Veja as principais propostas apresentadas por Cyro Garcia, candidato pelo PSTU, na entrevista exibida ontem (29/10) pela Agência Lume.
A segunda entrevista do projeto Lume nas Eleições 2020, foi com o candidato à prefeitura Cyro Garcia, do PSTU (Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado). Mestre e doutor em História pela Universidade Federal Fluminense, hoje ele divide sua vida política com a de professor universitário. Esta é a quinta vez que Cyro Garcia disputa a vaga de prefeito da cidade do Rio de Janeiro. Neste ano, Elisa Guimarães, também professora universitária, é a candidata à vice.
As perguntas para Cyro Garcia foram divididas entre as áreas de educação, mobilidade urbana e saúde, voltadas para a região de Rio das Pedras e adjacências. Como reposta, o candidato do PSTU defende um plano de obras públicas, que realizará construções onde realmente sejam necessárias. Se eleito, ele também afirma a adoção do esquema de IPTU progressivo, que tem como objetivo cobrar mais caro dos locais mais ricos da cidade e isentar a população mais pobre, além de suspender a dívida pública do município. Para Cyro, o seu plano de governo é o único que tem como prioridade os trabalhadores.
"Na verdade, apesar de ter 14 candidaturas, só tem dois projetos. São 13 tons de gestão do capitalismo, igual àqueles Cinquenta tons de cinza: que vai da ultradireita “bolsonarista”, sendo disputada pelo Crivella e pelo Luiz Lima, passando pelo Eduardo Paes, que já foi prefeito nessa cidade e que está sendo investigado por corrupção, até chegar àqueles partidos que se diz de esquerda, como é o caso do PT, que já governou o país e, lamentavelmente, repetiu o mesmo modus operandis dos demais partidos burgueses, governando com os ricos, poderosos e empresários, num programa de conciliação de classe; o PSOL que quer demonstrar a uma esquerda responsável, que pode gerir a cidade. Então, é tudo isso que eu chamo de cinquenta tons de gestão do capitalismo. E tem um projeto que alternativa esses tons que é o projeto do PSTU, que apresentar uma alternativa socialista, de fato, pra cidade do Rio de Janeiro, de ruptura com o sistema capitalista, que privilegie de fato uma cidade que é construída pelo suor, pela labuta dos trabalhadores e trabalhadoras."
Veja as principais questões abordadas por Cyro Garcia durante a conversa:
Educação: Nós temos de onde tirar recursos pra isso.
O candidato defendeu a necessidade de reequipar todas as escolas do município, além da construção de outras onde se fizer necessário. Quando comentado sobre a construção abandonada de uma escola há duas prefeituras, sob a justificativa de não ter verba, Cyro Garcia afirmou que isso é ‘’balela’’.
"Nós temos de onde tirar recursos pra isso, é só suspender a dívida pública do município que só engorda a conta de banqueiros e das grandes empreiteiras que fazem negócio com a prefeitura e esse dinheiro ser voltado pras questões sociais. Também nós temos que adotar um esquema de IPTU [Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana] progressivo, onde a gente compra mais caro das áreas mais caras da cidade e possa, inclusive, isentar o imposto da população de baixa renda e acabar com as isenções fiscais. Com esse dinheiro nós podemos não só concluir as obras da escola que você está se referindo aí no Rio das Pedras, mas equipar toda a rede de educação do munícipio e também contratar servidores, professores, pessoal de creche e tudo aquilo que se fizer necessário para que a educação seja de fato uma prioridade (...) "
Mobilidade Urbana: Naquilo que tocar a prefeitura é a estatização do transporte público.
Questionado sobre quais são suas propostas para melhorar a oferta de transportes públicos em Rio das Pedras e região, Cyro Garcia propôs a estatização do transporte público, tornando-o gratuito ou cobrando uma tarifa social. O candidato também deu alternativa de conduções mais eficientes e sustentáveis e criticou a dupla função dos motoristas de ônibus.
"Por exemplo, aproveitar esses traçados de BRT, mas transformar em VLT, que é um transporte mais eficiente, pode carregar mais pessoas, é mais econômico, além de ser menos poluentes. Então, privilegiar efetivamente e procurar fazer gestões e pressão junto ao governo do Estado pra estatizar o transporte público de conjunto: o metrô, a supervia, as barcas, porque isso aí é uma questão essencial pra vida dos trabalhadores, não pode ser fonte de lucro pra uma meia dúzia de empresários. (...) Essa é minha proposta para o transporte público: um transporte público estatizado, sob o controle dos trabalhadores e usuários; gratuito ou então com uma tarifa social, de R$ 1,00, por exemplo, porque transporte é uma questão especial pra classe trabalhadora e nosso objetivo é governar o Rio para os trabalhadores e trabalhadoras."
· Saúde: A gente vê pessoas morrendo porque não tem vagas em leito de UTI e leitos de UTI sobrando na rede privada.
A ausência de um hospital em Jacarepaguá faz com que os moradores sejam obrigados a se dirigirem para a Barra da Tijuca, onde é possível ter um atendimento mais completo. Diante disso, o candidato do PSTU classificou como necessária a construção de um hospital na região, além de defender a estatização e contar como pretende enfrentar o coronavírus no ano que vem.
"A primeira coisa é reunir os profissionais da área de saúde, do SUS, como os médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, agentes comunitários de saúde, todos aqueles que trabalham, e traçar um plano sobre as reais da saúde no na nossa cidade. (...) é um absurdo que as pessoas [de Jacarepaguá], por exemplo, tem uma série de unidades de saúde [como as clínicas da família], mas na hora tem que se deslocar pra Barra da Tijuca pra poder ter um atendimento mais complexo. Então cabe, efetivamente, a necessidade da construção de um hospital nessa região. (...) Nós, provavelmente, em boa parte da gestão, ainda vamos estar enfrentando o coronavírus, então, uma das nossas medidas é estatizar todos os hospitais privados e colocar todos leitos à disposição do SUS, porque é um absurdo que as pessoas morram pelo fato de não ter dinheiro, pra poder pagar um tratamento, que é o que acontece. A gente vê pessoas morrendo porque não tem vagas em leito de UTI e eleitos UTI sobrando na rede privada."
Confira abaixo a entrevista completa com o candidato Cyro Garcia:
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