Rio Ônibus afirma que colapso financeiro inviabiliza a colocação de mais ônibus nas ruas.
Os problemas com o transporte público, principalmente com os ônibus são velhos conhecidos do carioca. Desde de o início da pandemia, quando muitas pessoas precisaram ficar em casa, as empresas de ônibus vem falando sobre problemas financeiros.
Desta vez as empresas dizem que a volta às aulas presenciais de alunos das redes municipal, estadual e federal, pode piorar ainda mais o serviço, já que segundo o Rio Ônibus, o colapso financeiro enfrentado pelas empresas inviabiliza a colocação de mais ônibus nas ruas.
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O Rio Ônibus afirmar que 250 mil alunos das redes municipal, estadual e federal de ensino utilizam diariamente as linhas de ônibus da cidade, segundo as empresas, estes estudantes são transportados gratuitamente, sem que nenhum subsídio do poder público seja pago pelos embarques.
"Com a demora na implementação de medidas de suporte ao setor, somado à invasão dos transportadores ilegais especialmente nas Zonas Norte e Oeste, que operam sem qualquer fiscalização por parte dos órgãos responsáveis, as empresas e consórcios têm aderido ao recurso da Recuperação Judicial para não encerrarem suas atividades, o que deixaria a população sem outra possibilidade além dos transportes clandestinos.
Com prejuízos acumulados de mais de R$2 bilhões na arrecadação só no Rio, é preciso que o poder concedente encontre uma solução que permita aos operadores oferecer novamente linhas e quantidade de veículos que possam absorver o fluxo dos alunos, sem que haja maiores prejuízos aos demais passageiros, que já têm passado dificuldades nos pontos de ônibus. "
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Paulo Valente, porta-voz do Rio Ônibus disse que a gratuidade de alunos da rede pública é um benefício relevante e importante para a sociedade, mas que não pode ser responsabilidade dos concessionários:
"É preciso que se discuta o colapso na mobilidade com clareza e equilíbrio. Sem subsídio ou ajuda por parte do Município, as empresas não terão capacidade de manter o sistema em operação. Cada pessoa transportada gratuitamente gera custos para as empresas. Então, diante do atual panorama de estrangulamento financeiro, como fazer para conseguir transportar milhares de estudantes bem nos horários de pico? Esta é uma discussão que precisa da participação da população e da Prefeitura. Não é aceitável simplesmente que se esperem soluções mágicas dos transportadores. A Prefeitura sabe que a conta não fecha, como repetido várias vezes pelo próprio Prefeito Eduardo Paes, por isso não dá para se aguardar soluções para 2023, quando o problema ocorre hoje" – avalia Paulo Valente, porta-voz do Rio Ônibus.
A Lume entrou entrou em contato com Secretaria Municipal de Transportes (SMTR), para saber a posição da secretaria em relação a nota divulgada pelo Rio Ônibus, perguntamos também se a afirmação de que o município não paga nenhum subsídio as empresas pelo transporte de seus alunos é verdadeira. A SMTR respondeu por meio de nota:
"A SMTR reconhece que existe uma crise nacional nos sistemas de transporte público e está trabalhando para promover um novo modelo de gestão do sistema de transporte público que propicie maior segurança jurídica, transparência e qualidade do serviço.
Para isso, lançou no dia 8 deste mês a licitação da bilhetagem digital no transporte público, que dará ao município o controle da arrecadação tarifária e o monitoramento da demanda de passageiros em todas as linhas, por meio dos dados de GPS instalados nos novos validadores, além da possibilidade de planejamento com dados confiáveis e melhoria dos serviços de transporte. A utilização de novas tecnologias possibilitará a otimização da rede de transporte."
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Veja a nota completa divulgada pelo Rio Ônibus:
Volta às aulas pode agravar crise da mobilidade no Rio
Colapso financeiro do setor inviabiliza a colocação de mais ônibus em operação
Como transportar os 250 mil alunos das redes municipal, estadual e federal de ensino, que retornaram às aulas esta semana e utilizam diariamente as linhas de ônibus da cidade do Rio? A resposta é um desafio para os consórcios que operam o transporte coletivo, que passam por uma crise sem precedentes, potencializada pela queda de passageiros durante a pandemia. Ao contrário do que muitos pensam, os estudantes são transportados gratuitamente pelas empresas cariocas, que não recebem qualquer subsídio do poder público pelos embarques.
Com a demora na implementação de medidas de suporte ao setor, somado à invasão dos transportadores ilegais especialmente nas Zonas Norte e Oeste, que operam sem qualquer fiscalização por parte dos órgãos responsáveis, as empresas e consórcios têm aderido ao recurso da Recuperação Judicial para não encerrarem suas atividades, o que deixaria a população sem outra possibilidade além dos transportes clandestinos.
Com prejuízos acumulados de mais de R$2 bilhões na arrecadação só no Rio, é preciso que o poder concedente encontre uma solução que permita aos operadores oferecer novamente linhas e quantidade de veículos que possam absorver o fluxo dos alunos, sem que haja maiores prejuízos aos demais passageiros, que já têm passado dificuldades nos pontos de ônibus.
- A gratuidade de alunos da rede pública é um benefício de relevante importância para a sociedade, mas não pode ser responsabilidade dos concessionários. É preciso que se discuta o colapso na mobilidade com clareza e equilíbrio. Sem subsídio ou ajuda por parte do Município, as empresas não terão capacidade de manter o sistema em operação. Cada pessoa transportada gratuitamente gera custos para as empresas. Então, diante do atual panorama de estrangulamento financeiro, como fazer para conseguir transportar milhares de estudantes bem nos horários de pico? Esta é uma discussão que precisa da participação da população e da Prefeitura. Não é aceitável simplesmente que se esperem soluções mágicas dos transportadores. A Prefeitura sabe que a conta não fecha, como repetido várias vezes pelo próprio Prefeito Eduardo Paes, por isso não dá para se aguardar soluções para 2023, quando o problema ocorre hoje – avalia Paulo Valente, porta-voz do Rio Ônibus.
A retomada das aulas aconteceu exatamente na véspera de mais um aumento no custo do combustível. Apenas em 2021, o insumo básico para a operação dos ônibus já subiu 65,3%, incluindo o novo reajuste. Além disso, a invasão do transporte ilegal e por aplicativos sem fiscalização, o congelamento da tarifa há quase três anos e a falta de reequilíbrio econômico-financeiro prevista em contrato, têm sido os principais fatores para a crise atual no setor.
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