - (Univeritas);
Paciência: Rua Cabo Bastos Cortes, s/n - esquina com a Rua Guarujá;
Bangu: Rua Sidney da Silveira altura do Nº 97 A - Praça Guilherme da Silveira;
Campo Grande: Estrada do Tingui, altura do N⁰ 169, Praça da Oiticica;
Bonsucesso: Passarela 09 da Avenida Brasil (Próximo ao hotel Stop Time);
Vicente de Carvalho: Largo Vicente de Carvalho - em frente ao número 96;
Engenho de Dentro: Rua Dois de fevereiro, 711 (Próximo ao Colégio Ulisses Pernambucano);
Guaratiba: Estrada do Mato Alto, 5.620, na Fazenda Modelo. (Próximo a estação do BRT do Mato Alto)
O atendimento acontece de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. Dúvidas ou informações pelos telefones (21) 2976-2893 e 2088-0097.
Segundo a SMPDA, as nove unidades realizam exames clínicos, assim como cirurgias de baixa complexidade. E são voltadas para animais de rua e também animais domiciliados tanto para protetores quanto para a população em geral.
A Agência Lume perguntou a Secretaria de Defesa e Proteção Animal (SMPDARio) sobre ações realizadas na comunidade de Rio das Pedras, a secretaria afirmou que a comunidade não recebeu nenhuma ação da secretaria em 2021, e que a região de Jacarepaguá está desassistida do programa Bicho Rio desde o fechamento do posto da Praça Seca, ainda na gestão do ex-prefeito Marcelo Crivella em 2017.
A SMPDA informou também que já incluiu na sua programação de 2022 a volta dos serviços para a região de Jacarepaguá, os serviços são constituídos em atendimentos clínicos e castrações.
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Denúncias de Maus Tratos
Maus tratos e abandono de animais é crime vide a Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998 atualizada para a Lei 1.095/2019, que aumenta a punição para quem praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais.
A legislação abrange animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos, incluindo, aí, cães e gatos, que acabam sendo os animais domésticos mais comuns e as principais vítimas desse tipo de crime. A pena de reclusão, varia de um a quatro anos, e multa de 1 até 40 salários mínimos.
Para denunciar crimes de maus-tratos a animais no Rio, a população pode telefonar para:
• O serviço 1746 da prefeitura;
• Disque-Denúncia (21) 2253-1177, (21) 3460-1746;
• Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (21) 2202-0066
Ou acesse http://www.1746.rio.gov.br/servicos.php
Para maiores informações acesse: http://www.rio.rj.gov.br/web/smpda
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