Rodrigo Kelly fez filmagens aéreas planta industrial farmacêutica de Jacarepaguá para o filme “Tecnosfera”, que será exibido no Encontro de Cinema Negro Zózimo Bulbu.
O Encontro de Cinema Negro Zózimo Bulbul celebra seu 17º aniversário com uma programação repleta de obras de cineastas brasileiros, africanos, caribenhos e de outras diásporas. Entre as atrações, destaca-se o filme "Tecnosfera", dirigido por Marcos Lamoureux. Quem fez as filmagens áreas do longa foi um morador do bairro de Anil, o operador de drones Rodrigo Kelly.
Também professor de geografia da rede municipal de educação, Rodrigo vem fazendo filmagens e fotografias desde 2018, quando teve acesso ao seu primeiro drone. Como “Tecnosfera” é um filme futurista, ele escolheu a planta industrial farmacêutica de Jacarepaguá por possuir construções muito extensas horizontalmente.
“Quando atuamos no cinema, o cinegrafista precisa seguir uma visão artística e estética apresentada pelo diretor, no caso do filme Tecnosfera" o incrível Marcos Lamoreux. A partir dessa compreensão eu pude adequar as tomadas aéreas à visão do diretor. O Marcos é um diretor muito generoso e me permitiu muitas sugestões de tomadas e movimentos de câmera e até mesmo a seleção de certas locações”, relata.
Para além do cinema, Rodrigo explica que as imagens aéreas refletem vários aspectos seus, como o apreço pela paisagem e pelo território vindos da geografia. Ele também conta que sempre foi um entusiasta de recursos tecnológicos e jogos eletrônicos e a admiração das diferentes estéticas presentes na fotografia e no cinema o levaram até essa atividade.
“Meu trabalho é uma combinação de técnica e arte. Para operar um drone é preciso tomar várias precauções, como seguir a legislação nacional para aeronaves não tripuladas, verificar a viabilidade de voo nos ambientes escolhidos, observar as condições meteorológicas e planejar rotas de fuga em caso de acidente. Quanto aos serviços que entrego, eles incluem cinema, videoclipes, lambe-lambe, publicidade, inspeção imobiliária, fundiária e de equipamentos. Às vezes, acabo procurando um gato na árvore, mas não incluo isso na conta! Para cada tipo de serviço, busco equilibrar uma visão artística com uma abordagem objetiva”, conta.
Rodrigo espera que o filme "Tecnosfera" tenha uma boa aceitação da crítica e do público. Além disso, acredita que o festival por si é mais que um evento dentro da indústria audiovisual, mas também um ato de resistência, afirmação e manifesto de artistas negros de diversos cantos do planeta.
“É um grande orgulho participar de um filme dentro deste contexto. O festival é também um momento de vitrine dos nossos trabalhos, uma possibilidade de conexão com outros cineastas e profissionais da área do audiovisual. Então é um momento muito especial para todos os profissionais da área. Como eu disse anteriormente, planejo prosseguir na carreira do cinema e procurar novas parcerias, sem me afastar por completo das outras áreas de atuação. Tenho também a pretensão de retornar ao festival como autor e diretor em uma produção que tem Jacarepaguá tanto como plano de fundo como personagem, mas isso é uma história para outro momento”, conta.
Além disso, Rodrigo pretende consolidar as parcerias iniciadas com dois perfis de redes sociais que chamaram muito a sua atenção e foram muito receptivos: o @NecrotourRJ, um perfil voltado para a arte funerária e resgate da memória de pessoas sepultadas ilustres e desconhecidas, e o perfil @Abandonados.br, especializado em propriedades abandonadas, como carros, prédios e até navios.
Sobre o Filme “Tecnosfera”
Dirigido por Marcos Lamoureux, "Tecnosfera" explora a relação entre tecnologia e humanidade, questionando os limites éticos e emocionais de um mundo dominado por máquinas.
A narrativa apresenta uma sociedade onde a tecnologia permeia todos os aspectos da vida, levantando questões sobre dependência tecnológica e os riscos de perder identidade e autonomia.
A trama segue um protagonista inicialmente fascinado pela eficiência das tecnologias avançadas, mas que começa a perceber suas falhas e perigos. O filme explora temas como ética na inteligência artificial, privacidade dos dados e o impacto emocional da mediação algorítmica nas interações humanas. Cenas construídas para mostrar a tensão entre confiança e desconfiança no sistema tecnológico.
"Tecnosfera" é visualmente deslumbrante, com cenários futuristas que equilibram o belo e o inquietante. A direção de arte e os efeitos especiais criam uma atmosfera que espelha o conflito entre um futuro utópico e realidades distópicas. A trilha sonora eletrônica amplia a imersão, provocando reflexões sobre os limites da tecnologia e o preço da inovação.
Encontro do Cinema Negro Zozimo Bulbul completa 17 anos
O Encontro de Cinema Negro Zózimo Bulbul é um evento anual que celebra a diversidade e riqueza do cinema negro, promovendo a visibilidade de cineastas afrodescendentes. Fundado por Zózimo Bulbul, o festival apresenta uma programação variada com filmes, debates e oficinas, tornando-se um espaço de troca e reflexão sobre a contribuição da população negra para a cultura cinematográfica.
A edição de 2024 do festival celebra seu 17º aniversário no Cine Odeon, Rio de Janeiro, com mais de 120 obras de cineastas de diversas diásporas e mais de 15 atividades formativas. A programação destaca temas como ancestralidade, memória e vestígios históricos da população negra, promovendo um diálogo intercultural.
O Encontro de Cinema Negro Zózimo Bulbul vai além de um festival de cinema; é uma plataforma para a juventude negra refletir sobre um futuro de valorização da diversidade e preservação da história. Com uma programação rica e diversificada, o evento é um marco na valorização do cinema negro, promovendo inclusão e respeito às diversas culturas e histórias.
Serviço
Evento: Encontro de Cinema Negro Zózimo Bulbul - 17 Anos
Data: 19 de outubro de 2024
Horário: 10:00 - 21:30
Local: Cine Odeon - Centro Cultural Luiz Severiano Ribeiro, Rio de Janeiro - RJ
Entrada: Gratuita, retirar no site Sympla
Programação
Mesa Novas Curadorias - 10h
Encontro com os cinco curadores do Encontro de Cinema Negro: Laza, Macario, Vania Lima, Antonio Molina, Leila Xavier e Dani Ornellas. A mesa debaterá o processo curatorial desta 17ª edição, focando na visibilidade de obras audiovisuais criadas por cineastas negros do Brasil, África, Caribe e outras diásporas.
Sessão: Legados - 13h
Legado Bamba as Margens da Pauliceia - Thayna Maria (01:22:09) - São Paulo
Odara - Nilce Braga (00:06:04) - Rio de Janeiro
Sessão: Famílias Diversas - 15h
A Vida dos Pombos - João Paulo Freitas & Yago Guedes (00:18:27) - Minas Gerais
Villa Madjo - Elen Sylla Grollimund (00:13:25) - Bélgica
Mr. Bold - Aiman Mimiko (00:14:31) - EUA
Gretel Marin - Camino de Lava (00:27:58) - Cuba
Sessão: Afrofuturismo - 17hTecnofesra - Marcos Lamoureux (00:15:00) - Rio de Janeiro
2 Brasis - Carol (00:15:00) - São Paulo
Dia de Preto - Beto Oliveira (00:19:01) - São Paulo
Semana que vem, te prometo palmares - Icá (00:19:27) - São Paulo
Sessão: Giros - 19h
Guerreira de Fé - Marvin Pereira (00:10:30) - Bahia
Mama - Africanos em São Paulo - Rafael Aquino (00:16:43) - São Paulo
Nicobé - Jota Carmo (00:22:00) - São Paulo
Santo Oficio - Gustavo Paixão (00:10:13) - São Paulo
O Rodar das Saias - Eliete Miranda (00:04:51) - Bahia
Sessão: Homenagem a Antonio Pitanga - 21h
Zogbeto - Matthieu Orivas (00:02:35) - Togo
Males - Antonio Pitanga (01:45:00) - Rio de Janeiro
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